ENTREVISTA COM DALAI LAMA

Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, líder espiritual do budismo tibetano e prêmio Nobel da paz, recebeu La Vanguardia antes de dar uma conferência no Palau Sant Jordi sobre a felicidade, a necessidade de amor e a compaixão. A China ocupou violentamente o Tibete em 1959 e desde então o Dalai Lama vive no exílio em Dharmsala, nas encostas do Himalaia indiano. As negociações para uma solução de acordo com Pequim estão estagnadas há dois anos. Ele não exige a independência, mas uma autonomia que mantenha a cultura tibetana e a religião budista sem ingerências da China.

dalai lama brasil

La Vanguardia – Os países ocidentais fazem o suficiente para incluir os ensinamentos cívicos do budismo em seus programas educacionais?
Dalai Lama – Há ensinamentos como a felicidade, o amor, a tolerância e a compaixão que são comuns a todas as religiões. Em todo caso, a educação deve ser secular. Não deve ser religiosa, para que assim possa unir pessoas de diferentes religiões. Os códigos morais se dão à margem das religiões. Baseiam-se no senso comum e também na ciência.

LV – Como o senhor explica que a cada dia haja mais cientistas que se inclinam pelo budismo?
DL – Está demonstrado cientificamente que a prática da compaixão beneficia a saúde porque reduz o estresse. Não se trata de falar sobre Deus e a reencarnação, mas de buscar em nosso interior e sermos compassivos. Ajuda a baixar a pressão arterial e nossa saúde melhora. Precisamos de um programa educacional desde o jardim-de-infância até a universidade, que alerte sobre a importância da bondade.

LV – Como caminho para a paz?
DL – Para promover a paz mundial devemos insistir na bondade, porque a paz só chegará através da paz interior. É preciso ensinar aos jovens que os conflitos só poderão ser solucionados mediante o diálogo. Isso quer dizer a não-violência. Portanto, creio que os governos devem se esforçar mais para divulgar a educação da bondade.

LV – Existe no Ocidente uma atitude acomodada em relação às religiões, de maneira que apanhamos o que é mais fácil de cada uma?
DL – É importante manter as tradições. O budismo pertence à Ásia. Mas certas pessoas ocidentais acham mais interessante o budismo. Em geral, é preferível que cada indivíduo mantenha sua tradição religiosa. É possível escolher aspectos de várias religiões em nível superficial, mas é impossível em um nível mais profundo.

LV – É possível retomar as negociações com a China para solucionar o problema tibetano?
DL – Apesar de que a cada dia a situação no interior do Tibete é mais grave por culpa da opressão chinesa, estamos comprometidos com uma solução que não inclua a independência, mas uma ampla autonomia, semelhante à que vocês desfrutam aqui na Catalunha, dentro do âmbito da democracia e do Estado de direito. Depende deles. Esperamos que se manifestem.

LV – O catolicismo cresce na China graças a um entendimento de fato entre o governo e o Vaticano. Essa seria uma via para o Tibete?
DL – Nossa situação é diferente. O problema do catolicismo na China é sua submissão ao Vaticano. O problema tibetano não tem a ver com uma instituição religiosa. É um problema histórico. Durante mil anos o Tibete e a China tiveram nomes diferentes. Não existe um nome para englobar a China e o Tibete. Nós, tibetanos, somos diferentes. Os chineses dizem que o Tibete faz parte da China, mas não é verdade. Os tibetanos não nos sentimos chineses. Mas o passado é passado, e o que importa agora é o futuro. Estamos de acordo que o Tibete permaneça dentro da República Popular, mas queremos que nossos recursos naturais e o desenvolvimento nos beneficiem mais. Também exigimos o respeito à nossa cultura, nossa língua e literatura. Além disso, o budismo tibetano representa a mais rica tradição budista. Por tudo isso devemos ter uma autonomia com conteúdo, não como a que outras províncias chinesas têm hoje. Essa é a chave, os direitos de 6 milhões de pessoas, e não o retorno do Dalai Lama. Não quero recuperar os títulos que tinha antes de 1959. Sou apenas um simples monge budista.

LV – O senhor acredita que os Jogos Olímpicos de Pequim possam favorecer a causa tibetana?
DL – Alguns amigos nos dizem que os jogos são uma boa oportunidade para abrir a China e conseguir mais liberdade. Mas não tenho certeza. Por exemplo, vejo que há alguns meses se prometeu livre acesso à imprensa internacional, mas agora há mais restrições.

LV – O senhor considera que a comunidade internacional deveria pressionar mais Pequim sobre a situação do Tibete?
DL – Há países como os EUA e instituições como o Parlamento Europeu que, quando têm a oportunidade, manifestam ao governo chinês suas preocupações sobre o Tibete, especialmente sobre os direitos humanos e a liberdade religiosa.

LV – O senhor acredita que a ONU não faz o suficiente para defender o Tibete?
DL – No início dos anos 50 apelamos à ONU. Voltamos a fazê-lo em 1959. Conseguimos apoios suficientes para aprovar três resoluções (1959, 1961 e 1965). Nos anos 70, porém, entendemos que era mais prático tratar diretamente com a China. Tenho uma visão crítica da ONU.

LV – Acredita que é inútil para a causa tibetana?
Dalai Lama – Inútil é uma palavra forte demais, mas responde aos interesses dos governos. Além disso, aprovou três resoluções, e do ponto de vista moral tem certa responsabilidade.

LV – A religião se transformou no Iraque em uma força violenta?
DL – Algumas pessoas do mundo árabe vêem com suspeita e desconfiança a influência da modernidade ocidental. A principal causa da guerra no Iraque e dos atentados de 11 de Setembro é a desconfiança. O mundo árabe esteve um pouco isolado durante séculos. Ao contrário da Índia ou da Indonésia, onde houve uma longa tradição de convivência religiosa. Com relação ao Iraque e ao Afeganistão, os EUA tentaram levar para lá a democracia, mas viram que era complexo demais. Diante desse fracasso, os cidadãos se encheram de emoção, de emoção demais, e é por isso que, em nome da religião, xiitas e sunitas se matam. É terrível, mas quando há tanta emoção é muito fácil manipular apelando para a religião.

LV – O povo tibetano aceitaria uma solução imposta de fora?
DL – Se os chineses impuserem a democracia no Tibete, serão recebidos de braços abertos. A democracia é o futuro do Tibete. Há seis anos temos um Parlamento e um governo no exílio, com um primeiro-ministro. Desde então eu estou semi-aposentado.

LV – É difícil conciliar ser um homem de Estado e um homem de fé?
DL – Absolutamente. Creio na separação entre a religião e o Estado. Antes eles estavam unidos no Tibete, mas não é bom. A liberdade tibetana, porém, está muito ligada à religião, pois sem liberdade não se pode praticar o budismo. A luta pela liberdade do Tibete faz parte de minha prática religiosa.

LV – Na medida em que o senhor envelhece, aumenta a saudade de Lhasa? Não seria ruim não poder regressar?
DL – Não muito. De verdade. Não é tão importante. O importante é a liberdade.

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

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Rebel rebel
Rebel rebel
17 junho de 2016 6:02 am

Na “mouche” Lucas. 🙂 Na minha experiência limitada sou testemunha do poder da ÉTICA (pelo menos no meio científico) e de outras capacidade superiores que se encontram nas estruturas mais recentes do cérebro humano. Falo do lobo pré-frontal onde residem, entre outros, os conceitos morais… No fundo esta maldade toda a que assistimos pode muito bem derivar a uma questão de desenvolvimento cerebral… As probabilidades de estar certo não são pequenas… Que nasça o novo homem sapiens sapiens scentiens. E nós, os que aqui penamos façamos um esforço para ascender… O cerebro, afinal, é um músculo, pode ser afinado pelo… Read more »

Paulinha
Paulinha
10 dezembro de 2007 3:51 pm

Lendo teu comentário, Olim, lembrei da noção de separação para algumas tradições que é a base de todo o sofrimento!
Abraço pra você!

Laine
Laine
10 dezembro de 2007 3:27 pm

Oi Geninha e Saindo da Matriz.. Realmente a situação é complicada… Estava vendo aqui q muitos monges budistas fugiram do Tibet pq tiveram seus templos destruídos e se encontram bem hoje em templos no alto do Himalaia… Sei lá.. Nada é por acaso… Eu acho a cultura deles fascinante, mas como o próprio lama disse em entrevista: ” Classifico a moda budista no Ocidente como “um erro”, sempre digo que é mais seguro manter sua própria tradição em vez de se aventurar e adotar uma nova tradição religiosa, com a qual não se tenha intimidade”. A crítica foi, sobretudo, aos… Read more »

Geninha
Geninha
10 dezembro de 2007 2:24 pm

“Adotar algo fora de nosso costumes e tradição seria como perder a nossa?” Não Olim, seria como modificar a nossa. Só que sinto que o Brasil está sim aos poucos perdendo seus costumes. E vou citar uma coisa muito simples, pra não entrar em conflito falando sobre religiões e tribos… O mês de agosto era considerado o mês das bruxas, mas é também considerado o mês do folclore… No meu tempo de menina, existia as festividades escolares, as festas folcloricas… Hoje não existe mais isso, adotamos o halloween americano, que acontece no mês de outubro, e muitas crianças hoje não… Read more »

Geninha
Geninha
10 dezembro de 2007 1:57 pm

“Todo mundo presa”
“Presa” é boa, “preza”.
Tenho vontade de visitar o Tibet, o difícil vai ser eu conseguir me alimentar lá…um amigo disse que eles não são muito higiênicos. 🙁

Saindo da Matrix
Saindo da Matrix
10 dezembro de 2007 1:33 pm

Pra vcs fazerem seu dever de casa: A situação do Tibet com a invasão chinesa:
http://www.brasiltibet.org.br/biblioteca/tragedia.html

http://www2.uol.com.br/JC/_1998/1504/net1504.htm

Olim
Olim
10 dezembro de 2007 12:57 pm

Misturar religião e política é algo incompatível? Adotar algo fora de nosso costumes e tradição seria como perder a nossa? Primeiro deveríamos chegar a um consenso do “quê é nosso”, só “nosso”, “nossa identidade” e do quê seria “religião” e Religião… Às vezes temos aquela impressão de que ao adotarmos determinada cultura deixaremos de ser nós mesmos… que seríamos traidores de nós mesmos em relação ao nosso país, nossos pais, amigos e etc. Se realmente aprofundarmos esse dilema poderemos a sentir que aquela tribo de antigamente, é a cidade de hoje, o Município, o Estado, a Nação, o Continente, tal… Read more »

Geninha
Geninha
10 dezembro de 2007 12:16 pm

“abrigamos”, acho que a palavra certa é “adotamos”.

Geninha
Geninha
10 dezembro de 2007 12:10 pm

Laine, entendo seu ponto de vista… Mas vc já se perguntou, se não são os chineses que fazem com que os Tibetanos não se sintam chineses? Acredito mesmo que a China trouxe uma boa estrutura sócio-econômica para o Tibet e poderia fazer muito mais…Mas também entendo os budistas e o Dalai. Todo mundo presa sua liberdade, se não prezassem o Chavez não teria sido “derrotado” no referendo. 🙂 A China impôs a autoridade no Tibet, a força… Sobre ficar “estagnados a culturas tradicionais”, acredito que é isso que falta ao nosso povo. Eu tenho carência de cultura…. Abrigamos a “cultura”… Read more »

Laine
Laine
10 dezembro de 2007 11:20 am

Dalai Lama é um lider espiritual e político.
Misturar religião e política, ou seja, algo tão elevado e etéreo com algo tão material… resulta nisso.
Um dos motivos que me faz considerar a espiritualidade oriental ultrapassada. Temos q evoluir e não ficar estagnados a culturas tradicionais. Mas cada qual fique onde se sente melhor!

Compreendo que como político ele precisa dialogar com Bush, mas declarar amizade e dizer que foi recebido como alguem da família, receber condecoraçoes.. deixando chineses como mais raiva ainda.. tá estimulando uma discordia maior. E o Bush só quer mais!

BrnLng
BrnLng
10 dezembro de 2007 7:51 am

pq é tão fácil manipular informação?

Laine
Laine
9 dezembro de 2007 11:09 pm

A liberdade interior é a liberdade da nossa consciência.

Laine
Laine
9 dezembro de 2007 10:58 pm

Me refiro a esta passagem onde o DALAI LAMA diz: “Durante mil anos o Tibete e a China tiveram nomes diferentes. Não existe um nome para englobar a China e o Tibete. Nós, tibetanos, somos diferentes. Os chineses dizem que o Tibete faz parte da China, mas não é verdade. Os tibetanos não nos sentimos chineses”. Antes de sermos tibetanos, chineses ou brasileiros somos seres humanos filhos de Deus. Não somos um só pais com várias religiões? Pq não poderiam ser todos chineses mas continuar em seus templos tibetanos? Tudo em nome da paz, da tolerância e da compaixão.Pq tanta… Read more »

nooB
nooB
7 dezembro de 2007 1:10 pm

If one said, “Yes,” he would be man of eternalism or absolutism.

If one said, “No,” he would be a man of nihilism.

A true Buddhist does not belong to neither of them.

What would you say?

Geninha
Geninha
10 dezembro de 2007 4:06 pm

Pois é Laine!

Saindo da Matrix, li o artigo
“A TRAGÉDIA TIBETANA”…
Só que eu aprendi que os “graves problemas de estrutura e saneamento”, não só do Tibet, mas de toda China, se deu por conta dos milhões de soldados que foram cedidos guerra da Coréia (1950/1953/ os soldados chineses lutaram ao lado da Coréia do Norte) o que “impossibilitou o investimento nos setores básicos da economia…”
Não foi coincidência, que em 1.950 o Tibet se envolveu nesta serie de conflitos anti-chineses…E isso, todo mundo sabe… O que chateia um pouco é essa confusão de informações, um pouco conturbadas.

Rafa
Rafa
10 dezembro de 2007 10:21 pm

Gostei do post, Acid. Foi muito oportuno você trazer o ponto de vista desta grande personalidade para enriquecer nossos debates.

Hoyo
Hoyo
11 dezembro de 2007 12:32 pm

Esse é aquele que cobra por palestras?

Contudo é de fato portador de uma mensagem magnifica

Lucas Oliveira
Lucas Oliveira
16 junho de 2016 10:25 pm

“Porque estou esperançoso sobre o futuro do mundo” Why I’m hopeful about the world’s future Pelo Dalai Lama (O 14º Dalai Lama, Tenzin Gyatso, é o líder espiritual do Tibete. Desde 1959, ele vive em exílio em Dharamsala, no Norte da Índia.) The Washington Post, Opinions, 13 de junho de 2016 Quase seis décadas se passaram desde que eu deixe minha terra natal, o Tibete, e me tornei um refugiado. Graças à gentileza do governo e do povo da Índia, nós Tibetanos encontramos uma segunda casa onde podemos viver em dignidade e liberdade, capazes de manter nossa língua, nossa cultura… Read more »

Lucas Oliveira
Lucas Oliveira
18 janeiro de 2017 9:11 pm

Dalai Lama: 5 things to keep in mind for the next four years

edition.cnn.com/2017/01/18/health/dalai-lama-guide-to-surviving-trump/index.html

Anônimo
Anônimo
3 julho de 2013 11:14 am

Dalai Lama (Jeffrey Hopkins Traductor) 1980 SubEsp
http://www.youtube.com/watch?v=HliN3iG0yEw

bônus

Dilgo Khyentse Rimpoche Viaje hacia la Iluminación SubEsp
http://www.youtube.com/watch?v=T8psvvyW-BQ

Graças a Deus encontrei o Budismo Theravada :D…

Anônimo
Anônimo
23 junho de 2013 12:36 am
Martyn
Martyn
5 dezembro de 2011 5:26 pm

Ocupação chinesa no Tibete: das origens históricas até os nossos dias – dia 5 de dezembro no IHAC – UFBA


fui nessa palestra e fechei com chave de ouro…

A esperança é a última q desencarna!

Carlos A (From Brazil with Pride)
Carlos A (From Brazil with Pride)
13 abril de 2008 1:05 pm

Mr. Donald, eu me referi a alguns comentários feitos aqui: parecem saídos de uma ‘bad trip’! Ou seja, não dizem nada com nada! Quanto aos jornais brasileiros, já foram piores, época que Uncle Sam aqui ditava ordens!

P. Donald (from Cunecticut)
P. Donald (from Cunecticut)
13 abril de 2008 2:07 am

Gostaria mesmo é de ver os JORNAIS brasileiros nivelados por cima…é triste…very sad

Luz&Paz
Luz&Paz
12 abril de 2008 8:25 pm

Carlos A., só não entendi qual a relevancia do “Estado do cidadão”. A opinião muda se o cara for de um estado ou de outro?

Saindo da Matrix
Saindo da Matrix
12 abril de 2008 1:00 pm

Talvez ele tenha ganho uma passagem pra China com tudo pago…

Carlos A
Carlos A
12 abril de 2008 12:06 pm

Cidadãos: a uns meses atrás eu cheguei a indicar este site no Jornal Zero Hora de Porto Alegre (hum milhão de leitores) mas, ultimamente as manifestações do sítio são quase ‘baixarias’: não sei qual o Estado do cidadão, que escreveu que Sua Santidade o Dalai Lama é ‘irrelevante’? Ou quiz polemizar (porque não aceita o tratamento ‘Sua Santidade’, achando que este é apenas pros ‘Papas queimadores de Gente’ ou realmente não sabe, o que atesta pobreza de Espírito). Urge, nivelar por cima!

Saindo da Matrix
Saindo da Matrix
15 janeiro de 2008 10:44 am

Valeu pela correção do orgulho-me (eu nem lembrava mais dessa regra) hehehe
Já o nome da música dos Beatles é “Love you to”, mesmo.

Cesar
Cesar
15 janeiro de 2008 9:47 am

oi acid.

Estou escrevendo para corrigir o nome da música dos beatles, que vc citou no ‘post’ nº2, sobre a`Índia.

A música se chama ‘Love You Too’, e não ‘Love You To’.

Outra correção que vejo como necessária é relativa à citação de Swami Vivekananda (1863-1902), onde algumas as frases dele começam com a expressão ‘Me orgulho’.

Desnecessário, talvez, cientificá-lo que, de acordo com a norma culta da língua portuguesa, é errado começar frases desse modo. O certo seria ‘Orgulho-me’.

No mais, aquele abraço.

Caesar
Caesar
7 dezembro de 2007 12:52 pm

Realmente devemos ouvir e refletir o que o Dalai Lama tem a dizer, pois tem clareza de pensamento, honestidade, posicionamento de vanguarda, enfim sabedoria. Lembrei-me de uma discussão nesse site, sobre a necessidade da existência das religiões, para que pudessemos (através delas) desenvolvermos valores morais; Olha só a primeira resposta do Dalai Lama > ¨Há ensinamentos como a felicidade, o amor, a tolerância e a compaixão que são comuns a todas as religiões. Em todo caso, a educação deve ser secular. NÃO DEVE SER RELIGIOSA, para que assim possa unir pessoas de diferentes religiões. OS CÓDIGOS MORAIS SE DÃO À… Read more »

Paulo de Tarso
Paulo de Tarso
7 dezembro de 2007 12:03 pm

Esse cara é demais.
Sou fã dele.
Ele defende a terceira via religiosa: “não” a fé, “não” a meditação, e sim a educação.

Já li isso de uma entrevista dele.

Paulinha
Paulinha
7 dezembro de 2007 11:49 am

Eu acho muito interessante, além de lindo, um sistema educacional incluir os ensinamentos budistas.
Por mais que seja raro.

Aqui em Pernambuco tem o Centro de Estudos Budistas Bodisatva com palestras, grupo de estudo, retiro de silêncio,e muita, muita, meditação. Morro de admiração por esse trabalho que inclui na formação das criança de uma comunidade bem pobre daqui, o desenvolvimento espiritualidade, além do cognitivo etc..

Trabalho no desenvolvimento psicológico nessa ONG- NEIMFA, mas vou procurar me inserir nas práticas espirituais também.
🙂

Mcnaught
Mcnaught
6 dezembro de 2007 12:13 pm

Para compartilhar… Durante seis anos ele vagou pelo vale do Rio Ganges, enquanto aprendia os vários sistemas e práticas dos grandes mestres religiosos de sua época. Embora fosse um discípulo aplicado que depressa dominava tudo o que lhe era ensinado, nada descobriu nessas doutrinas e práticas que o satisfizesse, nada que dissipasse a profunda tristeza que lhe enchia o coração e a mente. Assim, deixou os mestres e seguiu seu próprio caminho. E então, enquanto estava sentado sob uma árvore, Gautama conheceu a iluminação. Por fim, ele compreendeu inteiramente o problema humano, sua origem, suas ramificações e sua solução. O… Read more »

billy shears
billy shears
7 dezembro de 2007 2:57 pm

Pegando o mote, aí vai uma outra dos Beatles… You say you want a revolution Well you know We all want to change the world You tell me that it’s evolution Well you know We all want to change the world But when you talk about destruction Don’t you know you can count me out Don’t you know it’s gonna be Alright Alright Alright You say you got a real solution Well you know We’d all love to see the plan You ask me for a contribution Well you know We’re all doing what we can But if you want… Read more »

Adheús
Adheús
7 dezembro de 2007 7:18 pm

Você é a pessoa mais legal com quem você queria conversar, mas, num dá.

Saindo da Matrix
Saindo da Matrix
8 dezembro de 2007 8:38 pm

Ele JÁ aceita o povo chinês como um povo igual. Ele não tem xenofobia por ninguém. O que se batalha, há décadas, é a autonomia do povo Tibetano de ter sua própria CULTURA e COSTUMES, inclusive (e principalmente) o religioso. A China invadiu um país com sua propria cultura e costumes, e impõe a eles um modelo totalmente diferente, na base da violência. Isso é certo? Você acharia certo o Brasil invadir a Bolívia e impor sua própria cultura, reprimindo toda e qualquer atividade religiosa local (menos a que traga dinheiro através do turismo, claro)? A China não só não… Read more »

Laine
Laine
8 dezembro de 2007 7:58 pm

Com todo respeito ao DALAI LAMA, mas surgiu uma pergunta leiga……

Pq ele simplesmente nao aceita a a China como um povo igual já que se prega tanto o amor, a tolerância e a compaixão???????

Pq ele simplesmente nao aceita?

Geninha
Geninha
9 dezembro de 2007 10:29 am

Laine, acho que o Dalai Lama não aceita a sobrerania chinesa pq seria contrário ao próprio budismo, que prega “a igualdade e a liberdade individual.” já por questões socio-economicas, não sei se é tão ruim como o Dalai diz… E a China não invadiu o Tibet… O Tibet já era uma região sob jurisdição chinesa…Porem, era uma região “autonoma”, como várias outras…A intenção foi do governo de Pequim, que queria integrar as regiões da China em uma unidade consolidada…(uma campanha militar colocou o Tibet sobre controle do governo comunista) A revolta se deu quando foi anexado definitivamente à Republica popular… Read more »

Carlos A Varella
Carlos A Varella
9 dezembro de 2007 6:51 am

Alô Amigos:
O Governo Central da China, escolher o próximo Lama? Seria um Membro do Partido? Ou, algum executivo de Hong Kong? Ou uma mistura prostituida dos dois? O Ocidente terá uma grande oportunidade para auxiliar a Cultura, a Religião e o Povo tibetano. A titulo de informação acessem: http://www.freetibet.org

Bono
Bono
9 dezembro de 2007 6:46 am

Osho falou uma coisa assim um dia (não com essas palavras):

Um iluminado é um louco num mundo são, pois para definir oque é sanidade é uma questão democrática, a maioria ganha. E o iluminado é apenas um indivíduo no meio de milhares. O dia em que a iluminação de alguém for decida em questão de votação, o verdadeiro iluminado nunca será reconhecido, pois a própia competição para ser reconhecido como iluminado não fará sentido.
Para ele será apenas uma grande estupidez.

the Rain
the Rain
8 dezembro de 2007 12:17 pm

ANO 2000: “O relatório da ONU elogia iniciativas para a difusão da Internet no Brasil, que inclui na lista de países com “progressos notáveis”.” http://www.rnp.br/noticias/imprensa/2000/not-imp-000623.html …sete ANOS depois… 2007: “…os usuários japoneses podem adquirir a banda larga de 1 Mbps do Yahoo! por R$ 1,81. … [ em são paulo] a Brasil Telecom cobrava [em julho de 2007] até R$ 239,90. …Manaus registrou o valor mais alto, pela Oi: R$ 716,50 –a conexão é feita por satélite e, por isso, mais cara -o que é equivalente a 395 vezes o valor cobrado no Japão.” http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u352606.shtml “…o Brasil é “um país… Read more »

billy shears
billy shears
9 dezembro de 2007 11:56 pm

Laine, veja a coisa pelo seguinte prisma: Bush pode ter cometido vários erros e todos aqueles que discordam de sua administração, estadunidenses ou não, têm todo o direito de criticá-lo. Porém ele é o líder político da maior potência do planeta, se vc não dialogar com ele, deixará de reconhecer e se relacionar com todos aqueles que o Bush representa. O que seria muito pouco inteligente. Um exemplo é o Bono Vox que ao estabelecer um diálogo profícuo com o próprio Bush, conseguiu que o governo republicano, revisse parte de sua política em relação à AIDS. Inclusive, em um dos… Read more »

Laine
Laine
9 dezembro de 2007 11:24 pm

E interessante o Dalai Lama declarar que tem uma amizade com o Bush.

Ricardo
Ricardo
9 dezembro de 2007 5:12 pm

Fugindo do assunto, eu gostaria de sugerir um tema ao autor deste EXCELENTE blog:

Carta a um Maçon:
http://user.cyberlink.ch/~koenig/dplanet/motta/moma1.htm

O link acima contém um texto muito interessante, no qual um Maçon revela muitas mentiras sobre a Igreja Católica e o falso Cristianismo que ela criou.
Imperdível!

the Rain Again
the Rain Again
8 dezembro de 2007 12:40 pm

Para não cometermos um imperdoável esquecimento “em nível de presidente”, citemos Fernando Collor de Melo, outro grande estadista contemporâneo, agora imortalizado por meio da confirmação indubitável (ex-esposa) daquilo que todos nós intimamente percebíamos e que marcou uma Era: sua espiritualidade.

http://e-paulopes.blogspot.com/2007/12/collor-participava-de-ritos-com.html

Olim
Olim
6 dezembro de 2007 1:37 pm

A parte final do biografia do Dalai Lama em http://www.dalailama.org.br/biografia/ onde ele mesmo diz que ele é: “Simplesmente um monge budista Sua Santidade o Dalai Lama freqüentemente diz: “Eu sou simplesmente um monge budista — nem mais nem menos.” Ele realmente segue os preceitos da vida de um monge. Vivendo em uma pequena cabana em Dharamsala, levanta-se todos os dias às 4 horas da manhã para meditar, e cumpre uma atribulada agenda de encontros administrativos, audiências particulares, ensinamentos e cerimônias religiosas. Conclui o dia, sempre, com orações. Ao revelar as suas maiores fontes de inspiração, ele normalmente cita seus versos… Read more »

Olim
Olim
6 dezembro de 2007 1:39 pm

O melhor, senão o único, é o “governo” do Amor.

Olim
Olim
6 dezembro de 2007 1:40 pm

“Me causou estranheza e repúdia a faixa colocada por um vereador na entrada do Anhembi: “O vereador Sbrubbles saúda Sua Santidade o Dalai Lama”. Enquanto alguns tentavam aparecer demais, nosso presidente Lula, assim como FHC fez anteriormente, não se deu ao trabalho de receber Sua Santidade. Uma verdadeira gafe frente a uma das figuras mais importantes para a divulgação da paz e tolerância entre os povos no último século, ainda que o Brasil faça vista grossa para a questão tibetana e não reconheça o Dalai Lama como líder do Tibet. Mais uma bola fora do nosso presidente, que notoriamente não… Read more »

Olim
Olim
6 dezembro de 2007 6:12 pm

Isso não é relevante, querido…hahaha

Bono
Bono
6 dezembro de 2007 5:58 pm

Você não, mas e os outros?
😉

Olim
Olim
6 dezembro de 2007 5:43 pm

(…hehhe…)

Entendi o quê quis dizer. Nem pensei na pederastria implícita…hehehehhe

Valeu…

Bono
Bono
6 dezembro de 2007 5:24 pm

Nossa, ficou muito gay oque eu escrevi! 😛

Bono
Bono
6 dezembro de 2007 5:17 pm

Tratar um indivíduo como ‘outro’ é desrespeitoso. Na terceira pessoa as pessoas viram objetos. É melhor comecar a pensar mais em ‘eu’ e ‘você’.

Bono
Bono
6 dezembro de 2007 4:50 pm

Não é muito legal ficar se preocupando em oque os outros¹ pensam que outros² são. Aí você se afastou de você mesmo 2 vezes, depois você se preocupa com que os outros que o outro considerou irrelevante vão pensar, aí você se afasta de você mesmo 3 vezes, e vai indo…

Olim
Olim
6 dezembro de 2007 3:49 pm

Bono:

Concordo contigo, mas quando alguém considera os outros irrelevantes ou relevantes?

Uma coisa é considerar-se relevante ou não e outra bem distinta é considerar os demais.

Bono
Bono
6 dezembro de 2007 3:45 pm

Quanto mais relevante a pessoa é, menos ela é.

Olim
Olim
6 dezembro de 2007 3:39 pm

Alguém conhece alguma história de pessoas que deixaram o Brasil e foram para o Tibet? Do tipo daquelas que largaram tudo…

Bruno H
Bruno H
6 dezembro de 2007 3:36 pm

Um velhinho muito louco.
Gosto dele de verdade.

Olim
Olim
6 dezembro de 2007 1:54 pm

“considero os dois irrelevantes, mas infelizmente é importante ouvir o que dizem, pois ambos mobilizam legiões.”

O gado também, ruminando no pasto, MORTO-de-satisfeito, também considera irrelevante o pastor que o cuida bem como o dono do rebanho que vai acabar com aqueles lindos dias de ruminação irrelevantes num matadouro.

Vida de gado é assim mesmo: tudo é irrelevante!

“Ê, vida de gado!
Povo marcado, ê!
Povo feliz!”
(do irrelevante Zé Ramalho)

Olim
Olim
6 dezembro de 2007 1:42 pm

“Tenzin é um estudante de 18 anos da cidade de Chengdu, Jyekundo County.Ele chegou ao Nepal em 1o de abril de 2002. Tenzin vem de uma família de fazendeiros com cinco membros. Ele freqüentou a escola de ensino médio de Chengdu Township, que tem cerca de 200 alunos, todos tibetanos. Tenzin teve de pagar 280 yuan por semestre. Os alunos estão altamente desencorajados a freqüentar qualquer função religiosa ou visitar templos. Eles também são proibidos de expor imagens do Dalai Lama. Em 1999, um incidente político ocorreu enquanto ele estava no ensino de segundo grau na escola de ensino médio… Read more »

Fiat Lux
Fiat Lux
6 dezembro de 2007 1:41 pm

Putz, se vc considera o Dalai um ser irrelevante, afinal, quem é ou o que é relevante pra vc?

Ohso
Ohso
7 dezembro de 2007 1:30 pm

You say yes, I say no, You say stop, and I say go, go, go. Oh no You say goodbye and I say hello, hello, hello. I say high, you say low, You say why, and I say I don’t know.Oh no. You say goodbye and I say hello, hello, hello. I don’t know why you say goodbye, I say hello, hello, hello. I don’t know why you say goodbye, I say hello. You say yes, I say no, (I say yes),(but I mean no) You say stop, I say go, go, go. Oh no. (I can stay still it’s… Read more »

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