O filme Matrix é de uma inteligência única na história do cinema: Conseguiu trazer para o inconsciente coletivo dos ocidentais o que dois mil anos de doutrina orientais não conseguiram. Claro que toda a mensagem está cifrada, e misturada com efeitos especiais e ação. Mas está lá…
Uma cena emblemática do filme é a do garoto budista que segura uma colher, e ela começa a entortar. Neo olha curioso, e o garoto lhe diz: “Não é a colher que entorta, e sim você. Não há colher“.
Bem, a colher foi só um exemplo pra causar o efeito “uau” que causou. O verdadeiro sentido destas palavras é que, se você segue o caminho do meio (ações corretas, pensamento correto, enfim, é uma pessoa correta) o mundo pode desabar ao seu redor e você não será afetado. Pode até morrer, mas o seu “eu” não será afetado.
Vamos substituir, no diálogo original,a palavra “colher” por “mundo” e “entortar” por “mudar”:
Garoto: Não tente mudar o mundo. Isto é impossível. Ao invés disto tente perceber a verdade.
Neo: Que verdade?
Garoto: Não há mundo.
Neo: Não há mundo?
Garoto: Então você verá que não é o mundo que muda, e sim você mesmo.
Esse conceito não é novo. Há 1.300 anos, no Templo Fa Shin, dois monges discutiam:
– A bandeira está se movendo!
– Não, é o vento que está se movendo!
Como eles não conseguiam chegar a um acordo, Hui-Neng apareceu e disse aos dois:
– É a mente de vocês que está se movendo!
O mundo não nos faz. Nós é que o fazemos.
Matrix vai passar hoje na Globo!
1:00h
Sobre a Observação – Krishnamurti “Tende a bondade de continuar a acompanhar-me um pouco mais. Esta matéria poderá ser um tanto complexa e sutil, mas, por favor, continuai comigo a investigá-la. Pois bem; quando formo uma imagem a respeito de vós ou de qualquer coisa, tenho a possibilidade de observar essa imagem e, assim, há a imagem e o observador da imagem. Vejo uma pessoa, suponhamos, de camisa vermelha, e minha reação imediata é de gostar ou não gostar dessa camisa. O gostar ou não gostar é resultado de minha cultura, de minha educação, minhas relações, minhas inclinações, minhas características… Read more »
Interessante o texto.
Everton Ferrante,
Você acredita no que fala?!
Socram,
😀
Todo mundo pensa em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo.
Leon Tolstoi
Morpheus:
How did I beat you?
Neo:
You… you’re too fast.
Morpheus:
Do you believe that my being stronger or faster has anything to do with my muscles in this place? Do you think that’s air you’re breathing now?
Muito interessante! Isso me lembrou um dos ensinamentos do don Juan a Castaneda: “As coisas não mudam. Você que muda o modo de olhar para elas”.
Olá,
Tenho lido sempre o que escreves por aqui… e tenho gostado!
O Zen é um caminho bacana!
O Espiritismo precisa encontrar o zen.
Tente!!!
um homem que não tenha conhecimento e que viva naquela esfera de Hollywood (cheia de inveja, mentiras, sexo e dinheiro) não seria capaz de fazer um filme desses, como vários outros.
Tenha certeza de há muito mais ajuda além dos “homens reais” que ali estão….rs
Poxa, deu até vontade de assitir os 3 filmes de uma vez só…rs
abraços
Impressionante este texto… e olha que eu não sou fácilmente impressonável. Olha, e já reparaste qual é o livro que Neo vai buscar á estante logo no início do filme, quer dizer, não é ainda Neo, pk ainda está dentro da Matrix? É o livro de Baudrillard, Simulacres et Simulations … ; )
um dos livros mais espectaclares que eu já li …
Impressionante como filmes influenciam as pessoas. Na verdade, eu nunca assisti nenhum dos filmes da série Matrix, e mal sei a história, sei muito por alto, mas se os novos profetas e gurus se dão através de Hollywood, desde que a mensagem seja positiva, até é válido.
Legal essas frases, os roteiristas devem ter passado meses ou anos revirando livros de filosofia para chegarem nesse texto final.