CARL JUNG RELOADED

Análise da trilogia de filmes The Matrix a partir dos estudos de Carl Jung, com elementos do Estruturalismo e do Pós-Estruturalismo como base comparativa. Adianto que um conhecimento prévio dos filmes é essencial para a compreensão do texto:

A forma do mundo em que o homem nasceu já está dentro dele como imagem virtual

Carl Jung

Carl Gustav Jung era um jovem psiquiatra de Zurique na época em que conheceu e ficou fascinado pelo revolucionário psicanalista Sigmund Freud, no começo do século passado. A admiração mútua durou pouco mais de uma década, tendo os dois rompido relações por incompatibilidades pessoais e intelectuais, principalmente pela rejeição de Jung ao pansexualismo de Freud. Para Jung, o comportamento humano é condicionado não-somente pela sua história individual e racial (causalidade), mas também pelos seus alvos e aspirações (teleologia). O passado como realidade, e o futuro como aspiração / potencialidade dirigem o comportamento presente.

O indivíduo vive para os alvos, assim como pelas causas

Carl Jung

No primeiro filme The Matrix, Neo aprende a viver por sua aspiração, que é primeiro libertar-se de algo que ele não conseguia ver ou saber, mas cuja opressão ele podia sentir em sua alma. Ele buscou essa libertação desesperada e inconscientemente, e foi ajudado por Morpheus e Trinity a sair da Matrix. Após o conhecimento do QUE o subjugava, sobreveio o medo, e a pequenez diante do poder do carcereiro (no caso, as máquinas). Precisou novamente de ajuda externa, na figura de Oráculo, que progressivamente o ensinou que buscar os seus objetivos é como respirar (ou amar): não deve haver dúvidas se você pode ou não pode, você apenas respira (ou ama) e aquilo é o natural.

Neo aprendeu que sua mente, enganada (e subjugada) pelas máquinas durante toda a vida, poderia novamente ser enganada (e subjugada) por uma força ainda maior: ele mesmo. Inicia-se assim todo um esforço de desprogramação (desintoxicação) das limitações que o cerceavam na Matrix.

Foi em um momento de absoluta necessidade, quando não havia espaço para o raciocínio lógico, que uma parte do poder de Neo aflorou, e ele salvou Trinity da queda no helicóptero numa seqüência de acontecimentos que poderíamos chamar aqui de Sincronicidade, onde cada ação ocorreu em seu momento certo, da forma correta. Embora ele tenha tido este momento de epifania, dúvidas ainda pairavam em sua mente, dúvidas essas que o levaram ao erro (a bala que passou de raspão ao tentar desviar) e foi preciso que seu corpo na Matrix morresse (simbólica e literalmente) para que uma nova consciência pudesse despertar. Essa nova consciência, finalmente liberta das amarras da ilusão (Matrix), escolheu ensinar a humanidade o poder dessa libertação.

Assim termina o primeiro filme, que retrata um combate não externo, mas interno, contra a ilusão que nubla a própria mente consciente, ou ego, como veremos nos estudos de Carl Jung:

EGO OU MENTE CONSCIENTE

É o responsável por nossos sentimentos de identidade e continuidade e, do ponto de vista da própria pessoa, é encarado como sendo o centro da personalidade. O budismo procura justamente aniquilar o ego, essa falsa percepção de identidade. O ego não foi produzido pela natureza para seguir ilimitadamente os seus próprios impulsos arbitrários, e sim para ajudar a realizar, verdadeiramente, a totalidade da Psique.

Se, por exemplo, possuo algum dom artístico de que meu ego não está consciente, este talento não se desenvolve, e é como se fora inexistente. O ego é como o boi da parábola Zen, é a tração. Mas não confunda: o boi não guia, é guiado pelo cocheiro (Que é o Self), mas – na maioria das vezes – nós mesmos deixamos o boi tomar o rumo que ele quer.

INCONSCIENTE INDIVIDUAL

Onde ficam as experiências que foram reprimidas, suprimidas, esquecidas ou ignoradas, e também experiências muito fracas para marcar a consciência do individuo. É aí que se encaixam os Complexos, que são grupos organizados de sentimentos, percepções e memórias, que ficam no inconsciente, mas atuando de forma determinante no consciente, podendo atuar até mesmo como uma personalidade autônoma, usando a psique para seus próprios fins.

INCONSCIENTE COLETIVO

carl jung matrix morpheus

É o alicerce de toda a estrutura da personalidade. Sobre ele estão erigidos o ego, o inconsciente individual e todas as outras aquisições individuais. Jung vê a personalidade como um produto do passado ancestral, sendo o homem moderno concebido e moldado pelas experiências acumuladas de gerações passadas, recuando até as origens obscuras e desconhecidas da humanidade. Segundo ele, o homem nasceu com muitas predisposições (legado de seus ancestrais) que dirigem sua conduta e determinam, em parte, aquilo de que ele tomará consciência e a que responderá em seu próprio mundo de experiências. Ou seja, uma personalidade coletiva, que atua seletivamente no mundo da experiência e é modificada e elaborada pelas experiências que recebe (assim como o conceito de egrégora, só que, no caso de Jung, mais determinante e menos intuitiva). Uma personalidade individual, nesse caso, seria o resultado da interação de forças internas e externas. Mas ele deixa espaço para a individualidade, pois se assim não fosse, não haveria lugar para a variação e o desenvolvimento. Assim como Jung, o estruturalista Claude Lévi-Strauss também acreditava que o espírito era influenciado por uma energia superior inconsciente.

Acredito que o Inconsciente Coletivo seja, na verdade, uma abordagem mais científica para a reencarnação (tema carregado de profundo significado religioso e tabu até hoje para os cientistas), que Jung conhecia bem, mas preferiu deixar de fora de suas conclusões. Ele narrava que, nas suas viagens pela Europa, antes de chegar a determinado lugar, tinha a impressão nítida de que antes houvera estado ali. Conhecia detalhes, hábitos, cultura e, ao chegar, para sua surpresa, verificava que aquela percepção era verdadeira. Naturalmente, sua abordagem para tais fatos foi psicanalítica.

O conhecimento baseia-se não somente na verdade, mas no erro também

Carl Jung

No segundo filme, Neo é alçado a um patamar de semi-Deus pelos seus amigos e habitantes de Zion. Não apenas ele libertou-se, como dominou o código da Matrix. Neo fica um pouco desconfortável com o assédio, mas seu ego se acomoda bem à posição de Super-Homem, e sua autoconfiança dentro da Matrix é visível, e perigosa. Vejamos o que Jung tem a dizer sobre os papéis que tomamos para nós mesmos e para a sociedade:

ARQUÉTIPOS

São os são elementos estruturadores da mente humana. Habitam o Inconsciente coletivo e são idéias primordiais de toda a humanidade que carregamos conosco, e aparecem pra nós em forma de símbolos. São formas vazias que são preenchidas por nós ou pelas imagens formadas ao longo da humanidade. Muitos confundem os arquétipos com a mitologia grega, mas é a mitologia que reflete os arquétipos. As representações mais básicas de Arquétipos acabam sendo o velho sábio, a dama, o louco, o malandro (trickster), etc.

São mais que um ícone, pois contêm uma grande carga de emoção (além da informação) que é transmitida a quem vê. Ex: Jesus na cruz simboliza um arquétipo de ser bondoso que sofreu injustamente e resignado, o que causa um efeito anestésico (inconsciente) em quem está passando por provações (por identificação). Já a andrógina e decidida Trinity se tornou (pra muitos) um arquétipo feminino desta geração, assim como a bombshell Marilyn Monroe o foi para a geração dos anos 60. Uma vez que esses arquétipos são assimilados pela pessoa eles são trabalhados individualmente, podendo até assumir o controle da personalidade (no caso da Sombra). Não é preciso entrar em contato sensorial com o arquétipo para que eles atuem, já que cada indivíduo nasce com acesso a toda a “biblioteca de Arquétipos”, via Inconsciente Coletivo.

PERSONA

É a máscara usada pelo indivíduo em resposta às convenções e tradições sociais e às suas próprias necessidades arquetípicas internas. É o papel que a sociedade lhe atribui, que espera que você represente na vida. O propósito da máscara é produzir uma impressão definitiva nos outros e, muitas vezes (embora não obrigatoriamente) dissimula a verdadeira natureza do indivíduo, em oposição à personalidade privada, que existe por trás da fachada social. Se o ego se identificar com a persona, como freqüentemente o faz, o indivíduo terá mais consciência do papel que está representando do que de seus sentimentos genuínos. Será sugado pelo personagem, tornando-se um alienado de si mesmo e toda a sua personalidade toma um aspecto superficial e bidimensional (a persona assemelha-se, em certos casos, ao Superego categorizado por Freud). O pós-estruturalismo veio reforçar a idéia do papel como esvaziador da potência do indivíduo, como um chefe que se deixa tomar pela importância do cargo, ou homem/mulher que sofre ou se anula em prol de um símbolo, que é a família ou o casamento. Lidamos com esses símbolos todo dia, seja em casa (com o pai, irmão), seja na rua (com o guarda), nos afazeres (com o professor, o chefe), até mesmo indiretamente (como o governador e o presidente), os símbolos se interpõem entre nós e as pessoas, assim como um software de computador nos apresenta um conjunto de símbolos que intermedeia nossa comunicação com o processador da máquina.

Mais cedo ou mais tarde tudo se transforma no seu contrário

Carl Jung
Carl Jung x Freud Matrix
“Aceite que tudo gira em torno do sexo, Mr. Jung. É inevitável!”

Continuando o filme, surge o combate de Neo com Smith. Neo fica surpreso em ver como ele está mais forte, e tem de fugir para não perder o combate. Aqui fica claro que há uma estreita relação entre os dois que ambos podem intuir, mas como ambos se detestam, não podem compreender as implicações de que um é instrumento de evolução do outro.

SOMBRA

Quando você começa a desvendar o inconsciente o primeiro Arquétipo que aparece é a SOMBRA.
Ela é tudo o que desprezamos, odiamos, que jogamos pra debaixo do tapete, ou seja, o lado escuro da mente. Todo mundo carrega uma sombra, e quanto menos ela está incorporada na vida consciente do indivíduo, mais forte e perigosa ela é. É o oposto ao ego.

Na Sombra estão guardados os instintos animais que o homem herdou de espécies primitivas na evolução, e também as funções menos utilizadas da personalidade. É representada pelas idéias, desejos e memórias que foram reprimidos pelo consciente, por ser incompatível com a Persona e contrárias aos padrões morais e sociais. Quanto mais forte for nossa Persona, e quanto mais nos identificarmos com ela, mais repudiaremos outras partes de nós mesmos. A Sombra representa aquilo que consideramos inferior em nossa personalidade e também aquilo que negligenciamos e nunca desenvolvemos em nós mesmos. Em sonhos, a Sombra freqüentemente aparece na forma daquilo que detestamos. No caso de Neo, um engravatado do governo. 😛

CARL JUNG RELOADED

Quanto mais a Sombra tornar-se consciente, menos ela pode dominar. Entretanto, a Sombra é uma parte integral de nossa natureza, e nunca pode ser simplesmente eliminada. Uma pessoa sem Sombra não é uma pessoa completa, mas uma “caricatura bidimensional” que rejeita a ambivalência presentes em todos nós. Além disso, a Sombra não é apenas uma força negativa na Psique. Ela é um depósito de considerável energia instintiva, espontaneidade e vitalidade, e é a fonte principal de nossa criatividade. Lidar com a Sombra é um processo que dura a vida toda, consiste em olhar para dentro e refletir honestamente sobre aquilo que vemos lá. Mas cuidado para não se tornar a Sombra, pois ela também é um arquétipo “bidimensional”. Lázaro Freire, da lista Voadores, escreveu sobre a Sombra:

Possessão de Sombra é algo perigosíssimo. E infelizmente ocorre com quase todos os ocultistas, que ao descobri-la, a cultuam em vez de compreendê-la como UM Arquétipo. A coisa é tão grave que praticamente rebatizaram a Sombra para que seja algo trevoso. Uma coisa é entender que há Neos e Smiths. Outra coisa é o que os ocultistas fazem sem perceber: passam a se irritar com os Neos, interferir no livre arbítrio do outro, e a cultuar os Smiths, tentar impedir os outros de serem “bonzinhos” (mas não impedir ninguém de ser “mauzinho”, ao contrário). Se identificar com o Arquétipo (ainda mais o sombrio), defendê-lo, propagá-lo, colocá-lo sobre holofotes, brigar “por ele” (??), exigir que o reconheçam, agir de acordo com a natureza de um arqúetipo, é psicopatologia grave. É o que Jung chama de possessão. Quando é de Anima, Animus ou algo assim, temos alguns malucos. Mas quando é de Sombra, céus! Jung alerta que este tipo de possessão (cultuada pelos ocultistas) é de gravíssimas consequências para a pessoa e para quem a cerca.

Lázaro Freire

Smith não é o único caso de Sombra no filme. Somos apresentados a uma pessoa cuja trajetória de vida lembra a de Neo, só que muito mais arrogante e manipulador: O Merovíngeo. Ele, que já foi um Iluminado, um liberto da Matrix, se rendeu aos prazeres da Matrix, gerenciando um “inferninho” (qualquer semelhança com o mito do Anjo caído não é coincidência). Ele aparentemente controla a Matrix, mas também é controlado por ela. As próprias máquinas são outra forma de Sombra: a Projeção.

PROJEÇÃO

A Sombra é mais perigosa quando não é reconhecida pelo seu portador. Neste caso, o indivíduo tende a projetar suas tendências indesejáveis em outros. Abaixo, um ótimo exemplo:

Durante mais de 5 anos este homem percorreu a Europa como um louco,em busca de qualquer coisa a que pudesse deitar fogo. Infelizmente sempre haverá mercenários prontos a abrir as portas da sua pátria a este incendiário internacional.

 

Sobre quem é esta frase?

hitler churchill

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A frase acima não é sobre Hitler, e sim de Hitler falando mal do primeiro-ministro inglês Winston Churchil!!

Desconfie se seu(ua) namorado(a) tiver a paranóia de que você está traindo sem ter dado motivo, ou daquele seu amigo que vive dizendo que todo mundo é gay. A Sombra é o oposto do Ego e encarna, precisamente, o traço de caráter que mais detestamos nos outros. E aí lembro do espírito Joana de Ângelis, que diz que “o ódio é o amor distorcido”. Na verdade, ao odiarmos estamos sufocando algo que temos dentro da gente (por isso a ressonância) que cultivamos (quem cultiva, ama), mas não admitimos. Se não a cultivássemos, a Sombra não existiria desta forma. Daí a necessidade do caminho do meio, do equilíbrio. Se o Ego for bem trabalhado nas 4 funções (pensamento, sentimento, sensação e intuição) não vai sobrar grandes opostos para a Sombra encarnar.

No filme vemos a simbologia da projeção dos humanos sobre as máquinas. Criticam nas máquinas exatamente seu maior defeito: a exploração e a subjugação pela força. Ao ver o episódio de Animatrix onde é contada a história da humanidade ANTES da escravização, vemos o quanto os humanos foram arrogantes e cruéis com as máquinas. Foram os humanos, e não as máquinas, os responsáveis pela destruição da atmosfera do planeta, o que obrigou as máquinas a usarem humanos como fonte de alimentação. No diálogo de Neo com o Conselheiro Hamann vemos a questão ser retomada, e a constatação de que eles continuam dependentes das máquinas tanto quanto antes, mas admitir isso seria uma fraqueza, pois a ilusão humana é acreditar que está no controle. Até hoje é mais fácil para o ser humano confrontar ao invés de conviver, tirar ao invés de pedir, desperdiçar ao invés de compartilhar.

INTROVERSÃO E EXTROVERSÃO

Jung descobriu que cada indivíduo pode ser caracterizado como sendo primeiramente orientado para seu interior ou para o exterior, sendo que a energia dos introvertidos se dirige em direção a seu mundo interno, enquanto a energia do extrovertido é mais focalizada no mundo externo. Entretanto, ninguém é totalmente introvertido ou extrovertido. Algumas vezes a introversão é mais apropriada, em outras ocasiões a extroversão é mais adequada, mas as duas atitudes se excluem mutuamente, de forma que não se pode manter ambas ao mesmo tempo. Jung também enfatiza que nenhuma das duas é melhor que a outra, citando que o mundo precisa dos dois tipos de pessoas. Darwin, por exemplo, era predominantemente extrovertido, enquanto Kant era introvertido por excelência. O ideal para o ser humano é ser flexível, capaz de adotar qualquer dessas atitudes quando for apropriado, operar em equilíbrio entre essas duas qualidades.

O pêndulo da mente se alterna entre perceber e não-perceber, e não entre certo e errado

Carl Jung
carl jung reloaded pills
Pare de tomar a pílula

O estruturalismo (Lévi-Strauss, Barthes, Lacan, etc) e a teoria dos sistemas (Luhmann) decretaram a “morte do sujeito” (o indivíduo do pensamento Iluminista), em favor de uma sociedade Ex-Machina, vista de cima, de forma pragmática e objetiva. Esse é o papel do Arquiteto, o programa que construiu a Matrix. Para ele pessoas são números, equações que ele deve manter equilibradas. Entretanto, o ser humano é imprevisível, e alguns poucos desequilibraram o sistema várias vezes, causando um colapso.

carl jung reloaded arquiteto

O pós-estruturalismo defende que é a interação entre os elementos de um sistema que causa a entropia que destrói a estutura. Cuidar desses elementos individuais é o papel de Oráculo, um programa de salvaguarda do “sistema Matrix”. Ela tenta equilibrar os interesses do Arquiteto com o dos humanos “revoltados”, e naturalmente evoluiu para ser a intermediária entre os dois lados (algo como o papel de Hermes/Mercúrio).

carl jung revolutions

ANIMA E ANIMUS

Neo Trinity Matrix

O encontro de duas personalidades é como o contato de duas substâncias químicas. Se há alguma reação, ambos são transformados.

Carl Jung

Anima (Alma, em latim) é a representação feminina no inconsciente do homem (que idéia ele faz, no seu íntimo, da mulher). O caráter da Anima é, em geral, determinado pela sua mãe. Se o homem sente que sua mãe teve sobre ele uma influencia negativa, sua Anima se manifestará de forma negativa, ou seja, o homem poderá poderá ser inseguro, apático, com medo de doenças, de impotência ou de acidentes (se ele conseguir combater essas influências negativas da Anima, sua masculinidade tende a fortalecer-se). A vida adquire um aspecto tristonho e opressivo, que pode levar o homem até mesmo ao suicídio. Se, por outro lado, a experiência com a mãe tiver sido muito positiva, a Anima poderá deixá-lo efeminado ou explorado por mulheres, incapaz de fazer face às dificuldades da vida (menino criado com vó dá nisso!). A manifestação mais freqüente de Anima é a que toma forma como fantasia erótica, que leva o homem a consumir revistas pornográficas, sex-shows, etc. É um aspecto primitivo e grosseiro da Anima, mas que só se torna compulsivo quando o homem não cultiva suficientemente suas relações afetivas (ou seja quando sua atitude para com a vida mantém-se infantil).

Animus (Espírito, em Latim) é o lado masculino no inconsciente da mulher. Assim, uma mulher muito feminina tem uma alma masculina não desenvolvida (trabalhada). Em seu relacionamento com o mundo, se ela é impressionável, calorosa, estimulante e envolvente, seu lado masculino interior será muito diferente: duro, crítico, agressivo, prepotente… O Animus (assim como a Anima) possui 4 estágios de desenvolvimento: o primeiro como personificação da força física (o atleta, a força pelos músculos), no estágio seguinte, como o homem de ação (iniciativa e planejamento). No terceiro, manifesta-se como verbo, como professor, e na quarta e mais elevada manifestação torna-se (assim como a Anima) mediador de uma experiência na qual a vida adquire um novo sentido. Dá a mulher uma firmeza espiritual e um amparo interior, que compensa sua brandura exterior. Relaciona a mente feminina com a evolução espiritual da época, tornando-a assim mais receptiva a novas idéias criadoras do que o homem. É por este motivo que antigamente, em muitos países, cabia à mulher adivinhar o futuro ou a vontade dos Deuses. A audácia criadora do seu Animus positivo expressa, por vezes, pensamentos e idéias que estimulam a humanidade a novos empreendimentos.

Anima/Animus é também uma Sombra, e como tal pode ser projetada. Isso é feito quando a pessoa apaixona-se logo de cara, quando diz “É essa/esse!” e parece que se conhece essa pessoa há tempos. Pessoas fascinantemente misteriosas são as mais fáceis do homem/mulher projetar sua Anima/us, pois em torno delas pode-se tecer as mais variadas fantasias. Para sair desta ilusão é preciso reconhecer o Anima/us como um poder e qualidade interior. O objetivo de todo esse jogo do inconsciente é forçar o ser humano a desenvolver e amadurecer o próprio ser, integrando melhor a sua personalidade inconsciente e trazendo-a à realidade da vida (mesmo que seja através de subterfúgios, como projeções).

Cada homem sempre carregou dentro de si a imagem da mulher; não a imagem desta ou daquela mulher, mas uma imagem feminina definitiva.

Carl Jung

Mas a Anima/us não é só negativa. Ao contrário, uma Anima bem trabalhada pode levar o homem ao seu pleno potencial. A função mais importante da Anima é ajudar a sintonizar a mente masculina com seus valores interiores positivos, assumindo então uma posição de mediadora entre o mundo interior e o Self. E é através deste desejo íntimo de trabalhar aspectos que o homem não possui que um homem tímido tende a procurar alguém que seja extrovertida. Como no velho ditado “os opostos se atraem”, ou a “cara metade”, a “banda da laranja”, etc. As pessoas buscam o oposto nas outras pessoas quando na verdade é um subterfúgio do inconsciente para encontrar o oposto dentro delas mesmas.

Atrás de um grande homem sempre existe uma grande mulher.

 

Verdade, embora o contrário também seja verdadeiro. Vemos este arquétipo de Anima como a salvação, a luz no fim do túnel, no livro A Divina Comédia, onde Beatriz guia Dante através de um (significativo e simbólico) caminho tortuoso e íngreme, que o leva à redenção (luz). Isso é o que os místicos chamam de “casamento alquímico”, ou “Casamento Sagrado do Sol e da Lua“, a realização do masculino no feminino, dos aspectos racionais e intuitivos, que é simbolizado na alquimia na reunião do enxofre e o mercúrio (o fixo e o volátil, o Ativo e o Passivo). O Rei é representado pelo vermelho (Sol, calor) e a Rainha pelo azul ou branco (Lua, frio).

No terceiro filme Neo fica cego (simbolicamente perdido, cercado pela escuridão) e é guiado (literalmente pela mão) por Trinity, que pilota a nave até seu objetivo (a cidade das máquinas). Antes, porém ela Neo até a luz do Sol (símbolo pra uma nova iluminação, uma nova compreensão).

Trinity simboliza a Anima de Neo em Matrix, e através dela (direta e indiretamente) ele pôde manifestar suas potencialidades. Note que a representação do casamento está no vermelho da faixa de Neo, e no azul claro da roupa de Trinity:

Neo Trinity Matrix Nabucodonossor
Casamento do Sol e da Lua

A Anima/us vai muito mais fundo na contraparte da personalidade (lado oposto inconsciente) que a Sombra. Se a imagem da Sombra desperta medo e apreensão, a Anima/us, ao contrário, estimula o desejo de união. A Sombra leva a pessoa de encontro a parte indesejada da Psique total, suas qualidades inferiores. Mas não vai além disso, a menos que se deseje ir de encontro com o mal absoluto. A estrutura Anima/Animus leva a pessoa a níveis muito mais profundos do Self, pois está ancorada em aspectos do inconsciente coletivo e arquétipos, não sendo apenas reflexos negativos de si mesmo.

Até o ponto que podemos compreender, o único propósito da existência humana é acender a luz do SENTIDO na escuridão do mero SER.

Carl Jung

FUNÇÕES PSÍQUICAS

quatro funções psicológicas fundamentais para se analisar o ser humano:

4 funções psicologicas Jung
As 4 funções psicológicas por Jung

Pensamento: Pessoas assim são grandes planejadoras e tendem a se agarrar a seus planos e teorias, ainda que sejam confrontados com contraditória evidência.
Sentimento: Preferem emoções fortes e intensas – ainda que negativas – a experiências apáticas e mornas. Faz seu julgamento com base em seus próprios valores, como por exemplo, se é bom ou mau, se é certo ou errado, agradável ou desagradável.
Sensação: O enfoque está na experiência direta, e tem sempre prioridade sobre a discussão ou a análise da experiência. Tem a ver com o que a pessoa pode ver, tocar, cheirar. Os sensitivos trabalham melhor com instrumentos, aparelhos, veículos e utensílios do que qualquer um dos outros tipos.
Intuição: O homem intuitivo vai além dos fatos, sentimentos e idéias, em busca da essência da realidade. As implicações da experiência – o que poderia acontecer, o que é possível – são mais importantes para os intuitivos do que a experiência real por si mesma. Dão significados às suas percepções com tamanha rapidez que, via de regra, não conseguem separar suas interpretações conscientes dos dados sensoriais brutos obtidos.

As duas primeiras são funções racionais (fazem uso da razão, do juízo, da abstração e da generalização) e as duas últimas são irracionais (por serem baseadas na percepção do concreto, do particular e do acidental). O pensamento é ideacional e intelectual. O sentimento mede o valor das coisas para o sujeito. A sensação é a percepção da realidade, traz fatos concretos ou representações do mundo. A intuição é a percepção por meio de processos inconscientes e conteúdos subliminares.

Embora todo mundo tenha as quatro funções, elas não são desenvolvidas em sua totalidade. Geralmente uma delas é predominante na consciência, e é chamada de função superior, e uma entre as três restantes pode agir como auxiliar da função superior. Em caso de “pane” da principal, entra automaticamente em cena a outra. A menos usada das quatro é chamada de função inferior; ela fica imediatamente oposta à função superior e fica reprimida, relegada ao mais profundo do inconsciente.

No caso de Matrix podemos ver que a dinâmica entre os personagens principais obedece a esse esquema psicológico. É como se cada um tivesse alcançado o ápice de uma função em específico:

4 funções psicologicas Jung Matrix
As 4 funções psicológicas em Matrix

Em Matrix Oráculo e o Arquiteto são dois opostos complementares: Ambos são mantenedores da Matrix, mas agindo de maneiras diferentes. Oráculo é intuição, carinho, magia (feminino, irracional), enquanto o Arquiteto é lógica, dureza, Lei (masculino, racional). Ambos são facetas da alquimia medieval, que nos legou tanto a química e a filosofia (e Oráculo é uma cozinheira e filósofa), como a medicina e a geometria (o Arquiteto se veste todo de branco, como um médico, e usa uma linguagem matemática e lógica). O nome de ambos também demonstra isso.

Trinity e Morpheus são sentimento, no sentido de que baseiam suas escolhas por um julgamento de valores interno. Morpheus no primeiro Matrix julgou/sentiu que Neo era o escolhido, baseado no que lhe disse Oráculo (intuição). O mesmo se deu com a Trinity, onde Oráculo disse a ela que o homem que ela amaria seria o Escolhido.

Merovingian e Persephone são sensação, e isso está mais do que claro no filme Reloaded. Na cena do bolo, em que a mulher tem um orgasmo e não entende o porque, Merovingian explica que isso não importa: “Logo, o porquê e a razão desaparecem, e só o que importa é a sensação em si. Essa é a natureza do universo.

Podemos ver que cada personagem age como uma função dominante, com a ajuda das funções auxiliares ao seu redor, mas querendo destruir a função oposta. O Arquiteto (pensamento) trabalha com Oráculo, mas tenta matar Trinity, que por sua vez tenta destruí-lo. Já Merovingian ajuda Morpheus e Trinity, mas quer a cabeça de Oráculo. E Oráculo lida bem com Morpheus e Trinity.

Se todas as funções pudessem ser igualmente fortes no consciente e harmonizadas (como se dispostas na borda de um círculo) o centro desse círculo seria o Self realizado plenamente. É o núcleo, mas também é toda a esfera.

O problema é que nem sempre acessamos este núcleo. Mas não fiquem pensando que é um ponto localizável na alma humana, algo que possa ser acessado tipo “ah, eu estou aqui falando com o Self” porque ele é um conjunto que define o ser humano como um TODO, e o ser humano TAMBÉM é sua coletividade e seu meio (inconsciente coletivo). A abordagem do Self vem de encontro à filosofia Zen, quando diz:


“Se o Zen Budismo considerasse importante expressar-se aqui apoiado no uso da terminologia, poderia fazê-lo do seguinte modo:
o centro do ser situa-se além da multiplicidade, da identidade/diversidade e, no entanto, não se situa além delas.
E, como situar-se além e não-além disto é igualmente uma contradição, acrescentar-se-ia como explicação: o centro do ser não é um nem outro, nem ambos, e absolutamente não pode ser descrito por meio do pensamento.
Quem desejar saber o que ele é, deve percorrer o Caminho Zen”.

O caminho Zen, de Eugen Herrigel

Um monge filósofo do século XV também usou imagem semelhante ao referir-se à onisciência divina:

carl jung reloaded nicolau

SELF

Os maiores e mais importantes problemas são fundamentalmente insolúveis. Eles nunca serão resolvidos, e ainda crescerão além do esperado.

Carl Jung

O Self é o objetivo da vida. Um alvo pelo qual as pessoas sempre lutam, mas raramente atingem. Os arquétipos dessa realização são Jesus e Buda (meus heróis, meus heróis!). O Self pode ser definido como um fator de orientação intima. Jung o compara ao Daemon, ou gênio (Djin) (que hoje chamamos de guia espiritual ou anjo da guarda), seja ele interior ou exterior a você.

O Self é a Totalidade do NOSSO ser, é o unificador de opostos. É a Imagem de Deus. Essa imagem não é Deus no sentido religioso, porque uma imagem nunca é o objeto, e sim uma representação do objeto. Na psicologia Jung chama de “complexo”, ou seja, uma “entidade” psicológica autônoma, e esse complexo em particular representa toda a idéia de Deus no íntimo da pessoa, e também como a humanidade o vê. Por exemplo, o “complexo de Pai” não é apenas a imagem que você tem do seu pai construída ao longo do tempo, mas também a imagem da humanidade do Pai, construída ao longo das eras. O Self não é a Totalidade em SI – como o Criador do Universo – pois isso meio que seria criar uma religião, mas o Self é a Totalidade para o nosso Ser, que é o objeto de estudo da psicologia!

O Self é o ponto central da personalidade, em torno do qual giram todos os outros sistemas. Ele sustenta a união desses sistemas, e fornece unidade, equilíbrio e estabilidade à personalidade. Antes de o Self emergir é necessário que os vários componentes da personalidade se desenvolvam plenamente. Por essa razão, o arquétipo do Self não se torna evidente até que o indivíduo tenha atingido a idade madura. Nessa época, ele procura deslocar-se do ego consciente para um ponto a meio caminho entre o consciente e o inconsciente. Manter-se nessa região intermediária constitui-se no domínio do Self. Qualquer semelhança com o caminho do meio, de Buda, não é coincidência.

Não posso lhe dizer como é um homem que goza de uma completa auto-realização, nunca vi nenhum… Antes de buscar a perfeição, devemos viver o homem comum, sem mutilação.

Carl Jung

INDIVIDUAÇÃO

É um processo ininterrupto de aprimoramento pessoal. A harmonização do consciente com o Self. O caminho para a iluminação. Todos estamos num processo de Individuação, no entanto, a grande maioria não o sabem. Mas os que estão suficientemente conscientes deste processo podem tirar algum proveito disso.

Mas não é assim tão é fácil: o ego reclama, pois se sente tolhido em suas vontades ou desejos, e projeta essa frustração sobre qualquer objeto exterior (Deus, a economia, o vizinho, o namorado(a) ou o trabalho). Algumas vezes tudo parece estar bem com a pessoa, mas lá no íntimo ela sente tédio e um vazio mortal. Há também o perigo de identificação com a Persona. Aqueles que o fazem tendem a tentar tornar-se perfeitos demais, incapazes de aceitar seus erros ou fraquezas, ou quaisquer desvios de sua auto-imagem idealizada. Aqueles que se identificam totalmente com a Persona tenderão a reprimir todas as tendências que não se ajustam, e a projetá-las nos outros, atribuindo a eles a tarefa de representar aspectos de sua identidade negativa reprimida.

Nós não podemos mudar nada sem que primeiro a aceitemos

Carl Jung

Há alguns estágios básicos para a Individuação, que são: reconhecer as máscaras (Persona), confrontar e integrar a Sombra, a Anima / Animus, e finalmente, o desenvolvimento do Self. Mas não pensem que acaba por aí, ou que isso seja fácil. É necessário ter em mente que, embora seja possível descrever a Individuação em termos de estágios, o processo é bem mais complexo que isso. Todos os passos mencionados sobrepõem-se, e as pessoas voltam continuamente a problemas e temas antigos (espera-se que de uma perspectiva diferente). A Individuação poderia ser apresentada como uma espiral na qual os indivíduos permanecem se confrontando com as mesmas questões básicas, de forma cada vez mais refinada. Este conceito está muito relacionado com a concepção Zen-budista da Iluminação, na qual um indivíduo nunca termina um Koan, ou problema espiritual, e a procura por Si mesmo é vista como idêntica à finalidade. É como falei antes: a vida é um eterno “Saindo da Matrix“.

Carl Jung reloaded Neo cruz
Neo como Cristo

Neo se defronta com as questão do que é “real” várias vezes durante os filmes. Primeiro, ele teve de se libertar da ilusão da Matrix, depois da ilusão do ego e, por fim, da ilusão da individualidade. Quando Neo percebe que não dá pra subjugar a própria Sombra / Smith (porque isso cria ainda mais Sombras / Smiths) ele resolve integrá-la em sua personalidade. Somente quando percebeu que não tinha sentido combater a Sombra pela eternidade foi que Neo se deixou levar pelo SENTIDO dos acontecimentos, que no filme é chamado de propósito.
Todos ali têm uma missão, uma programação, mesmo fora da Matrix. Era o indicativo de que, para além do Arquiteto e da Matrix, existiria uma OUTRA Matrix mais sutil, e percebemos isso claramente, primeiro quando Neo vê os códigos em amarelo, e depois quando ele, ao Individuar-se (na fusão com Smith) é simbolicamente retratado como Jesus na cruz – pois cumpriu o trajeto dos Mestres Crísticos, que colocaram a missão acima da individualidade – para depois sumir em uma luz que representa uma flor de Lótus (símbolo da transcendência da alma).

Carl Jung reloaded Neo Lotus

Ninguém se torna iluminado imaginando figuras de luz, mas sim tornando a escuridão consciente

Carl Jung

Na psicologia, integrar a Sombra não significa se render a ela, ou se tornar a Sombra (como Neo no filme), e sim dialogar com ela, conhecê-la (que é conhecer-SE), aceitar a sombra como parte de você, de sua personalidade. Ao fazer isso (analisá-la e trazê-la ao consciente) você está trazendo a Sombra pra Luz. E como todos sabemos, não existe escuridão, apenas ausência de Luz! E a cruz é o símbolo das quatro funções desenvolvidas, símbolo do equilíbrio.

Carl Jung reloaded Neo cruz

Jung tem uma explicação para o desenvolvimento da consciência. Primeiro viemos do Inconsciente primordial, essa “sopa primordial”, depois surge o ego (consciência individual), que vai cada vez mais se diferenciando do Self. Podemos ver isso nas crianças, que primeiro se acham vinculadas com a mãe, com os objetos, com tudo, para depois percebem que são uma entidade “separada” do mundo. Na idade adulta nos achamos no ponto mais separado do Self (somos senhores do nosso destino!), para então chegar na velhice e iniciar o retorno, mas desta vez como um encontro CONSCIENTE com o inconsciente, o que é muito difícil pois a força oposta (o ego) não quer, obviamente, “morrer” (desintegrar-se).

Caminho para a Individuação
Caminho para a Individuação

Uma das traduções pra Tao é “Caminho”, mas também “curso”, “fluxo”. Os antigos intuíram esse fluxo em forma de um círculo, como vimos no começo da palestra, mas os Zen Budistas, através do Ensō (círculo, em japonês), começaram a fazer seu círculo incompleto.

Círculo Zen Ensô

Não há um consenso sobre o significado disso, mas há interpretações filosóficas. Uma delas é que ela representa o processo de iluminação, e podemos intuir que o vazio de onde viemos e para onde vamos é o TODO (ou nada, no budismo).

Essa é também a representação da Jornada do Herói (ou Monomito), descrita por Joseph Campbell e que está presente em praticamente todas as histórias, desde a mitologia até os filmes de hoje. Essa é o roteiro básico dos filmes de Guerra nas Estrelas, A Origem, Super heróis da Marvel, etc, e também da trilogia Matrix. Seguindo essa fórmula, os personagens refletem nossa própria jornada, e nos identificamos (conscientemente ou não) com eles. Nós somos os heróis e heroínas de nossa própria história, e precisamos desvendar e integrar as diferentes facetas de nós mesmos.

Jornada do herói de Campbell

Esse é o ritmo. Esse é o equilíbrio da equação.

Provavelmente não conseguiremos, ainda mais nesse mundo onde cada vez menos olhamos pro interior de nós mesmos, onde estamos afastados da natureza e, portanto, de NOSSA natureza. Quando esse desequilíbrio atinge um nível crítico, chamamos a isso de “Neurose”.

Uma neurose pode, em última análise, ser compreendida como o sofrimento de uma alma que não descobriu seu significado.

Carl Jung

Então o desafio é trazer o que está dentro (Inconsciente) pra fora (Consciente), desvendando e compreendendo o significado de nós mesmos, através dos símbolos que nossa alma nos dá. Desvendar essa Totalidade é uma coisa que nunca vai acontecer, porque nunca uma parte vai ser o Todo, assim como o Consciente nunca vai trazer à luz todo o conteúdo do Inconsciente.

Mas vamos tentando.

Referência:
Tudo sobre Carl Jung no blog Saindo da Matrix;
Teoria da Conspiração: Mapa astral de Carl Jung

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Campos Morfogenéticos… – Novo Código de Consciência, Conhecimentos…
20 abril de 2021 11:09 pm

[…] seres humanos também têm uma memória comum. É o que Jung chamou de inconsciente coletivo. A respeito disso, Sheldrake lança uma luz sobre a questão da existência de vidas passadas: Ele […]

Anjo da PAZ
Anjo da PAZ
14 outubro de 2006 1:23 am

Luiza existe diferença entre instinto, emoção e sentimento, aqui vai o caso do medo, por você citado: – Instinto de Preservação, é primitivo, e busca a sobrevivência a qualquer custo, sem qualquer razão. – Medo, emoção negativa que paralisa o homem e o impede de crescer, sim emoção negativa, pois a pessoa com medo não age, reage ou, como é mais comum se recolhe e esconde paralisada, sem crescer, apenas se escondendo do perigo, da melhor forma que entende possível. O medo é emoção forte oriunda do Orgulho, chaga mortal que paralisa o espírito na sua evolução, o medo maior… Read more »

Anônimo
Anônimo
15 agosto de 2010 9:33 pm

sei não…como ja dizia Santo Raul…
>>
O meu egoismo, é tão egoísta,
que o auge do meu egoismo é querer ajudar.
>>
Carpinteiro Do Universo
http://letras.terra.com.br/raul-seixas/68662/

Anônimo
Anônimo
15 agosto de 2010 8:26 pm

Amor é ódio distorcido ???

Não poderia sê-lo, porque o ódio em si não existe (tal qual a escuridão, que nada mais é que ausência…de luz). O que existe é a “tentativa” de perverter o amor, de distorcê-lo/extinguí-lo; um ato que exige muito esforço, pois requer muita ‘ignorância acumulada’.

Anônimo
Anônimo
15 agosto de 2010 8:12 pm

Joana de Ângelis, que diz que “o ódio é o amor distorcido”
>>>
Amor é ódio distorcido ???

Ana
Ana
6 dezembro de 2009 3:26 pm

Sou Terapeuta Holística numa cidade do litoral português e numa busca pela net sobre Carl Jung, encontrei este excelente trabalho. Parabens.

Goulart Gomes
Goulart Gomes
17 setembro de 2009 3:25 pm

Texto excelente. Estimulou-me a voltar a escrever sobre Matrix, sob um novo ponto de vista.

skywalker
skywalker
21 agosto de 2010 12:49 am

Realmente de primeiríssima este post – mesmo depois de tanto tempo, reli-o de novo, e continua sendo uma obra-prima do assunto – especialmente para leigos em psicologia e psicanálise como eu. Continue assim, Acid!

Luiza
Luiza
14 outubro de 2006 12:05 am

medo para mim nao eh sensacao negativa. medo eh o que o animal sente quando sente perigo. se o perigo eh real, o medo protege do risco (algo q eh perigoso) se avaliar e acha q pode, se sente corajoso, vence o medo e se expoe ao risco talvez venca, talvez perca o desequilibrio estah em ver o perigo em tudo, ou se nao sabe avaliar os riscos, ou se nao tem coragem para enfrenta-los nada de emocao boa ou mah. Conhecer o medo escondido lah na Sombra, permite descobrir se ele eh fruto de um risco q nao existe… Read more »

Roger
Roger
10 dezembro de 2008 9:34 pm

Esse texto mudou minha vida! Eu tinha medo de ser uma pessoa má.Quando eliminei os pensamentos de possibilidades maleficas sobre confiar no avançado instinto de sobrevivencia humana…bum!Minhas tentativas de ajudar a sociedade acabaram,elas ajudavam,mas as novas açoes instintivas,apesar de serem a principio voltadas para meu completo beneficio egoista,transbordaram,quem dependia de mim começou a andar sozinho,graças as açoes,mas nao as intençoes. Meus antigos projetos fraternais eram mais egoistas que meus projetos pessoais que possibilitam ajudar melhor e muito mais gente.Estou pensando apenas em mim,100% e acho que isso transborda no meu corpo.Acho que meu ego cortou a ligaçao com o mundo… Read more »

Anônimo
Anônimo
9 julho de 2007 2:57 am

Mesmo após tanto tempo, este artigo continua a ser lido e, dia-a-dia, imortalizado.

Regina Celia F. da Costa
Regina Celia F. da Costa
13 outubro de 2006 6:36 pm

Saindo da Matrix
Conheci esse espaço através do “Somos todos um” e desde então tenho lido todos os textos. Gosto desses assuntos e cada vez aprendo mais, ampliando assim meus conhecimentos.
Quero aproveitar a opotunidade para parabenizá-lo pelos assuntos abordados e pelas pesquisas que complementam cada tema.
Tenho divulgado este post para que pessoas como eu, tb, se informem e cresçam intelectual e espiritualmente.
Atenciosamente
Chlorys/rj

Karla
Karla
14 outubro de 2006 1:50 am

belíssimo post! me toca muito, pois faz alguns meses iniciei uma psicoterapia junguiana – e posso dizer , na prática, que tem sido maravilhoso… Muitas percepções se abrindo! Cada vez me surpreendo mais com esse enfoque… Abraços

Coringa
Coringa
10 dezembro de 2008 10:31 pm

Bem interessante teu testemunho, Roger! Se isto significar autoconhecimento, sem dúvida é positivo. Em relação ao que vc mencionou, sobre teu ego haver “cortado ligação com o mundo externo”, entendo o que vc quis dizer com ‘cortou’, mas não seria mais ‘condizente’ afirmar que ‘sua FORMA de relacionar-se com o mundo externo’ é que mudou?…não creio que tenha havido ‘corte’ (no sentido mais literal da palavra), apenas mudança de ‘postura/foco’ em relação ao externo. As ‘trocas’ certamente continuarão ocorrendo, apenas de forma diferente, agora. Muito interessante tb sua constatação sobre a repercussão em outras pessoas, em decorrência da tua ‘mudança’…isso… Read more »

Anônimo
Anônimo
15 agosto de 2010 10:15 pm

J.A… eu tenho tanto odio q eu amo???
>
logo muito amor é odio ???
>>
talvez deve ser só muita ‘ignorância acumulada’.
>>>
pera aí 😀 muita ‘ignorância acumulada’… Logo inteligente ???

Anônimo
Anônimo
15 agosto de 2010 10:34 pm

é, é isso mesmo…vai enfrente na tua lógica que vc entenderá tudinho!
rs

Anônimo
Anônimo
15 agosto de 2010 9:48 pm

…só poderia sê-lo, pois no auge do teu egoísmo, não encontrarás outro caminho a seguir, senão este > querer ajudar!

Alex
Alex
29 julho de 2017 9:13 pm

Cara… fiquei besta com o texto. Você é brilhante! Também sou de Recife.. Por favor, me contate!

Skywalker
Skywalker
31 agosto de 2016 10:38 pm

“Algumas vezes tudo parece estar bem com a pessoa, mas no íntimo ela sente tédio e um vazio mortal”.

Qual é a questão nesse caso Acid, do ponto de vista do post? Falta de Sombra trabalhada, ou seja, criatividade e instintos reprimidos??

billy shears
billy shears
8 setembro de 2013 12:09 am

Vale a pena reler de novo, novamente, outra vez e além…

Sempre pertinente. Jung é genial e Acid traçou um excelente paralelo com o filme.

Sugestão de trilha para a re-leitura:

http://www.youtube.com/watch?v=HrXuvkj5Vi0

Blonski Saxofonista
Blonski Saxofonista
1 setembro de 2013 12:59 am

Mais um interessantíssimo texto do saindodamatrix ! Faz anos, que visito, e cada vez, é um prazer ! Ótima Leitura !

Gabriel
Gabriel
19 julho de 2011 3:17 pm

Seria o sexo o início e o fim de todo problema? Acredito que todas as constatações de Jung acerca da psiquê humana (sombra, anima, animus, persona) tem um uma relação bem estreita com a questão sexual.

Isso pode ser só uma ótica a ser embasada, mas não desmerece ao fato de a natureza fecunda e seu ímpieto estar dentro do homem também.

Acredito, além disso, que o Self seria como o Ser, aquilo superior até ao sexo, ou a causa raiz dele mesmo…

r
r
18 abril de 2011 10:02 am

o altruismo passa por cima do superego que é apenas uma defesa a própria vida…

r
r
18 abril de 2011 9:45 am

neo é id , impulsivo trinity é o ego, mostra a realidade smith é o superego,a moralidade imposta Matrix é o self,fazer parte da matrix é o propósito que todos nasceram… o impulso de ir a cidade das maquinas mata o ego,trinity morre vem o confronto entre o pequeno ID e a numerosa moral,SUPERGO… o confronto eterno entre o impulso e a moral acaba com um fusão… o EGO harmoniza ID e SUPEREGO e impede que se confrontem diretamente,porém é desse confronto que nasce a verdadeira harmonia,a fusão que não apenas realiza o self,fazer parte da Matrix como transcende o… Read more »

@RogerZap
@RogerZap
2 outubro de 2010 8:46 am

A flor de lotus é a entrada da mente coletiva que Neo se defrontou…O Nome do filme sempre foi ENTER.

@RogerZap
@RogerZap
2 outubro de 2010 8:36 am

A matrix de código dourado,é uma matrix dentro de sua própria mente,um mapa…
Percebendo o fato criou um mapa na mente de cada pessoa conectada a Matrix.
Com isso o hacker,sendo o que é,humildemente,chega ao mesmo patamar
de iluminado. O que vocês acham?

@RogerZap
@RogerZap
2 outubro de 2010 8:27 am

HACKEAR tudo é o SELF dele.

@RogerZap
@RogerZap
2 outubro de 2010 8:25 am

Ele nunca deixou de ser um HACKER…

@RogerZap
@RogerZap
2 outubro de 2010 8:24 am

Neo utiliza a capacidade transcorporal de Smith para entrar na mente de cada pessoa e liberta-las de uma vez por todas a nível pre-conciente,assim como em Inception (a origem). Essa é a resposta,Neo está vivo,invadiu todas as mentes,foi para uma Matrix mais profunda ainda,na mente de cada ser humano conectado a Matrix e (em nossa tbm),se Buda tivesse como entrar dentro da nossa mente e nos libertar,se Jesus,se Deus,ops…como isso se chama mesmo??hahahaha

Anjo da PAZ
Anjo da PAZ
13 outubro de 2006 11:14 pm

Evolução: A evolução do espírito, quando encarnado passa por algumas etapas no que tange o seu ser. No espírito primitivo já se possuí o princípio inteligente, mas neste momento há um predominio do instinto nele, com algumas sensações das emoções. Conforme evoluimos vamos deixando os instintos para trás e passamos a sermos dominados por emoções, que podem ser positivas (como a alegria) ou negativas (como o medo). Neste período, passamos a ter sensações dos sentimentos (virtudes dos espíritos evoluídos), são momentos em que conseguimos ter uma noção de como sentem os espíritos evoluídos (naquela hora que você sente uma sensação… Read more »

Fiat Lux
Fiat Lux
13 outubro de 2006 11:22 am

Concordo com a Luiza, acho que um dos passos mais importantes é reconhecermos a Sombra dentro de nós e não renegá-la. Só por admiti-la já é uma grande passo na evolução, pois assim vc assume a sua responsabilidade pela própria vida, ao invés de ficar esperando que os outros(pais, filhos, marido, amigos…)satisfaçam as suas necessidades e preencham o seu vazio interior. No meu caso, o passo seguinte seria a paciência e sabedoria para entender que não vou conseguir tranformar essa Sombra em Luz de uma hora pra outra; isso leva tempo, mas ao mesmo tempo em que conseguimos ser misericordiosos… Read more »

Anjo da PAZ
Anjo da PAZ
13 outubro de 2006 10:33 am

Caros Irmãos que a PAZ do SENHOR esteja com todos. Amar uns aos outros e instrui-vos. O caminho para se libertar dos equivocos nos impostos por nossos limites e as nossas limitações, além dos equivocos construidos no Mundo (por nós mesmos) demanda esforço pessoal na busca do crescimento espiritual. Viver em um mundo onde os valores são diferentes do que devemos efetivamente almejar torna o trabalho de auto-conhecimento e evolução um pouco mais complexo, pois vivemos envoltos em pensamentos, energias e idéias equivocadas. Para se libertar desses erros nossos, é preciso conhecer e praticar a Verdade. Mas encontra-lá é tarefa… Read more »

Skywalker
Skywalker
15 outubro de 2006 12:00 am

Acid, Realmente muito bom o post! Especialmente para mim, que considero-me ainda um leigo em Jung (tb, não é muito fácil…). Por este post, vc quase fez-me gostar dos Matrix 2 e 3 (que para mim não chegam a 10% do primeiro). E não é só em Matrix que percebe-se exemplos da trajetória junguiana rumo à individuação: na série Star Wars pode-se perceber isso tb, não? A trajetória do Anakin até tornar-se Darth Vader; a trajetória do Luke, que conseguiu que o pai voltasse do “lado negro” da força, após não ter se deixado levar… Acha que tem mesmo a… Read more »

Saindo da Matrix
Saindo da Matrix
15 outubro de 2006 1:17 am

O termo pansexual não foi usado no sentido de que Freud faz sexo até árvores, como o Serguei, e sim, como nos diz o dicionário: “Referente ao sexo em todos os aspectos.” Exatamente o que vc disse…

alãn
alãn
15 outubro de 2006 1:09 am

Primeiramente, nos destúrbius psicológicos, para Freud, tem um conteúdo sexual. diferentemente de dizer que o sexo é a causa de todos os distúrbios psicológicos. A sexualidade para Freud, é muito mas amplo, é simplesmente o fato de investimento pulsional energético em um objeto externo ou revertido em si. E não ao sexo, fálico. Em base do meu comentário Freud fez váras observações, elas se encontram nos 24 volumes de sua obra.

Saindo da Matrix
Saindo da Matrix
15 outubro de 2006 12:58 am

Até o ponto em que alguém com disposição para o debate possa me convencer do contrário.

Aliás, Freud provavelmente teria uma ou duas observações a fazer baseado nesse seu comentário… hehehe 😈

alãn
alãn
15 outubro de 2006 12:54 am

Puts…Freud não era um PANSEXUAL!!! até onde essa má interpretação va chegar ????????
kralho!

Saindo da Matrix
Saindo da Matrix
15 outubro de 2006 12:31 am

Tem sim, Skywalker. Quem faz uma análise mais aprofundada sobre isso é Joseph Campbell em seu livro O poder do mito. Tudo que envolve deliberadamente arquétipos (como Star Wars fez ao pegar a jornada do herói Luke, o anjo caído Anakim, a sombra Darth Vader e sua posterior redenção, etc) está envolvendo Jung.

alãn
alãn
15 outubro de 2006 1:32 am

Referente ao SEXO em todos os aspectos. A psicanálise usa a SEXUALIDADE como um termo proprio, e possui um significado diferente. Pansexual é aquele que pratica o ATO sexual genital em todos os aspectos. Para a pscanálise isto é uma peversão.
os termos psicanálitcos são diferentes aos do senso comum.
um conselho, leia “AS RESISTENCIAS A PSICANÁLISE”(1925)Obras pscológicas completas de Sigmund Freud,Volume XIX.

alãn
alãn
15 outubro de 2006 1:49 am

Ah, o resto do artigo sobre Jung está de parabéns!

Julianne
Julianne
16 outubro de 2006 12:42 pm

De fato, Freud foi muito acusado de pansexualismo, e ele foi contra a esta acusação. Concordo com Alãn na questão dos termos.Mas temso que admitir a visão do senso comum Freudiana é esta mesmo. axo que entendi o sentido que Acid quez dizer.E de fato, Jung e Freud romperam devido a teoria de libido, e a energia ser sexual.
adorei as imagens, ficarammuito engraçadas!
beijos!

Sham
Sham
17 outubro de 2006 2:02 am

Esse filme THE SECRET é muito bom galera!! Recomendo!!

Cristian
Cristian
17 outubro de 2006 11:27 pm

Fiquei perplexo com este texto!! Mexeu muito com a minha estrutura psicoemocionalespiritual hehe! Não é atoa que me identifico tanto com a trilogia Matrix.
É como o Oráculo revela no 1o filme: “Conhece-te a ti mesmo”.

Luiza
Luiza
13 outubro de 2006 12:10 am

Bruno de forma bem simples, que é como entendo: o que vc chama de sua parte negativa, está dentro do que Jung chamava de Sombra. Faz parte de você. Se vc nao a reconhece, não consegue aceitá-la,ou comprendê-la ou transformá-la. Pode passar a vida apontando a sua Sombra nos outros, pq esta é uma maneira fácil de enxergá-la. Assim, julga e acusa. Quando se volta para o auto-conhecimento, logo percebe q direcionar sua energia para os outros, não lhe acrescenta nada em termos de desenvolvimento pessoal. o auto-conhecimento é um amargo remédio. Procure encontrar suas características e verá que se… Read more »

Cris
Cris
12 outubro de 2006 11:59 pm

Oi, Acid. A parte que diz que quando odiamos alguëm é pq identificamos nessa pessoa algo que não gostamos em nós mesmos é assustadoramente certa. Já fiz o teste. Hj à tarde, antes de ver o post anterior, eu já tava pensando em te mandar um e-mail reclamando da demora p/ atualizar o blog.(não custa nada reclamar, é o que sempre digo, além disso, vc já deve ter se acostumado com minhas reclamações) 😀 Daí vi o post sobre a tragédia do avião e blza, premonição é sempre interessante. Mas esse tá muito bom, hein? Muito bom mesmo. Essas sumidas… Read more »

Chandra
Chandra
14 outubro de 2006 6:05 pm

Simplesmente magnífiko! Muito obrigada! Sem dúvida me ajudou muito a evoluir mais um pouko…
Mais uma vez, Acid, vc mandou muito bem!

Frank Mesk
Frank Mesk
14 outubro de 2006 10:31 am

Não existiria o medo racional e o medo irracional?

Anjo da PAZ
Anjo da PAZ
14 outubro de 2006 11:28 am

Caros irmãos, Que a PAZ do SENHOR esteja com todos.
Voltemos ao medo, como exemplo de discussão:
A “Sombra” é um conceito junguiano para designar a soma dos lados rejeitados da realidade que a criatura não quer admitir ou ver em si mesma, permanecendo, portanto, esquecidos nas profundezas da intimidade. Por medo de sermos vistos como somos, nossas relações (especialmente com nós mesmos) ficam limitadas a um nível superficial; resguardamo-nos e fechamo-nos intimamente para sentir-nos emocionalmente seguro. No entanto, o desvendar, GRADATIVAMENTE, nosso eu interior, nosso próprio padrão de medos e necessidades, proporciona-nos uma base sólida de autoconfiança e progresso.

Eneles
Eneles
12 outubro de 2006 7:14 pm

Muito bom mesmo, quem se aprofunda no auto-conhecimento de “verdade” não pode deixar de se identificar com este post.
Sem querer inflar teu Ego, parabéns mesmo!

Paulinha
Paulinha
12 outubro de 2006 5:37 pm

Siiiim e essa obs. da polaridade foi fantásticooo, tchán! 😀

Paulinha
Paulinha
12 outubro de 2006 5:29 pm

Que ótimo o post, acidulado!!! =) Ler pela segunda vez e com alguns ajustes foi tão emocionante quanto a primeira! É algo MUITO bom e útil pra se pensar!! De todas as abordagens que já estudei, a psicologia analítica é a que mais me interessa, pelo menos até agora. Me imagino indo pra uma consulta.. tenho muita curiosidade para saber como é. Quando jung fala que a busca pelo self é a meta da vida, é o objetivo.. eu babo.. principalmente pela busca da integração e a harmonia da personalidade total, e que essa mesma busca motiva as pessoas a… Read more »

Bruno B¬D
Bruno B¬D
12 outubro de 2006 5:18 pm

acid, estou com um dilema existencial atualmente, que vc me lembrou com a parte em que diz: “Neo se defronta com as questão do que é “real” várias vezes durante os filmes. Primeiro, ele teve de se libertar da ilusão da Matrix, depois da ilusão do ego e, por fim, da ilusão da individualidade. Somente quando percebeu que não tinha sentido combater pela eternidade a Sombra (Smith) foi que Neo se deixou levar pelo SENTIDO dos acontecimentos, que no filme é chamado de propósito. Todos ali têm uma missão, uma programação, mesmo fora da Matrix. Era o indicativo de que,… Read more »

Bruno B¬D
Bruno B¬D
12 outubro de 2006 5:09 pm

sobre o que ele fla extamente?

nunk ouvi flar antes…

B¬D

Saindo da Matrix
Saindo da Matrix
12 outubro de 2006 4:52 pm

Quem quiser a transcrição do filme The Secret, está aqui:
http://www.4shared.com/dir/840297/2bd04f6e/The_Secret.html

Bruno B¬D
Bruno B¬D
12 outubro de 2006 3:45 pm

ah, quase esqci…

PRIMEIRAÇO!!!

😀
😀
😀

hehehehehehe

desculpe, não resisiti…

B¬D

Bruno B¬D
Bruno B¬D
12 outubro de 2006 3:45 pm

avid, so vc consegue fazer isso comigo, me deixar COMPLETAMENTE abismado, cheio de duvidas… reflexoes…

isso naum eh exatemente algo bom (no sentdio conotativo claro), pois vou passar um dia inteiro meditando sobre o conteudo, mas é algo MARAVILHOSO (so sentido denotativo verdadeiro) pois quando acabar, vou estar um tikinho mais evoluído! 😛

abraços!
B¬D

Luiza
Luiza
14 outubro de 2006 9:51 am

Anjo

tudo questao de retorica, dissemos a mesma coisa , mas vc insiste em classificar tudo como bom e mau, negativo ou positivo. o que implica que está sempre julgando a si mesmo. Disso pode advir a Gloria ou a Redencao, ou o Pecado e a Culpa, Arependimento, etc.
Prefiro conhecer-me e que meu julgamento sirva apenas para discernir o que quero do que nao quero, para mim e para a Humanidade.
Jah eh uma missao bastante pesada, nao dah pra incluir preocupacoes com ceu ou inferno ao final…

Lígia
Lígia
14 outubro de 2006 9:49 am

Acid, tenho que te agradecer, pois este estudo me ajudou a entender melhor o sério obstáculo das máscaras que usamos e com as quais perigosamente podemos nos confundir. Que bom que você colocou em linguagem popular conhecimentos tão complexos como estes, só acessíveis aos mais “eruditos”

Bruno H.
Bruno H.
13 outubro de 2006 1:21 am

Muito bom mesmo.
(ps: ver a flor de lótus ali… com a imagem parada é fácil, mas com a rapidez da cena… tu é psicopata Acid)
🙂

Luiza
Luiza
13 outubro de 2006 12:12 am

corrigindo, desculpe.

Procure encontrar suas características e verá(usando exemplos grosseiros), que se for perseverante, talvez seja teimoso. se for condescente, talvez seja indeciso. Se for lutador, talvez seja intolerante. Se tiver boa auto-estima, talvez seja arrogante.
Não são opostos, são lados da mesma moeda.

Anjo da PAZ
Anjo da PAZ
14 outubro de 2006 11:39 am

Continuando: O medo traz como resultado para as nossas vidas a perda do nosso poder de pensar e agir com espontaneidade. O medo é uma questão de percepção da pessoa, pois ele é oriundo daquilo que focalizamos em nosso íntimo. Em muitas ocasiões, ficamos parados focalizando nossas dificuldades, deixando a vida girar em torno deles, transformando nossos dilemas em peças centrais da vida, e quando essas forças conflitantaes começam a nos ameaçar, ficamos apavorados (estaganados em nosso crescimento). As sensações de medo sobrecarregam as energias dos chakras do plexo solar e do cardiáco (sensação ruim no estomago e batimento cardíaco… Read more »

Thiago Alcalde
Thiago Alcalde
12 outubro de 2006 11:45 pm

Nossa, desde a primeira vez que visitei este site por acaso não paro de ter ótimas surpresas com os textos do Acid, nossa cara, nem sei como elogiar esse incrível trabalho! Valew!

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