Estou continuando meus estudos sobre a mecânica do universo, na busca de formar uma teoria unificada, sem fórmulas, que possa ser aplicada tanto para o nosso plano quanto a outros planos espirituais. Ou seja, tentar entender, e ao mesmo tempo explicar como esse imenso sistema (que podemos chamar de “Deus”) funciona.

Os milenares estudos Hindus nos deram a teoria inicial de que tudo é cíclico, tudo é karma (ação, em sânscrito), tudo está em movimento. O que você põe em ação hoje pode voltar para você amanhã, pois está dentro deste sistema fechado. Imagine um aquário que, para os peixes, é muito vasto e sem fim, e que eles não se preocupam em sujar com seus excrementos. Vai demorar, mas, um belo dia a água vai ficar turva, e eles terão problemas para respirar nela. Provavelmente se perguntarão “por que isso está acontecendo? O que eu fiz?”. Claro que os peixes não têm culpa, afinal a culpa é do homem que os retirou do seu habitat natural, onde sabiamente tudo é reaproveitado, inclusive as fezes.
Nós, seres humanos, também temos o nosso habitat, que é a natureza. Quando a ignoramos e procuramos viver segundo nossas próprias regras enfrentamos um monte de problemas decorrentes da nossa ação, nada mais. É a lei do karma.
Como o nosso presente é o resultado do nosso passado, não temos quase nenhum poder sobre ele. Portanto, o que vivemos atualmente é apenas a conseqüência do passado, a sua seqüência lógica. Não só as ações, mas também os pensamentos, os sentimentos e os desejos que tivemos nas encarnações anteriores liberaram forças e poderes de mesma natureza no universo, e eles determinaram as nossas qualidades, as nossas fraquezas, assim como os acontecimentos da nossa existência atual. No decorrer desta encarnação, portanto, é quase impossível mudar aquilo que foi determinado pela nossa vida passada. Temos apenas o poder de preparar o futuro. Preparar o futuro é o que os Iniciados ensinam aos discípulos que vêm à sua Escola.
(Omraam Mikhaël Aïvanhov)
Jesus veio nos trazer a dica de como anular os efeitos perniciosos do karma com estes preceitos:
Ouvistes que foi dito: “Olho por olho, e dente por dente”;
(Mateus 5:38-44)
Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra;
E, ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa;
E, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas.
Dá a quem te pedir, e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes.
Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo.
Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus.
Bem… É isso… Ele não falou que era fácil. Nós temos enraizado em nossa cultura a idéia de que se pode vencer pela força, pela resistência. A verdadeira inteligência está em ser maleável. Se procurarmos na sabedoria Chinesa veremos que o mais forte é o bambu, que mesmo em face do vento mais poderoso se enverga e deixa essa força passar, enquanto que árvores milenares e orgulhosas, com seus galhos grossos e raízes profundas tombam violentamente ante uma força maior.
Um dos meus grandes questionamentos a respeito da lei do karma é:
Por que não podemos saldar nossas dívidas do “lado de lá”?
Sei que até podemos, em parte, agindo como mentores espirituais, guias, socorristas, intuindo pessoas e tal, mas a maior parte das nossas ações negativas têm de ser contrabalançadas aqui na Terra. Minha intuição me diz que as condições a que estamos submetidos aqui (esquecimento total, não ter acesso aos pensamentos dos outros, não poder ver a aura da pessoa nem a sua aparência real) permitem que nós sejamos SOMENTE aquilo que realmente aprendemos no decorrer das outras vidas. Não o conhecimento intelectual que adquirimos, pois este é apagado, mas sim o que aprendemos “na carne”.
Desfrutamos aqui de uma certa liberdade que não teríamos nos planos espirituais. Lá, quando estamos perto de pessoas “boas” ou “más” a vibração influi em quem está por perto de forma tão intensa que a tendência é seguir o mesmo pensamento. Isso não é verdade na Terra (a não ser em pessoas sensíveis) e não é raro termos uma “ovelha negra” nos grupos familiares e de amigos. Aqui também podemos ser falsos. O caso de religiosos predadores sexuais é um ótimo exemplo. Se fosse do mesmo jeito que nos outros planos, qualquer fiel veria os sentimentos do padre pela cor da aura e sua vibração, e alguns ainda veriam os pensamentos e poderiam acessar suas lembranças. Claro que esse religioso iria evitar até olhar pra uma criança durante toda a vida, mas aquele desejo estaria ali, reprimido e latente.
Aqui na Terra estamos livres para errar, e por isso mesmo muitos consideram que aqui é um grande parque de diversões/perversões. Pobres criaturas, que acham que não estão sendo “filmadas” e analisadas por seus mentores, que provavelmente devem corar de vergonha ao ver o aluno ser tão burro.
Leia também:
Saindo da Matrix: O karma e suas leis
Saindo da Matrix: Provas kármicas
Saindo da Matrix: Ken Wilber: Doença e karma
Saindo da Matrix: O karma ao longo dos tempos
Saindo da Matrix: O karma e a lei da compensação
Saindo da Matrix: Transmutação de karma
CARO COMPANHEIRO DE JORNADA TERRÁQUEA, A SUA PÁGINA SÃO GOTAS DE LUZ A ILUMINR A VIA ÁPIA DE TODOS NÓS. OBRIGADO
Por uma ironia do destino a música-tema do filme “Titanic” de James Cameron, “My heart will go on”, tocava no restaurante do cruzeiro Costa Concordia, que naufragou na última sexta-feira 13(!!) na costa da Toscana. Quem afirma são dois sobreviventes da tragédia. Segundo o suíço Yannic Sgaga e seu irmão Kevin declararam ao jornal La Tribune de Geneve, a música era executada no restaurante da embarcação pouco antes do navio começar a afundar. Fonte: UOL/NZ Herald Como se isto não bastasse… Uma das sobreviventes do desastre com o Costa Concordia é sobrinha-neta de uma vítima fatal do naufrágio mais famoso… Read more »
Darth Sidious versão Budista…
http://www.publico.pt/mundo/noticia/wirathu-o-monge-budista-que-apela-ao-genocidio-dos-rohingya-na-birmania-1697474
Até onde vai meu modesto conhecimento, o mecanismo de karma é “fisiológico”, apesar de sutil. Como as sucessivas camadas de terra contam a história de um determinado local, o conteúdo vibratório de cada ação fica registrado na espinha dorsal sutil, e vem à tona com o tempo. Interessante comentar que grandes almas, ou “mahavatares”, possuem a habilidade de modificar os efeitos do karma individual, como Babaji faz com um discípulo em “Autobiografia de um Iogue” de Paramahansa Yogananda, ou mesmo em karmas coletivos, como Jesus fez com a população do planeta Terra ao ser crucificado. Ainda não faço idéia de… Read more »
Li há pouco um livro espírita interessantíssimo, que aborda bastante a questão do karma. Chama-se Vai Amanhecer Outra Vez, de Ricky Medeiros. Tenho impressão de que em breve alguém vai te emprestá-lo! =O
Esse trecho do Sermão da Montanha, é algo que muitos consideram impossível de ser cumprido, mas posso dizer de experiência própria, que é realmente a solução de muitos (senão todos) os problemas. A partir do momento que comecei a me esforçar por agir dessa forma, os problemas não deixaram de existir, mas tenho conseguido ficar em paz com eles. Acho que é esse o caminho, não? 🙂
Obrigada pela ótima matéria!
Olá Mateus. Não foi Jesus que falou isso, e sim Paulo de Tarso, em Hebreus 9:27. Se Paulo tem tanta autoridade quanto Jesus, as pessoas deveriam ao menos seguir o que ele pede em 1Co 11:6-16 e 1Co 7:7-13.
Mas, ainda assim, as palavras de Paulo não invalidam a reencarnação. Afinal, o CORPO humano morre apenas uma vez. O espírito é eterno, como o próprio Paulo escreveu em 1Coríntios 15:35-50: “Se há corpo natural, há também corpo espiritual”.
Sou novo por aqui. Gostei muito desse site, tem muita coisa interessante por aqui. Mas queria dizer uma coisa, eu não acredito nesse negócio de vidas passadas, não acredito que existe um ciclo de várias vidas até atingirmos a “iluminação”. Jesus disse: Ao homem cabe morrer apenas uma vez. 🙂
Aqui tem uma interessante animação chamada Karma-ghost, que mostra de forma bem divertida o que é “acumular” karma:
http://billyblob.com/cartoons/karma-ghost/index.html
Certos desastres e rupturas históricas renovam os riscos inerentes a um tipo de cegueira gerado pelo excesso de confiança na razão, como já alertaram Adorno e Horkheimer. O comandante Francesco Schettini, do ‘Costa da Concórdia’, confiou cegamente em instrumentos náuticos, na 6ª feira, 13; levou um transatlântico com 4.200 passageiros rumo a rochas que, nas suas palavras, ‘não deveriam estar lá’, embora navegasse a 300 metros da costa. Seu companheiro de infortúnio em 1912, Edward Smith, comandante do Titanic, confiou expressamente no progresso da ciência e da tecnologia que prometia um titã à salvo da natureza: uma embarcação esfericamente racional,… Read more »