Hoje, dia 20 de junho, o Saindo da Matrix faz 17 anos! Quase de maior! Já passou no vestibular e ano que vem já se alista no exército.
O site faz aniversário e ganha de presente uma casa nova! Isso mesmo! FINALMENTE consegui fazer o site funcionar no Wordpress, do jeito que eu queria. Pra isso precisou de muito esforço pra vencer os percalços. Minha vida nos últimos anos tem tido mais altos e baixos que o Boeing 737-MAX (ok, essa foi péssima). Desde 2015 que venho tentando botar esse site novo pra frente e não conseguindo por diversos motivos, até que esse ano eu fiz uma cirurgia do coração que me obrigou a ficar parado por meses. Aproveitei então o tempo pra estudar Wordpress a fundo e assim conseguir pegar um tema do zero, customizar, achar os plugins certos e aprender a mexer na nova formatação (meu Deus, como eu estava desatualizado em html/CSS!). Só isso levou meses. Daí eu comecei a migrar os posts do blog antigo um por um, começando com os mais antigos, e pra fazer a transição perfeita, verificando os links (a maioria não funciona mais, então eu tenho de ir no archive.org e pegar a cópia dele), ajeitando a formatação, colocando tags, novas imagens em maior resolução, configurando um novo código pra os comentários da caixinha roxa e, como se não bastasse, ATUALIZANDO os posts, removendo erros de português e as vírgulas que eu usava em excesso, colocando mais informações que hoje eu tenho, vídeos no Youtube que na época não existiam, etc.
Obviamente não consegui passar todos os posts ainda. São 1.500, e eu só consigo fazer a migração de uns 4 por dia, QUANDO eu tenho tempo. Então as duas versões do blog vão coexistir por esse ano. O novo Saindo da Matrix estará na raiz do site, enquanto o antigo (este onde estou escrevendo) ficará no endereço www.saindodamatrix.com.br/old/, que vai permanecer mesmo após migrar todos os posts, como uma espécie de museu. Os links para os posts continuarão funcionando no mesmo endereço, e a medida que eu for migrando eu vou atualizar a URL pra apontar CADA POST ANTIGO para seu respectivo post novo (sim, tudo isso está dando um trabalhão mas era assim que eu queria desde o início!).
Uma coisa que você precisa saber pra navegar no novo site é que todos os títulos de todos os posts estão lá, mas apenas isso. Quando você clica num post que eu não migrei ainda ele apenas volta pra página inicial, então não estranhem.
Os próximos posts vão ser feitos por lá! E o primeiro post é sobre um cara que eu admiro muito e estou MUITO feliz de estrear o novo blog com esse texto, que demorou um tempão pra fazer mas valeu a pena: ELON MUSK! Cliquem aqui e se divirtam com o novo site!
Enfim, está sendo um trabalho de restauração e atualização do site como nunca foi feito, e esse será o meu legado pra vocês: um site que rode bem em tablets, celulares, e seja à prova do tempo (já que eu imagino que o Wordpress seja uma plataforma que vá durar várias décadas e futuras gerações poderão migrar facilmente o conteúdo, ao contrário do obscuro MovableType que eu uso nesse blog). Por falar nisso, obrigado MovableType por sustentar o blog por todo esse tempo, mesmo aos trancos e barrancos. E obrigado a todos os fiéis leitores, que ficaram entrando nesse site todo esse tempo em busca de posts novos.
Hoje vamos falar sobre heróis. E foguetes. E sobre heróis em cima de foguetes. Mais especificamente sobre o programa Apollo, e o quão sortudos os norte-americanos foram por ir pra Lua e voltar sem um arranhão.
Em 20 de julho de 1969 o homem pisou na Lua. Quase que exatos 50 anos atrás. É um momento histórico que nunca foi igualado por nenhum outro país, e depois dos anos 70 nem mesmo pelos Estados Unidos. Até hoje as pessoas se perguntam: por que nunca mais voltamos à Lua?
É de conhecimento comum que as idas do Ser humano à Lua terminaram por desinteresse do público, porque virou uma coisa tão constante que não interessava mais, e cortaram os fundos da NASA por isso. Não é toda a verdade, mas SIM, o público perdeu o interesse, e a NASA precisava de muitos recursos (400 mil pessoas trabalharam pra conseguir esse feito), mas tem uma questão aqui que não é mencionada: ir pra Lua é um troço MUITO arriscado.
Quando o presidente Kennedy deu seu famoso discurso no Texas dizendo "Nós decidimos ir à Lua. Nós decidimos ir à Lua nesta década e fazer as outras coisas, não porque são fáceis, mas porque são difíceis." ele estava dando a real pro país. E ele deu um prazo de 8 anos apenas para realizar este feito, o que é muito pouco. No mesmo discurso ele mostra os desafios à frente:
"Vamos mandar para a lua, a 386 mil quilômetros de distância da estação de controle em Houston, num foguete gigante de mais de 91 metros de altura, o comprimento deste campo de futebol, feito de novas ligas metálicas, algumas das quais ainda não foram inventadas, capazes de suportar o calor e estresse várias vezes maiores do que jamais enfrentamos, unidos com uma precisão melhor do que o melhor relógio, carregando todos os equipamentos necessários para propulsão, orientação, controle, comunicações, alimentação e sobrevivência, em uma missão não testada a um desconhecido corpo celeste, e depois retornar com segurança para a Terra, reentrando na atmosfera a velocidades de mais de 64 mil quilômetros por hora, causando um calor de cerca de metade da temperatura do sol - quase tão quente como é aqui hoje - e fazer tudo isso, e fazer bem, e fazer isso antes que esta década termine - então devemos ser ousados."
Ele estava certo. Mas, por que fazer isso? Qual o ganho? E ele continua:
"O crescimento da nossa ciência e educação será enriquecido por novos conhecimentos do nosso universo e meio ambiente, por novas técnicas de aprendizagem, mapeamento e observação, por novas ferramentas e computadores para a indústria, medicina, lar e escola."
Um discurso visionário. Até o mais cético precisa reconhecer que o que a NASA botou em movimento naquela década culminou em avanços que refletiram não só na ciência, como na indústria, medicina, na casa e na escola. A roupa de astronauta com resfriamento líquido foi adaptada para o uso de vítimas de queimaduras. O LASIK. O respirador usado pelos bombeiros foi tornado mais leve graças à NASA. O sensor CMOS que está em TODAS as câmeras de celulares foi a NASA que inventou. O Teflon é um mito, já que ele foi criado em 1938, e o velcro foi criado nos anos 40. Mas a NASA tem mais de 2000 patentes que são usadas até em creme de beleza, e tem um site só pra mostrar os benefícios disso tudo.
Mas esse avanço vem com um preço. Um preço não só em dinheiro, como em VIDAS. E isso ficou claro logo no início do programa, com a missão Apollo 1, que matou todos os seus tripulantes AINDA EM TERRA, em um dos inúmeros testes que faziam. Praticamente todas as missões que foram em direção à Lua tiveram problemas que poderiam ter abortado a missão, quando não matado toda a tripulação. Isso é um fato que precisa estar na mente de toda essa geração de floquinhos de neve de hoje de que exploração espacial é sempre um RISCO.
Comecemos com Apollo 8, o primeiro foguete a ir pra Lua (no caso circundar e voltar pra Terra sem pousar): O comandante Jim Lovell, cansado, cometeu um erro que fez o nariz da capsula subir e perder toda a orientação. Ele teve de se guiar pelas estrelas (como os antigos navegantes faziam) e recalibrar os computadores pra voltar pro curso:
Apollo 9 não foi à Lua, ficou circundando a Terra apenas pra testar o desempenho do módulo Lunar no espaço.
Já com a Apollo 10 quase que o módulo lunar se choca com a superfície da Lua, e por conta de 2 segundos hoje não temos dois cadáveres repousando por lá.
O plano envolvia planar sobre a Lua e testar o módulo. Eles desceram até uma altitude de 14km da Lua. Daí eles tinham de separar em pleno ar as pernas da cápsula (que numa missão normal ficaria pousada na Lua) pra voltar pro módulo de comando. Veja o quão perto eles estavam da superfície:
No momento da separação eles perderam o controle da nave e começaram a rodar. Por sorte o comandante conseguiu recuperar o controle. Mais tarde a NASA fez os cálculos e descobriu que eles estiveram a 2 SEGUNDOS de se chocar com a superfície da Lua.
Apollo 11 foi a Missão que efetivamente pousou na Lua. Pareceu perfeita, e tal, mas tem uma historinha que não é muito contada, que foi na hora de deixar a Lua e voltar pro módulo de comando (ou seja, se separar das perninhas), os astronautas sem querer quebraram a chave de partida!! Que fazer?
Uma opção era esperar o oxigênio acabar e morrer na Lua como heróis. Inclusive a NASA tinha pensado nisso e dado aos astronautas uma cápsula de cianureto cada pra abreviar a morte, e uma carta já estava PREPARADA na mesa do presidente dos EUA pra ser lida nesse caso.
A outra opção era dar um jeito. E foi exatamente o que fez Buzz Aldrin (a inspiração pra Buzz Lightyear!). Ele pegou um lápis e meteu no buraco onde antes havia o interruptor quebrado. E funcionou, eles voltaram pra casa e não se fala mais disso, pois os EUA não podem falhar.
A missão Apollo 12 era pousar no "Oceano das Tormentas" (que nome!). E a decolagem foi no meio de uma tempestade, literalmente. Tanto que 2 RAIOS atingiram o foguete Saturn V enquanto ele estava lá no alto. Isso enlouqueceu todos os instrumentos. Ninguém na nave nem no controle de terra lia mais nada. Ninguém sabia o q fazer. Já iam abortar a missão, quando UM cara da NASA, que havia passado por isso em uma das inúmeras simulações 1 ANO ANTES, disse "Tente a chave SCE para Aux". E dá p/ ouvir o Astronauta dizer "Que diabo é isso?". Eles acharam a chave, e ao fazer isso o sistema de energia voltou a emitir as leituras corretas e deu tudo certo depois disso.
A Apollo 13 todo mundo já sabe a urucubaca que deu, tem filme com Tom Hanks e tudo. Se não sabem vejam esse vídeo aqui:
A Apollo 14 não conseguiu acoplar o módulo de comando ao módulo lunar por DUAS HORAS. O engate simplesmente não segurava. Só depois de 6 tentativas é que conseguiram, usando força bruta (ou seja, usaram os propulsores pra dar um empurrãozinho extra). Mas não foi só. De repente o computador no módulo lunar DO NADA recebeu um sinal para abortar a missão. Com isso o módulo não poderia descer pra lua, pois estava programado pra subir automaticamente nesse caso. Após muitas investigações descobriram que uma partícula de POEIRA tinha se alojado em um interruptor, causando a ativação. Então um programador aqui na Terra teve de reprogramar o computador lá no espaço pra ele ignorar a falha. Mas não foi só. A apenas 5.500 metros acima da área de pouso na Lua o radar de aterrizagem falhou. Por sorte os astronautas conseguiram fazer o equipamento funcionar novamente.
A Apollo 15 correu sem problemas, e eternizou uma linda imagem que é uma homenagem à ciência: O experimento do martelo e da pena, baseado na teoria de Galileu Galilei onde ele diz q todos os corpos são atraídos pela gravidade na mesma velocidade, independente da massa:
Pra não dizer que não houve problema com a Apollo 15, na volta pra Terra um dos para-quedas não abriu. Graças a precaução dos engenheiros, o terceiro para-quedas só existe para dar segurança caso um não abra.
Apollo 16 teve dois problemas sérios na viagem: Num, o computador novamente teve de ser reprogramado pra ignorar um alerta. No outro, um problema com um propulsor que causava vibrações incontroláveis quando acionado. Isso pra entrar em órbita na lua! Várias simulações foram realizadas em terra, e conseguiram determinar um jeito de entrar em órbita com os propulsores reserva.
Apollo 17: A última missão à Lua. Obviamente não ficou sem problemas.
A tampa traseira do veículo lunar quebrou, e os astronautas consertaram com fita adesiva, grampos e um mapa lunar. Obviamente não ficou perfeito, e os astronautas tomavam um banho de poeira lunar, o que trouxe toda sorte de problemas:
A poeira penetrava nas juntas da roupa e não deixava flexionar braços e pernas, então outro astronauta tinha de tirar com um pincel. A poeira é abrasiva, e RASGOU 3 camadas de KEVLAR da bota do astronauta Jack Schmitt. Toda a poeira trazida pra dentro da nave pela roupa deu nos astronautas o chamado "Lunar Hay fever": uma alergia com sintomas de gripe.
No mais foi uma missão recordista, com 12 dias na Lua, 23h de caminhadas, a exploração mais distante já feita na Lua, e a maior quantidade de pedras lunares trazidas pra Terra.
Esse texto todo é pra deixar claro que não é brinquedo ir pra Lua e voltar. Uma vez que você sai da órbita da Terra não tem como dar "meia volta" numa nave: você vai ter de circundar algum corpo celeste para poder usar a gravidade dele pra voltar. E o mais próximo é a Lua. Distante 3 dias. Muita coisa pode dar errado, como vocês viram que DEU. E a opinião pública é muito sensível a mortes. Após 2 acidentes com o ônibus espacial norte-americano o mesmo foi aposentado em 2011 e desde então não tivemos decolagem de astronautas a partir dos EUA até hoje!
Agora a NASA está construindo um novo foguete p/ ir pra Lua de novo em 2024. Aliás, está construindo desde 2005 e entra governo e sai governo o foguete nunca termina e sempre exige mais dinheiro. Mas dessa vez o Trump disse que TEM de colocar o homem na Lua de novo, dessa vez pra ficar (a idéia é fazer uma base avançada por lá pra futuras missões pra Marte). E dessa vez o grande chamariz é fazer pisar pela primeira vez uma mulher na Lua. Por isso mesmo o programa espacial vai se chamar Artemis - o nome grego de Diana, a deusa da Lua, irmã de Apollo, a Mulher Maravilha, ela mesma. Graças a isso veremos uma nova corrida espacial, entre os possíveis fabricantes de foguetes que querem ser ELES a levarem uma mulher à Lua. Tem o "SLS" da NASA, fabricado em conjunto pela Boeing, ULA e outros, tem o "Spaceship" da SpaceX (do Elon Musk, o qual falarei num outro post), tem o "New Glenn" da Blue Origin (do criador da Amazon) e vai ser emocionante ver esses foguetes gigantes sendo lançados.
Mas se preparem. Se algo der errado (como deu no passado, com a Apollo 1) vai ser grande a gritaria pra dizer "Cancela tudo" (hoje é tudo assim com esse povo), mas precisamos continuar se quisermos evoluir não só tecnologicamente mas como humanidade! Explorar e habitar outros planetas é essencial se quisermos evitar a extinção da raça humana. Basta um asteróide como o que aniquilou os dinossauros para acabar conosco (a chance disso ocorrer é relativamente pequena, mas é uma aposta com toda a humanidade!).
Veículos espaciais são uma tecnologia de ponta que está sempre no limite do risco. Quem constrói e quem está dentro desses veículos são verdadeiros heróis, que estão arriscando a vida a cada dia que permanecem no espaço, sujeitos a radiação, problemas orgânicos causados pela falta de gravidade, riscos de incêndio, de ficar sem oxigênio, de ser queimado, congelado, ou ambos ao mesmo tempo, e fazem tudo isso em nome da aventura, do desconhecido, e principalmente pela CIÊNCIA, pra levar a humanidade pra mais longe, como no seriado Star Trek. Vamos pra MARTE! Não podemos desistir com os fracassos, que certamente virão.
Estamos chegando na "Data Limite". Talvez você já tenha escutado sobre isso mas nunca se interessou em saber, mas trata-se de algo que Chico Xavier disse a um amigo em privado e que só foi revelado depois de sua morte, que é: se a humanidade passar da data 20 de julho de 2019 sem se meter em guerras nucleares vamos viver uma nova era de bonanças e até mesmo com a visita de seres extraterrestres.
Parece algo difícil de acreditar que tenha vindo de Chico Xavier, sempre tão discreto e sem nenhum pendor pra fazer "profecias", mas, tirando a data, ele falou exatamente isso ao vivo na TV, no programa Pinga Fogo, em 1972:
Se não entrarmos numa guerra de extermínio nos próximos 50 anos, então poderemos esperar realizações extraordinárias da ciência humana, partindo da Lua. (...) porque se não entrarmos num conflito de proporções imensas, é possível que o homem construa na Lua cidades de vidro - cidades estufa - onde cientistas possam estabelecer pontos de apoio para observação da nossa galáxia. Tais cidades não são sonhos da ciência, e com muito sacrifício da humanidade poderão ser feitas, e com elas poderão obter azoto, oxigênio, usinas de alumínio e formações de vidro e matéria plástica na própria Lua, e a água será fornecida pelo próprio solo lunar.
Teremos, quem sabe, a possibilidade de entrar em contato com outras comunidades da nossa galáxia, então vamos definitivamente encerrar o período bélico na evolução dos povos terrestres, pois vamos compreender que fazemos parte de uma grande família universal, pois não somos o único mundo criado por Deus.
Portanto nós precisamos prestigiar a paz nos povos, com a delegação máxima para a ciência, para que possamos auferir esses benefícios num futuro talvez mais próximo do que remoto, se nós fizermos por merecer.
O dia 20 de julho de 2019 é porque, segundo Chico confidenciou ao seu amigo, Jesus concedeu uma moratória de 50 anos à humanidade, a contar da chegada à Lua, para não se envolver em guerras de extermínio/nucleares, especialmente as grandes potências. Há até um documentário sobre isso, chamado "Data Limite: Segundo Chico Xavier". Peço que assistam a partir dos 11:43 pelos próximos 10 min:
É importante notar que o que ele fala sobre água na Lua era completamente nonsense na época e por décadas depois. Hoje sabemos que há água congelada nos pólos.
E mais: o que ele fala sobre cidades de vidro era ainda mais nonsense. Até hoje mesmo eu pensei: vidro, pra suportar o impacto de micrometeoritos? Aí lembrei que li algo recentemente sobre Regolitos. Regolito é um pó muito fino que fica na superficie da Lua, e que entre seus compostos tem o vidro. Mas não pára por aí: a NASA pensa realmente em usar os materiais lunares como construções da base lunar, e como água é um recurso escasso pra "dar liga" pro cimento, eles descobriram que o vidro do regolito era um ótimo "cimento" e produz um material mais forte que o aço e com menos peso. E esse material é chamado de "Anhydrous glass"... Cidades de vidro, hein, Chico?
Hoje estamos diante de uma nova "corrida" espacial, dessa vez contra adversários internos e externos. Trump quer voltar pra Lua até 2022, desta vez pra montar uma base. É um projeto que iniciou em 2005 e nunca foi pra frente, mas agora vai por conta do fator SpaceX, que renovou o interesse público pela exploração espacial, baixou os custos dos lançamentos e é não só uma aliada como uma concorrente, pois quer - ela mesma - mandar civis em viagens em torno da Lua e colonizar Marte. A percepção que fica é de incompetência do governo (NASA) que aparenta estar sendo passado pra trás por uma companhia privada com 1 décimo do orçamento, então é possível que o Congresso norte-americano (que é quem tem engessado a NASA nas últimas décadas) consiga liberar a NASA para investir em mais parcerias (especialmente com a SpaceX) e desenvolver projetos mais ambiciosos. A idéia é fazer uma missão não-tripulada à Lua em 2020. Só que a SpaceX já quer mandar um time (não qualquer time, mas um civil bilionário japonês e mais cinco artistas que ele escolher) pra circundar a Lua já em 2023!
Por que a Lua é importante pra "profecia" de Chico Xavier? Porque eu acompanho relatos de astronautas que disseram que foram acompanhados de perto por UFOs enquanto iam à Lua (inclusive a Apollo 11). Ou seja, há um interesse genuíno de extraterrestres (seja lá o que forem) em nosso avanço espacial em relação à Lua, e tenho certeza de que, se voltarmos lá com uma base permanente, eles farão contato (permanente).
Nos últimos 5 anos muitas coisas aconteceram (e continuam acontecendo, eita ano complicado esse 2019) que me afastaram da arte de escrever pro blog. A maior delas é o silêncio do meu grilo falante, que era o motor de tudo isso. Era sempre alguma conversa comigo mesmo que iniciava algo que viria a ser um post, e o resto era só ir atrás de pesquisar na internet atrás de informações sólidas. Interessante que eu achava que o grilo falante estava morto, mas parece que é só uma questão de saber como encontrá-lo. E o reencontrei brevemente numa pilha de pratos sujos.
É muito comum no budismo dizer que você deve deixar de procurar para finalmente achar. Na nossa mente ocidental tendemos a interpretar literalmente como desistir, mas está longe disso. A mente é traiçoeira; se a deixarmos no comando, ela pode nos levar a diversos lugares e ao mesmo tempo a nenhum. É como as distrações do Whatsapp ou Instagram, que são um mundo de informações que, no fim, não acrescentam nada. A verdadeira busca por uma resposta interior é um investimento, um comprometimento que você faz na direção da busca, e depois relaxa.
"Ir pra lugar nenhum não é virar as costas para o mundo; é se afastar de vez em quando para que você possa ver o mundo mais claramente e amá-lo mais profundamente." (Leonard Cohen)
O guru Sri Nisagadatta Maharaj, nos fala a mesma coisa: "Você é o Ser, aqui e agora. Deixe a mente em paz, seja consciente e desapegado e você compreenderá que permanecer alerta, mas destacado, observando como os fatos vão e vêm, é um aspeto de sua verdadeira natureza." E continua: "Não é que seu ser real seja inquieto, mas seu reflexo na mente assim o parece, pois a mente é inquieta. Ela é como o reflexo da lua na água movida pelo vento. O vento do desejo move a mente, e o ‘eu’, que não é senão um reflexo do Eu na mente, parece mutável. Mas estas ideias de movimento, de inquietude, de prazer e dor, estão todas na mente. O Eu está além da mente, consciente, mas despreocupado."
Esse 'eu' que é um reflexo do Eu é chamado de MU no Zen Budismo. Mu no Japonês significa VAZIO, NEGATIVO, NULO, NÃO-EXISTENTE.
Se nós estamos buscando paz, nós estamos gerando agitação através da própria busca. Do mesmo modo, se nós estamos tentando parar de buscar a paz, nós estamos criando mais e mais perturbação.
Mas o que isso tudo tem a ver com uma pilha de pratos sujos? É que no Zen a limpeza tem um papel fundamental na Iluminação. A BASE do Zen é a atitude, muito mais do que qualquer texto budista. Então pequenos detalhes de organização, como varrer ou fazer o chá são levados muito a sério para o aprendizado interno. No fim do ano há um grande ritual japonês de limpeza que é chamado de O-souji. O é um título honorífico, uma deferência a alguém muito especial. Sou significa varrer e jiremover, mas na linguagem budista souji significa "varrer os obstáculos". Portanto, souji não é atividade mecânica qualquer, é olhar para si e olhar para o seu redor, é um instante em que conseguimos perceber a pureza em meio à sujeira. É um instante de sabedoria.
Na literatura espírita também vemos esse "momento Daniel-san" nos livros "Nosso Lar" (de Chico Xavier) e "Na próxima dimensão" (Carlos A. Baccelli), onde os recém-chegados, apesar de terem sido doutores na Terra, recebem trabalhos de varrer, ou de ajudantes, sem nenhuma complexidade. Acredito que tenha a ver com o estado de quase transe que o trabalho repetitivo desperta, que permite fazer aflorar o seu íntimo ao invés de você ativamente tentar buscá-lo (seja com meditações ou orações). E, pela minha experiência, não são poucos pratos que despertam o grilo falante não. Então se você quer se conhecer mais, sugiro começar com uma boa pilha deles.
A reencarnação existe ou não? Muitas pessoas crêem que depois da morte o corpo desaparece, mas que o espírito perdura. Para o Budismo, o corpo e a mente não são separados. É muito importante compreender isso, senão nós reencarnaremos com a esperança de resolver nossos problemas de dualidade numa vida futura.
Mas não sabemos se esta vida presente é a segunda ou a última - e ficamos aguardando a próxima. Dessa forma, nunca poderemos resolver nossos problemas. Se existe ou não uma vida futura, ninguém sabe. O Buda jamais respondeu a esse tipo de pergunta, ele manteve o silêncio — o silêncio metafísico.
Todos querem opinar sobre esses assuntos, acerca dos quais ninguém pode estar seguro. Por exemplo, quanto à criação do mundo: nada se sabe sobre isso. Buda mantinha silêncio quando lhe perguntavam sobre assuntos como a criação do mundo, a vida depois da morte, os limites do universo. Tais perguntas jamais receberam uma resposta.
De qualquer forma são inúteis, não têm qualquer importância na prática de nossa vida cotidiana, aqui neste mundo. Em japonês, chama-se a isso muki, ou seja , algo que não tem uma "marca fixa". O Buda mantinha o silêncio porque sabendo do sentido das perguntas, ele sabia que o único meio de responder a elas era o silêncio.
Certo dia, um monge-discípulo do Buda-veio lhe fazer uma pergunta desse tipo. O Buda disse, "Eu não vou responder". O monge insistiu: "Se você não responder, eu vou embora desta sangha" (grupo). O Buda respondeu, "Pode ir embora". Mas, mesmo assim, ele queria dar uma explicação e contou ao monge a seguinte história:
Ao caçar na montanha, um caçador foi atingido por uma flecha envenenada. Imediatamente, alguém quis extraí-la para lhe salvar a vida. Mas o caçador disse: — Não é uma questão de tirar a flecha! Primeiro eu desejo saber que tipo de veneno foi utilizado, o nome do veneno, o nome do tipo de madeira usado na confecção da flecha, que tipo de penas-e de que pássaro-foram empregados. Quero também saber o tipo de planta de onde se extraiu o veneno-o exato nome da planta-etc. Se vocês não souberem as respostas para minhas dúvidas, não poderão extrair a flecha.
Dessa forma, o caçador acabou morrendo.
(Excerto de Teisho de Ryotan Tokuda Igarashi proferido durante o Sesshin de outubro de 2000 no Mosteiro de Eitai-Ji, França)
Um experimento realizado em 2016 por David Coles, da Universidade de Sheffield (Reino Unido) pode ter tido sucesso no entrelaçamento de bactérias com partículas de luz (fótons).
Coles e seus colegas prenderam centenas de bactérias fotossintéticas entre dois espelhos, encolhendo progressivamente a distância entre os espelhos até algumas centenas de nanômetros – menos do que a largura de um cabelo humano. Salientando a luz branca entre os espelhos, os pesquisadores esperavam fazer com que as moléculas fotossintéticas dentro das bactérias absorvessem, emitissem e reabsorvessem continuamente os fótons saltitantes. O experimento foi bem-sucedido; até seis bactérias pareceram fazer isso. Em essência, parece que certos fótons estavam simultaneamente atingindo e perdendo moléculas fotossintéticas dentro da bactéria – uma marca registrada do entrelaçamento/emaranhamento.
O fenômeno conhecido como superposição ou entrelaçamento, em física quântica, postula que uma partícula possa parecer estar em dois lugares ao mesmo tempo e que duas partículas podem se tornar "entrelaçadas", compartilhando informações mais rápido que a luz, através de distâncias arbitrariamente grandes através de um mecanismo desconhecido. Por mais estranho que pareça, o conceito foi experimentalmente validado inúmeras vezes em escalas quânticas. Já no nosso mundo macroscópico, as coisas são bem diferentes. Ninguém jamais testemunhou uma estrela, um planeta ou um gato em superposição ou um estado de entrelaçamento quântico (o gato de Schrödinger, por exemplo, é um experimento do pensamento, ou seja, teórico). Desde a formulação inicial da teoria quântica no início do século 20, os cientistas se perguntam onde exatamente os mundos microscópico e macroscópico podem se cruzam. Quão grande pode ser o reino quântico? Grande o suficiente para seus aspectos mais estranhos influenciarem intimamente os seres vivos?
No início deste ano, por exemplo, pesquisadores mostraram que o processo de fotossíntese – por meio do qual organismos produzem alimentos usando luz – pode envolver alguns efeitos quânticos. A forma como os pássaros navegam ou como nós cheiramos também sugerem efeitos quânticos que podem ocorrer de maneiras incomuns nos seres vivos. Até então ninguém havia conseguido persuadir todo um organismo vivo – nem mesmo uma bactéria unicelular – a exibir efeitos quânticos como emaranhamento ou superposição.
Analisando o experimento de 2016, cientistas agora argumentam que as bactérias se tornaram "emaranhadas" com a luz dentro da cavidade. "Nossos modelos mostram que o fenômeno sendo registrado é uma assinatura do entrelaçamento entre a luz e certos graus de liberdade dentro das bactérias", disse a física quântica Chiara Marletto, da Universidade de Oxford. De acordo com outro autor do estudo, Tristan Farrow, esta é a primeira vez que tal efeito foi vislumbrado em um organismo vivo. "Certamente é fundamental para demonstrar que estamos no caminho para uma ideia de uma ‘bactéria de Schrödinger'", afirmou.
A questão que essa matéria me despertou e que por isso resolvi escrever aqui no Saindo da Matrix é porque eu, como muitos aqui, devem ter essa curiosidade de "como a alma se liga ao corpo?"
O Espiritismo nos diz, na 2ª edição de "O Livro dos Espíritos" (1860), o seguinte: 344. Em que momento a alma se une ao corpo?
A união começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até ao instante em que a criança vê a luz. O grito que então solta anuncia que ela se conta no número dos vivos e dos servos de Deus.
Na Revista "O que é o Espiritismo", que é uma obra de 1859 (anterior ao Livro dos Espíritos) traz:
"Desde a concepção, o Espírito, ainda que errante, liga-se por um laço fluídico ao corpo que deve se unir. Esse laço se estreita cada vez mais, à medida que o corpo se desenvolve. Desde esse momento, o Espírito é tomado de uma perturbação que vai crescendo sem cessar; na proximidade do nascimento a perturbação é completa, o Espírito perde a consciência de si mesmo e não recobra suas ideias senão gradualmente, a partir do momento em que a criança respira; é então que a união está completa e definitiva."
É uma imagem interessante do espírito "entrelaçando" mais e mais com o corpo até perder a consciência de si mesmo como espírito e acordar como uma "nova pessoa". Me lembra também a "perda do ego" que antecede o renascimento no "Livro dos Mortos" Tibetano. O experimento dos cientistas vai apertando o espaço entre a luz e a matéria, até que ambos se entrelacem: o imaterial com o material. Não poderia ser assim na junção do corpo com a alma? E o fato de usar entrelaçamento quântico (ou seja, a tal alma poderia ser como o fóton, emaranhada em todas as bactérias, todos os órgãos, em constante comunicação não-local) poderia explicar o mistério dos transplantados que herdaram características dos doadores? hummmm.