O ET DE VARGINHA

Nós temos a tendência a se ver pelos outros. Isso é verdade tanto num nível pessoal, quanto coletivo. Nós nos valorizamos mais quando alguém (especialmente de fora do círculo social ou familiar) nos valoriza. Como país, temos orgulho daquilo que é valorizado lá fora. Acontece que, no campo ufológico, o Brasil é um verdadeiro manancial de puro ouro e nós não damos a devida atenção. Operação Prato e A Noite oficial dos OVNIs são dois casos que, se fossem nos EUA, dariam filmes feitos por Steven Spielberg ou J.J. Abrams. Além desses, temos um outro caso que ficou muito famoso no país, mas logo caiu na galhofa (inspirando uma das melhores esquetes do Casseta e Planeta) e virou atração turística da cidade mineira onde aconteceu: o Caso ET de Varginha.

O ET DE VARGINHA

Vinte e seis anos depois, talvez o caso ganhe a seriedade que merece, agora que o produtor do prestigiado documentário ufológico O Fenômeno: Não Estamos Sozinhos (The Phenomenon), James Fox, está lançando seu mais novo trabalho: Momento de Contato (Moment of Contact), tratando exclusivamente do Caso Varginha. Nesta entrevista, Fox explica que o caso seria incluído no documentário Fenômeno, mas o volume de informações, depoimentos e a própria importância do caso na ufologia mundial fizeram com que o “ET mineiro” ganhasse seu próprio documentário.

Momento de Contato – Trailer legendado

Pra quem não conhece o caso, ele pode ser considerado o “Roswell brasileiro”, pois tudo indica que um ou dois OVNIs foram abatidos (pelos EUA?) e seus tripulantes, machucados, ficaram perdidos pela cidade e foram capturados por militares brasileiros. Coloco abaixo a cronologia dos acontecimentos em Varginha, misturando algo que recebi em 2000 da antiga lista de discussão UFO Online (e cujo autor é desconhecido) com o conteúdo do site Varginhaonline:

13 de Janeiro de 1996

Uma semana antes dos principais acontecimentos em Varginha, o piloto de ultra-leve Carlos de Souza vê um artefato alongado e sem asas a menos de 15 km do trevo que liga a Rodovia Fernão Dias à estrada que dá acesso a Varginha. Passa a seguir visualmente o objeto, que parecia em dificuldades, alternando altitude e rota, com uma abertura em sua parte anterior de onde saía uma névoa. Na direção de Belo Horizonte, após 10 km do trevo de Varginha, observa que o objeto desaparece atrás de morro, na Fazenda Maiolini. Tomando a estrada sem asfalto, vê vários destroços metálicos sendo recolhidos no pasto por militares. No local havia dois caminhões, um helicóptero e uma ambulância do exército.

Um pedaço maior do objeto acidentado, do tamanho de um automóvel, é colocado na carroceria do caminhão. Milhares de pequenos pedaços e destroços espalham-se pelo pasto. Carlos de Souza é abordado por militares pedindo que se retire do local e “esqueça o que viu”. Voltando, ele pára num posto de gasolina e é novamente abordado por dois homens, que aconselham-no a não comentar, com quem quer que seja, o que presenciou.

De acordo com o ufólogo e engenheiro paulista Claudeir Covo, exatamente nesse dia a Força Aérea dos Estados Unidos teria alertado aos colegas brasileiros sobre registros de radar anormais no território nacional. “Tenho um depoimento de um oficial que confirmou cerca de 40 objetos não-identificados registrados pelos radares brasileiros no mês de janeiro de 1996”, diz Covo.

20 de janeiro, 1h30

Em uma fazenda a 10km do centro de Varginha, à beira da rodovia que liga a cidade à Fernão Dias, o casal Eurico Rodrigues de Freitas, de 40 anos, e Oralina Augusta de Freitas, de 37, são acordados pelo ruído do gado assustado que corria de um lado para outro. Ao abrirem a janela, viram uma pequena nave, do tamanho de um micro-ônibus, em forma de um submarino, que sobrevoou lentamente a região, por 40 minutos, a 5 metros do solo. A nave estava apagada e tinha em uma das pontas a estrutura aparentemente rasgada, soltando muita fumaça. A nave lentamente seguiu na direção do Jardim Andere, um bairro de Varginha. A primeira conclusão dos ufólogos, não definitiva, é que essa nave teve uma das pontas danificadas por uma explosão – a qual espalhou pela região grande quantidade de pequenos pedaços de metal –, permaneceu no ar durante algum tempo e depois caiu próximo ao Jardim Andere, provavelmente machucando parte da tripulação, que se refugiou na pequena floresta do referido bairro. Alguns militares afirmam que a nave foi recuperada e enviada para os Estados Unidos.

20 de janeiro, 8h30

et varginha desenho1

O Corpo de Bombeiros de Varginha recebeu um telefonema anônimo de que havia um animal estranho no Jardim Andere. Redes, luvas e equipamentos foram preparados e uma viatura se deslocou para o local, com quatro bombeiros, sob a coordenação do major Maciel. Em frente ao n° 3 da Rua Suécia, no Jardim Andere, há um barranco, logo abaixo uma linha férrea e uma pequena floresta. Nessa rua havia pelo menos três adultos e três crianças acompanhando a movimentação. Os bombeiros chegaram às 10h30, localizaram o estranho ser e, com o auxílio de uma rede, rapidamente o capturaram. Segundo alguns depoimentos, a estranha criatura estava abobada e não ofereceu nenhuma resistência. Os bombeiros subiram o barranco e encontraram, além da sua própria viatura, uma viatura do Exército. Colocaram a estranha criatura, ainda envolta na rede, numa caixa de madeira, que fui coberta com uma lona e posta na traseira do caminhão do Exército, sob a guarda de dois soldados. Esse caminhão rumou para a ESA e a viatura do Corpo de Bombeiros retornou ao quartel. A 100 metros havia alguns pedreiros e serventes, que acompanharam toda a movimentação militar no local. Quando os adultos e as crianças que estavam no local subiram a rua, o pedreiro Henrique José de Souza perguntou-lhes o que os militares estavam fazendo no barranco, e eles disseram que capturaram uma estranha criatura. Pelo menos dois militares afirmaram que esse ser foi mantido em cativeiro, na ESA, por 24 horas. Depois ele foi colocado em uma jaula e, de helicóptero, partiu para Brasília. Dali teria ido para os Estados Unidos em um jato. Tal relato permanece sem confirmação.

20 de janeiro, 14h

Uma testemunha civil, que já foi militar, observou no local pelos menos sete militares do Exército, com uniformes típicos do tipo camuflado, armados com fuzil FAL (Fuzil de Artilharia Leve). Eles vinham a pé pela linha de trem e proximidades, fazendo uma espécie de varredura na região, quando entraram na pequena floresta onde, pela manhã, o primeiro ser foi capturado pelos bombeiros. Em certo instante, essa testemunha ouviu três disparos de fuzil FAL, o qual tem um som metálico bem conhecido. Um militar de Campinas disse que uma criatura estava socorrendo outra caída no solo, aparentemente ferida. Talvez essa criatura tenha apresentado sinais de reação contra os militares e acabou sendo atingida no peito pelos três disparos. Segundo esse militar, uma das criaturas era diferente das demais, com o corpo todo coberto por pêlos pretos. A testemunha civil disse ainda que alguns minutos após os três disparos, os militares saíram da mata com dois sacos típicos utilizados pelo Exército. Um deles continha “algo” que se mexia muito, enquanto no outro havia “algo” imóvel. O volume em cada saco era equivalente ao ser capturado pelos bombeiros pela manhã. Se nesses dois sacos havia mais duas estranhas criaturas, uma viva e outra morta, teríamos até agora a captura de três desses seres, dois vivos e um morto. Tais informações, por chegarem até nós fragmentadas, não são 100% confiáveis.

20 de janeiro, 15h30

et varginha 3D

Depois do trabalho, as jovens Kátia Andrade Xavier (22 anos), Liliane Fátima da Silva (16 anos) e Valquíria Aparecida da Silva (14 anos) retornavam para casa a pé. Quando estavam atravessando o terreno baldio situado na Rua Benevenuto Braz Vieira, ao lado do n° 76, a três quarteirões do local onde os bombeiros capturaram a primeira criatura, viram algo assustador: um ser de aproximadamente 1,60 metro de altura, magro, pele de cor marrom-escuro brilhante, como se estivesse untado com uma espécie de creme, com varias veias aparentes; tinha duas pernas com enormes pés e dois dedos cada, dois braços com mãos contendo três dedos cada, mais compridos do que os braços dos seres humanos; a cabeça era enorme, com três protuberâncias ósseas, duas de lado e uma no centro da cabeça, sem nenhum pêlo aparente; os olhos eram grandes, vermelho-sangue e saltados para fora, como olhos de sapo. Os militares que viram os seres capturados, além de confirmarem essa descrição, complementaram-na dizendo que eles tinham apenas dois furos no lugar do nariz, uma boca muito pequena, uma língua preta, fina e comprida, exalavam um forte cheiro de amoníaco por todo o corpo e faziam um zunido pela boca parecido com abelhas. A estranha criatura vista pelas moças estava agachada próxima à parede de uma oficina, no meio de alguns arbustos. No primeiro instante pensaram se tratar de uma estátua, mas quando a criatura girou a cabeça elas viram aqueles enormes olhos vermelhos. Não era bicho nem gente, era um ser horrível. Saíram correndo, apavoradas, e só pararam em casa. A mãe de Liliane e Valquíria, dona Luíza Helena da Silva, 38 anos, juntamente com os vizinhos, retornou ao local mas não encontrou a estranha criatura. Ali só havia duas pegadas no solo e um cheiro muito ruim. Possivelmente, com os militares fazendo a varredura na mata, a três quarteirões de distância, uma hora antes, e dando tiros de FAL, a criatura que as três jovens viram certamente sentiu risco de vida e saiu em fuga da mata, escondendo-se pelos arbustos até chegar ao terreno baldio. Liliane disse que a aparência do ser era assustadora.

20 de janeiro, 17h

Se foi fantástica a captura de estranhas criaturas em Varginha, fantástica também foi a chuva de granizo que caiu na cidade um pouco antes do anoitecer. Nos últimos 25 anos Varginha não vira chuva igual. Os moradores observaram granizos do tamanho de bolinha de pingue-pongue. Partindo da suposição de que na pequena floresta do Jardim Andere e arredores deve ainda haver mais dessas estranhas criaturas, certamente elas foram atingidas pelos granizos e, de certa forma, se machucaram. Após a chuva, o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar e o Exército tinham boas desculpas para vasculhar toda a região. Na realidade os militares sabiam que havia mais seres na região, pelo menos mais um: aquele que Kátia, Liliane e Valquíria haviam visto por volta das 15h30. E acabou acontecendo mais uma captura, a quarta, agora pela Polícia Militar, às 20h. Esse ser capturado pode ser ou não o mesmo visto pelas três jovens. Da mesma forma que aconteceu na captura da manhã pelos bombeiros, essa criatura também não ofereceu maior resistência. Estava aparentemente abobalhada, doente ou machucada. O policial Marco Eli Chereze, 23 anos, teria agarrado a criatura pelo braço, colocado no banco traseiro do carro e levado inicialmente a um posto de saúde da cidade, onde foi recusada. Em seguida, ela foi levada para o Hospital Regional. A movimentação da Polícia, Bombeiros e do Exército causa histeria no hospital, onde doentes são transferidos de alas e funcionários instruídos a se calarem.

21 de janeiro, 1h30

Madrugada. A criatura foi transferida para o Hospital Humanitas, que fica mais próximo da periferia. Muitas pessoas viram a estranha movimentação do Exército, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar nos dois hospitais. Provavelmente, a transferência deveu-se ao fato de o Humanitas ser melhor aparelhado e de estar longe do centro da cidade, o que faria com que menos pessoas vissem toda a movimentação militar. No dia seguinte, já no domingo, foram observados carros com militares chegando no Humanitas, com placas de Belo Horizonte, bem como médicos da USP e da Unicamp. Ainda desconhecemos que tipo de tratamento teve ou tiveram o ser ou os seres, uma vez que não sabemos se o ET que levou os três tiros também foi levado ao hospital. Tudo indica que sim. A criatura que entrou com vida no Humanitas acabou morrendo lá dentro. Não sabemos se de morte natural, se estava gravemente ferida, doente, ou ainda – o que seria lamentável – se teria sido morta.

22 de janeiro, 16h

A ESA, com o auxílio de três caminhões Mercedes-Benz tipo 1418, com a carroceria coberta com capota de lona e vários veículos sem identificação, provavelmente do Serviço de Inteligência (S2), inicia-se a ação de retirada dos seres do Hospital Humanitas. Foi feita uma série de manobras de despistamento por dentro da cidade, com o auxílio de rádios portáteis de comunicação e telefones celulares. Um de cada vez, os caminhões encostaram de ré na porta lateral do Humanitas. Nesse local havia mais de 15 pessoas, entre médicos, enfermeiros e militares do Exército, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar. Uma caixa especial reforçada, uma espécie de caixão de defunto, em cima de dois cavaletes, recebeu o corpo do ser. A tampa foi colocada na caixa e devidamente lacrada. Depois foi todinha enrolada com plásticos pretos e instalada no caminhão, devidamente amarrada. A lona traseira do caminhão foi instalada e suas janelas laterais de plástico também foram fechadas, de maneira que não se podia ver absolutamente nada dentro do veículo. Quando esses caminhões retornaram à ESA foram vistos pelo dr. Marcos A. Carvalho Mina, médico-veterinário do Zoológico de Varginha.

23 de janeiro, 4h

Um comboio todo especial sai da ESA com destino a Campinas. Uma Kombi na frente, os três caminhões em fila e atrás vários outros automóveis sem identificação. Por volta das 9 horas chegaram na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas. Posteriormente, os seres foram levados para a Unicamp e entregues ao conhecido legista Fortunato Badan Palhares, que, juntamente com o Dr. Konradin Metz e uma equipe especial de civis e militares, iniciou as autópsias e estudos científicos nos seres. Funcionários do laboratório onde trabalha Dr. Badan estranharam o fato de que, na chegada dos seres a esse local, foi pedido para todos se retirarem, fato nunca acorrido antes. Pelo menos três militares afirmaram que um dos seres foi levado para um laboratório secreto, subterrâneo, do Hospital das Clínicas, na Unicamp. Eles informaram também que existe outro laboratório secreto subterrâneo embaixo do prédio da Faculdade de Biologia. O outro ser teria sido levado a uma das geladeiras do IML (Instituto Médico Legal), situado no necrotério do cemitério dos Amarais. Vários militares disseram que nunca tinham visto esse local tão bem guardado como nos meses de fevereiro, março e abril de 1996. Também a quantidade de militares vistos nesse período circulando pela Unicamp foi assustadora. Todas essas operações de captura, transporte para os hospitais, para a ESA e Campinas foram coordenadas pelo tenente-coronel Olímpio Wanderley dos Santos, pelo capitão Ramires, pelo tenente Tibério da PE (Polícia do Exército) e pelo sargento Pedrosa. O comboio foi dirigido pelo cabo vassalo, soldado Cirilo e soldado De Melo. Todos esses militares são da ESA. Um militar nos informou que em um dos caminhões estavam milhares de pequenos fragmentos metálicos desconhecidos. Provavelmente, tais fragmentos são oriundos daquela nave avistada pelo casal Eurico e Oralina, aparentemente danificada. Consequentemente, nesse grande quebra-cabeça, conclui-se que os três caminhões que foram para Campinas estavam carregando no primeiro um ser morto, no segundo um outro ser morto e no terceiro os fragmentos metálicos. Alguns militares disseram que os fragmentos metálicos, de origem desconhecida, foram levados para o Centro Tecnológico da Aeronáutica (CTA), em São José dos Campos (SP), onde foram analisados por militares brasileiros e norte-americanos, dentro de um outro laboratório secreto subterrâneo ali existente.

23 de janeiro

Um avião Búfalo sai da Base Aérea de Canoa (RS). Em seu interior havia três contêineres, uma caixa e vários militares. No primeiro contêiner havia os geradores, no segundo o equipamento de recepção e computadores e no terceiro uma pequena oficina portátil. Na caixa havia a antena desmontada. Em outras palavras, um sofisticado radar portátil. O avião seguiu para o sul de Minas. Esse radar deve ter sido instalado em alguma cidade próxima a Varginha. Nesse período, havia muita naves alienígenas sobrevoando a região. Militares da ESA informaram que certa noite ficaram preocupados com a hipótese de uma retaliação por parte dos seres extraterrestres. Nesse período, vários militares da Força Aérea e do Exército dos Estados Unidos chegaram à ESA em helicópteros. Uma área da ESA foi interditada. Agentes do Serviço de Inteligência (S2) de vários pontos do País foram enviados para a ESA. Moradores do local, de muitos anos, nunca viram tanta movimentação na Escola de Sargentos. Os militares que participaram da operação ainda hoje estão sendo vigiados e seguidos pelos S2.

26 de janeiro

Vários militares que atuam dentro da NASA chegam à Unicamp, alegando que iriam selecionar cientistas brasileiros para participar de futuras missões espaciais com os norte-americanos. Provavelmente são militares que conhecem profundamente todos os detalhes sobre discos voadores e seres extraterrestres. Militares informaram que esses militares norte-americanos estão trabalhando em conjunto com os colegas brasileiros dentro do laboratório subterrâneo.

1 de março

O secretário de Estado americano, Warren Christopher, assina com o ministro das Relações Exteriores Brasileiros, Luiz Felipe Lampreia, o “Acordo de Cooperação para o Uso Pacífico do Espaço Exterior“. Fica a pergunta no ar: teria algo a ver como Caso Varginha?

2 de março

O adiministrador-geral da NASA, Daniel Goldin, visitou as instalações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e assinou acordos de cooperação espacial entre as duas entidades. Já houve acordos assim no passado, mas é a primeira vez que o principal dirigente da NASA vem ao país conhecer o aparato científico nacional. Pessoas que estão acompanhando o Caso Varginha, civis e militares, acreditam que a presença de Daniel Goldin e de Warren Christopher no Brasil envolve acordos em relação dos seres capturados em Varginha. Seria também uma forma de justificar a presença de militares que atuam dentro da NASA na Unicamp.

21 de abril, 21h

Dentro do Zoológico de Varginha há um restaurante de nome Paiqueré, o qual é alugado para terceiros. Nessa noite estavam comemorando um aniversário Dona Terezinha Gallo Clepf, 67 anos, esposa do Sr. Marcos Clepf, ex-vereador da cidade. Ela foi à varanda para fumar um cigarro. O local estava totalmente escuro. Ao olhar para o lado esquerdo, a 4 metros de distância, ela viu um ser exatamente igual ao descrito pelas jovens e pelos militares, sendo que este tinha na cabeça uma espécie de capacete amarelo. Dona Terezinha disse ter a impressão de que os enormes olhos vermelhos do ser emitiam uma espécie de luminescência, o que permitiu ver muito bem a sua face. O ser estava de pé, atrás da grade que circunda a varanda. Por estar escuro, ela não viu maiores detalhes do corpo. Durante alguns minutos, dona Terezinha ficou estática, olhando para a estranha criatura e vice-versa. Em nenhum instante a criatura se movimentou ou emitiu ruído. Assustada, a mulher entrou no restaurante e ficou calada, ainda sob o impacto emocional da visão. Logo depois, retomou à varanda, e a tal criatura ainda estava lá. Desesperada, ela entrou, puxou o mando pelo braço e tratou de sair do local rapidamente. O Sr. Marcos, vendo o nervosismo da esposa, levou-a para casa. Somente no carro é que ela contou o que vira. Ainda hoje dona Terezinha se intranquiliza quando pensa no que viu. Coincidência ou não, naquele período, em 12 dias, morreram misteriosamente cinco animais na região: dois veados, uma anta, uma arara azul e uma jaguatirica.

29 de abril, 22h

Luiza Helena da Silva, mãe de Liliane e de Valquíria, recebe a visita de quatro elementos que não se identificaram – dois jovens e dois homens mais velhos, vestidos de terno preto e gravata. Depois de ouvirem as meninas, eles disseram que eram a “mina de ouro” delas. Em uma grande tentativa de suborno, ofereceram a elas dinheiro suficiente para realizarem os seus sonhos, em troca de uma gravação de um vídeo onde Liliane e Valquíria iriam dizer que não viram nenhuma criatura estranha e que tudo aquilo foi apenas uma brincadeira. Não sabemos se esses quatro elementos eram militares, fanáticos religiosos ou ainda alguém “testando” as garotas.

8 de maio, 11h

O general de brigada Sérgio Pedro Coelho Lima, comandante da ESA, reuniu a imprensa e leu uma nota de esclarecimento, informando que nenhum elemento ou material da Escola de Sargentos das Armas teve qualquer ligação com os fatos aludidos. Ao terminar, o repórter da EPTV perguntou onde estavam os outros militares citados. Ele respondeu: “Trabalhando, em prol do Exército e em prol da nação”. “O Sr. tem como provar?” “Não temos que provar nada e o que eu tinha a falar foi lido nesta nota”, respondeu o general Lima, após o que virou as costas e saiu, deixando os repórteres convencidos de que realmente algo acontecera em Varginha.

29 de maio

Em quase total sigilo, pela primeira vez na historia do Brasil, um ministro de Estado se reúne com o Alto Comando fora de uma capital. Um fato histórico. O ministro do Exército, Zenildo Zoroastro de Lucena, juntamente com 29 generais, incluindo o chefe do Estado Maior, general Délio de Assis Monteiro, o comandante militar do Sudeste, general Paulo Neves de Aquino, os chefes de diretoria e departamentos e os 8 comandantes militares de área se reuniram em Campinas para uma pauta que poderia tranquilamente ser cumprida por militares de menor escalão. Visitaram a Escola Preparatória de Cadetes do Exército para avaliar o projeto ESPCEX 2000, que visa a informatização da educação e a criação de um ambiente de ensino moderno para os cadetes, bem como a implantação do sistema de monitoramento por satélite. Depois visitaram o 28° Batalhão de Infantaria Blindado (BIB) para avaliar os 16 computadores já adquiridos de um total de 26, que visam gerar procedimentos administrativos e preparo de soldados. Daí, foram para a Embrapa conhecer o sistema de informação geográfica. No dia seguinte, foram para Pirassununga, no 2° Regimento de Carros de Combate, uma unidade da 11a Brigada de Infantaria Blindada, a fim de acompanhar as obras que estão sendo realizadas para o recebimento de 40 carros alemães de combate Leopardo, adquiridos recentemente. Segundo militares de diversos lugares do Estado de São Paulo, inclusive do Litoral, nos dias que antecederam a visita do ministro foram realizadas diversas reuniões em Campinas, Pirassununga, Bragança Paulista e provavelmente também em outros Estados, envolvendo militares do alto escalão.


Os depoimentos poderiam até ser fruto da imaginação ou má-fé das testemunhas, mas a série de acontecimentos estranhos reunidos pelos ufólogos é irrefutável. Os militares da Escola de Sargentos das Armas, por exemplo, negaram durante meses que tivessem andado por Varginha. Mas, em 1997, voltaram atrás e deram uma versão bizarra dos fatos, durante entrevista a uma emissora de TV americana. Um major da escola admitiu o envio de caminhões à cidade naquele dia, mas disse que o motivo era uma visita de rotina a uma oficina mecânica. No caminho, os soldados teriam parado para socorrer um casal de anões, sendo que a mulher estava grávida. Para o militar, as testemunhas teriam confundido a anã prestes a dar à luz com um extraterrestre.

et varginha marco
Marco Eli Chereze

Outro acontecimento esquisito foi a morte do PM Marco Eli Chereze, que pegou na criatura com as mãos desprotegidas. Os ufólogos afirmam ter depoimentos que comprovam a participação de Chereze nas operações realizadas no Jardim Andere. Ele teria carregado nos braços a criatura encontrada no matagal. Alguns dias depois, submeteu-se a uma pequena cirurgia para retirar um abscesso próximo à axila. E morreu três semanas após, devido a uma infecção generalizada. A mulher do policial, Valéria Chereze, conta que o laudo oficial da morte lhe foi negado durante 13 meses. Quando veio, faltavam páginas. “Marco tinha uma saúde perfeita, não pegava nem resfriado”, disse ela. E o mais intrigante: “Pouco antes de morrer, ele ficava nervoso e mudava de assunto sempre que alguém comentava o caso do ET”, revela Valéria. “Hoje, os colegas dele evitam falar comigo”. O médico legista que fez a autópsia de Marco Eli disse, em tom de incredulidade: “Eu nunca vi coisa igual. Um furúnculo ser causador de uma septicemia e morte. É a única coisa que eu posso acrescentar neste caso”.

Luiza Helena da Silva, mãe das duas irmãs que teriam visto o ET no Jardim Andere, diz aos prantos que as filhas nunca gostaram de comentar o assunto e hoje se recusam a dar entrevistas e ser fotografadas. A notoriedade só lhes trouxe dores de cabeça. “Somos pobres, nunca ganhamos nada com essa história, só sofrimento.” As garotas viraram motivo de piada na cidade, acusadas de serem oportunistas. “Até emprego recusaram a elas por causa dessa história”. Muita gente em Varginha chega até a se envergonhar da história. “O que essas meninas viram foi um surdo-mudo que anda pelado por aí”, diz com ar de chacota o pintor Dênis Ferreira, de 23 anos, funcionário da oficina mecânica vizinha ao terreno onde o ET teria sido avistado. De fato, a poucos quarteirões dali vivia um deficiente físico conhecido como ‘Mudinho‘. Segundo os próprios irmãos, ele passava os dias vagando pelo bairro. Tinha o costume de andar sem camisa e ficar horas agachado na calçada ou perto de muros – exatamente da mesma forma como estaria a criatura descrita pelas três garotas.

et varginha testemunhas
Testemunhas mostram o local onde avistaram a criatura agachada

Essa versão (que é a versão oficial do Exército para o caso) é refutada por ufólogos e pelas próprias testemunhas, uma vez que ‘Mudinho’ seria um indivíduo conhecido pelos moradores do bairro e das meninas. “Para começar, elas conheciam esse morador e jamais iriam descrever o referido personagem de forma que fizeram em relação à criatura”, afirma o ufólogo e escritor Marcos Petit, que lançou em 2015 o livro Varginha: toda a verdade revelada, que traz depoimentos militares e civis que, de acordo o autor, desmontam essa versão. O Exército também concluiu que as meninas tinham visto o deficiente físico em ambiente escuro. Contudo, segundo as testemunhas, o encontro teria ocorrido em dia claro. “Os fatos mais absurdos estão justamente ligados a adulteração das condições em que teria ocorrido o avistamento do estranho ser por Liliane, Valquíria e Kátia Xavier”, diz Petit.

Maurício Antônio Santos, comandante do 24º Batalhão de Polícia Militar de Varginha, em depoimento à ESA de Três Corações disse: “É mais provável a hipótese de que este cidadão, estando provavelmente sujo, em decorrência das fortes chuvas, visto agachado junto a um muro, tenha sido confundido por três meninas aterrorizadas com uma criatura do espaço”. Já a intensa movimentação de bombeiros e policiais militares (ele não cita o Exército) é atribuída às fortes chuvas daquele dia.

Os ufólogos argumentam que, no dia da aparição do ET, também houve tráfego intenso de caminhões da ESA de Três Corações em Varginha. No IPM, os militares rebatem: os veículos realmente foram deslocados, mas para manutenção na concessionária da Mercedes Benz na cidade. Uma nota fiscal de 432 reais referente aos serviços de alinhamento e balanceamento em oito caminhões foi anexada aos autos. Além de dizer que a chuva ainda não havia começado no momento em que as meninas viram o suposto ET, o ufólogo Claudeir Covo argumenta que a concessionária da Mercedes Benz costumava fechar nos fins de semana. O dia 20 de janeiro de 1996 era um sábado. Além disso, alega que no IPM, o endereço da empresa Automáco Comercial e Importadora LTDA., que aparece em uma nota do Sistema Integrado de Administração Financeira do governo (SIAFI), é diferente do que revela a nota fiscal presente no inquérito.

A palavra oficial final foi dada pela juíza militar Telma Queiroz. Amparada pelo papelório que investigou o caso, ela declarou, em 4 julho de 1997, que o ET de Varginha nunca existiu. Depois de determinar o arquivamento da investigação, encerrou: “A estória é tão inverossímil que serviu de tema para o programa Casseta & Planeta“.

Apesar de toda a movimentação militar (que de fato ocorreu) e da morte do PM (que é NO MÍNIMO estranha) não há provas materiais do evento. Mas o produtor do documentário sobre Varginha, James Fox, diz que sua equipe teve acesso a imagens e vídeos dos alienígenas de Varginha registrados pelos militares brasileiros. “Continuamos investigando e desenvolvendo essa história, queremos saber onde esses corpos (alienígenas) foram parar. Sabemos que estão nos Estados Unidos e quem tem autoridade para divulgar essas evidências ao público”, disse ele. “Não espero que seu público acredite em mim, porque sei que parece algo além do reino da credibilidade, mas prometo a você que, depois de 30 anos de corrida, não colocaria em risco minha reputação se não achasse honestamente que isso aconteceu”, concluiu.

ET de Varginha: Reportagem 9 anos depois

Referência:
Galileu – A volta do Caso Varginha;
Aventuras na História – Há 26 anos, suposta aparição de ET em Varginha parava o país;
Portal Vigília – Caso Varginha: 25 anos de investigações, mistérios e controvérsias;
EBC – ET de Varginha ainda instiga imaginário brasileiro 20 anos depois

5 3 votes
Avaliação
Subscribe
Notify of
3 Comentários
Newest
Oldest Most Voted
Inline Feedbacks
Veja todos os comentários
...
...
9 junho de 2023 6:20 pm

Um dos denunciantes é supostamente um piloto aposentado da Força Aérea que foi a Varginha, Brasil, para recuperar a nave alienígena e os corpos alienígenas

https://www.reddit.com/r/UFOs/comments/145bfzq/one_of_the_whistleblowers_is_allegedly_retired/

Gustavo
Gustavo
28 fevereiro de 2023 9:24 am

Uma informação que acho interessante é sobre a visita dos homens vestidos de preto. Isso ocorreu em 29 de abril de 1996, enquanto o primeiro filme MIB foi lançado em 02 de julho de 1997, o que indica que este tema dos homens de preto tentando apagar pistas relacionadas a extraterrestres sequer habitava a fantasia, a cultura popular. Muito menos de uma simples senhora do interior.

Rogério
Rogério
13 janeiro de 2023 5:17 pm

Eu tinha lido matérias sobre o caso, mas não tinha noção de como aconteceu. O relato cronológico é super esclarecedor.
Uma pena que as nações todas respondem ao governo norte americano. Tudo o que diz respeito a apreensões de objetos extraterrestres (ou não) e seres é levado para lá.

Posts Relacionados

Comece a digitar sua pesquisa acima e pressione Enter para pesquisar. Pressione ESC para cancelar.