EDUCAÇÃO E BUDISMO

Por Paula Roberta

Irei propor a todos nós uma reflexão e associação entre Budismo, Psicologia e Educação. De início, são áreas da vida que me interesso por terem contribuições para a formação humanamente humana.

Mas por que Budismo e não outra filosofia oriental, ou mesmo ocidental?

Na Psicologia Clínica existem abordagens de conhecimento que podem e devem ser utilizadas para melhor compreensão do ser humano. Muitos Psicólogos Clínicos, originalmente treinados nas abordagens ocidentais de psicoterapia, têm sido atraídos pelo caráter introspectivo da “psicologia budista”, que é vista como um suporte capaz de auxiliar o homem em sua busca do significado da vida e, na tentativa de compreensão de si mesmo, da mente e da natureza da experiência.

A Psicoterapia Transpessoal é uma delas, e decorre de uma expansão ou ampliação do campo da pesquisa psicológica. Tem sido profundamente influenciada pelo Budismo, um dos mais antigos sistemas médico-filosóficos conhecidos, cujo conteúdo ético, religioso e espiritual é de grande profundidade. Porém, inicialmente irei expor as interlocuções entre Budismo e Educação, posteriormente incluindo como a Psicologia foi se apropriando de novos olhares para integrar o ser humano.

Para uma compreensão adequada das possíveis contribuições do budismo à educação é necessário que noções centrais de ambos os campos sejam desenvolvidas. Não se pode pensar na educação, quer do ponto de vista teórico, quer do prático, sem pressupor que a mesma está fundada na admissão de que o ser humano deve atingir uma determinada condição que ainda não se encontra desenvolvida, atualizada ou presente. Segundo o Prof. Dr. Policarpo Junior, o significado de “Educação”, em sua forma profunda e ampla, é trazer de dentro para fora, é saber conviver consigo mesmo e com os outros, tendo aí uma contribuição grega, no qual crescer significa crescer juntos, com todos, com a própria polis (O modelo das antigas cidades gregas).

A ciência sofreu, ao longo dos séculos, uma conversão progressiva ao estudo daquilo que é, ou seja, do que existe independentemente do sujeito, e que está despido de toda consideração quanto ao que deve ser. Assim, para fazer referência apenas às últimas décadas, algumas das finalidades educativas apregoadas com muita influência no Brasil foram: a produção de capital humano, a revolução ou transformação social, a formação para a democracia, a cidadania, as competências e a formação do sujeito aprendente (este último principalmente e quase unicamente, e olhem que nem estou me referindo às escolas públicas). Não se deve negar a pertinência de nenhum desses objetivos, nem mesmo sua relação determinada com a tarefa educativa. No entanto, é importante reconhecer que todas essas finalidades se originam de preocupações exteriores à educação, ou de outros campos de saber – como a economia, sociologia, ciência política, psicologia – que não a própria educação. A teorização sobre o educar muitas vezes termina por consagrar a subordinação da educação aos ditames sociais e culturais, legitimando assim a falsificação do conceito e da prática educacionais.

Porém, a dimensão do conhecimento e seu princípio orientador é a busca da verdade (ou deveria ser). Tal princípio está também relacionado à condição da vida humana. Educar para o Amor seria, então, o maior desafio a se conseguir na Educação; e, caso se consiga isto, o objetivo da educação como “Conviver consigo mesmo e com os outros” terá sido alcançado.

Mas, como os homens em meio ao mundo encontram-se ainda na imperfeição – e em um estado que por si só justifica a existência da educação – esta própria finalidade existente acima não pode, portanto, constituir-se em representante final e exclusiva do critério da utilidade, porque aquilo que se configura útil no estado atual não necessariamente reveste-se do sentido daquela utilidade aliada à busca da verdade. Então a dimensão a ser ressaltada na educação, como teoria e prática formativas da humanidade no homem, deve ser o exercício da introspecção.

Quando a vida pessoal é vivida com sabedoria, a tendência é perceber que, de fato, não há separação entre introspecção e ação no mundo. Por meio da auto-reflexão, isto é, os hábitos mentais e comportamentais, os sentimentos e emoções podem se tornar progressivamente mais conhecidos, e com isso é possível que o indivíduo transforme seus limites, fraquezas, medos, potencialidades e virtudes em algo familiar, refletindo sobre eles e passando de fato a conhecê-los (e não apenas vivendo como seu refém). Em outras palavras, em Psicologia Transpessoal, isso significa integrar a sua sombra. Por intermédio desse exame interno minucioso e frequente, torna-se possível à pessoa contemplar com serenidade suas atitudes e hábitos mentais, e gradualmente agir de acordo com os princípios da própria auto-reflexão e contemplação; e, embora a coerência não seja atingida imediatamente, surgirá aos poucos a percepção clara dos aspectos pessoais que resistem a se integrar, a fim de que a pessoa possa vir a aceitar-se como é, e assumir de fato a direção de si com plena lucidez, compreensão e coerência. A partir dessa integridade surge a idéia de uma unificação progressiva consigo mesmo (Individuação), compreendida como o processo de superação contínua das diversas cisões interiores, o que permite que se dissipem muitas das oposições antes consideradas como conflito, como observou Carl Jung em seus estudos.

Os aspectos vistos até aqui referem-se à formação humana, aqui entendida como a idéia de que a humanização é um processo. Nosso nascimento biológico, e mesmo as diversas formas de socialização universalmente disponíveis não são, por si só, garantia de realização puramente humana. Formação humana é um modo próprio de viver que se constitui pelo reconhecimento dignificante em relação aos outros seres humanos e à natureza, de modo a ter atitudes de compromisso, respeito e cuidado nos âmbitos pessoais, interpessoais, comunitários, sociais, naturais e ambientais.

Para o budismo, o entendimento da formação humana consiste na dissolução progressiva da ignorância básica dos seres. Para essa tradição, a natureza fundamental de todos os entes permanece pura, compassiva, amorosa e equânime, em meio às suas inúmeras ignorâncias, de um modo completo, inalterado e incessante. Para facilitar a compreensão e permitir a comparação dos elementos pertencentes a tradição budista com o escrito acima, é preciso pontuar algumas observações sobre o budismo e as contribuições que poderia ter nas escolas ocidentais, assim como as orientais:

A primeira observação budista refere-se ao sofrimento universal dos seres humanos e não-humanos. Esse entendimento alcançado pelo Buda antes mesmo de atingir sua liberação completa foi o principal motivo que o moveu em sua jornada espiritual de autodescobrimento. O Buda descobriu que o sofrimento alimenta-se de causalidades surgidas da ignorância dos seres quanto a sua natureza intrínseca; no entanto, se estes conseguissem reconhecer tal natureza e nela repousassem com estabilidade, poderiam superar seus enganos e remover as causas desses sofrimentos.

Ao reconhecer a profundidade da origem do sofrimento, a tendência dos ensinamentos budistas é de nutrir um sentimento de compaixão pelos seres, por compreender a condição de igualdade entre aquele que sobre isso reflete e todos os demais seres. Nas palavras do Dalai Lama, essa compreensão aparece como a base da compreensão e agir éticos, que não precisam estar associados a nenhum credo ou tradição, mas podem plenamente ser a base de uma ética leiga, a qual se afirma do seguinte modo: “Todos os seres têm o mesmo direito à felicidade e a libertação do sofrimento“.

Buda meditando embaixo da árvore

Dessa forma, ato de reconhecer, acolher e contemplar a condição de sofrimento de todos os seres e seu desejo de felicidade proporciona o desenvolvimento do sentido de igualdade e o surgimento de um sentimento compartilhado: a compaixão. Assim como naturalmente, sem nenhum esforço, qualquer um é capaz de se comover com um amigo ou parente que sofre, ou alegrar-se com seu êxito, do mesmo modo a identificação pessoal e vivenciada com a condição universal dos seres para experimentarem o sofrimento ou a felicidade, que é o pressuposto segundo o qual, de acordo com o ensinamento budista, se pode nutrir uma compaixão progressivamente equânime e profunda para com todos. Assim, a compaixão é o resultado verdadeiro da realização do princípio da igualdade, na tradição budista.

Outra dimensão observada pelo budismo é a da verdade. O tema da verdade é de grande complexidade em todas as tradições filosóficas, e no budismo não se constitui exceção. De acordo com o Prof. Dr. Aurino Lima, a educação formal ocidental prioriza os ensinamentos escolares como a verdade única, impedindo a ampliação para o sentir, e para outros ensinamentos que não aqueles passados pelo professor na escola.

Na maioria das escolas de filosofia budista se reconhece a existência de duas verdades: uma verdade absoluta e uma verdade relativa. Também há variações no entendimento dos sentidos dessas verdades de escola para escola. Adotam-se aqui, entretanto, os sentidos das verdades relativa e absoluta tais como foram concebidos e propagados pela escola de pensamento Mahayana e a escola Madhyamika (ou Madhyamaka), que teve como seu fundador um dos maiores expoentes, o mestre espiritual e erudito Nagarjuna. Por meio da compreensão da natureza absoluta e de sua permanente inspiração na vida pessoal e social, o budismo admite que os seres podem finalmente se liberar das causas do sofrimento.

Todos admitem sem questionamento a realidade independente do mundo, das coisas e seres a sua volta. A própria ciência é uma criação sofisticada, que consiste em demonstrar de forma inequívoca a natureza e as propriedades das coisas e fenômenos de um ponto de vista fundamentalmente objetivo, isto é, de um modo que não se restrinja a simples opinião ou preferência. Neste âmbito existe a verdade relativa. Esta se refere, portanto, a um mundo convencional.

Com o fato de os seres humanos poderem visualizar, compreender, apreciar e interagir com o mundo através da sua sensorialidade e estrutura mental, é possível operar a distinção entre erro e acerto, entre verdade e falsidade. No entanto não é preciso muita reflexão para discernir que tal verdade é relativa à experiência humana, e possível apenas em determinados tempos históricos e contextos culturais. Essa análise da verdade relativa, para o budismo, não se aplica apenas aos objetos materiais, mas igualmente às sensações, percepções, pensamentos, formulações abstratas e ao próprio “eu” humano. Assim, a sensação humana de frio ou calor é totalmente relativa. Aqui nem cabe ressaltar o quanto as emoções e a mente são passíveis de relatividade. Mas, em síntese: corporeidade, emoções e pensamentos não gozam de existência intrínseca, e nenhum deles em particular pode definir a natureza do “eu”.

Onde se poderia, portanto, encontrar o aspecto da verdade absoluta?

Admitindo-se que toda dualidade entre sujeito e objeto, sejam eles quais forem, significa uma verdade relativa, conclui-se que a verdade absoluta ou última não é algo que possa ser encontrado dessa maneira. A verdade absoluta pode ser experimentada pela percepção não-dual, mas ela mesma não se restringe à experiência. A verdade absoluta é algo que não pode ser apreendida de forma independente da experiência ou da condição do próprio observador. Assim, a verdade absoluta é a própria condição, sem condições, do surgimento dos fenômenos; a dimensão sem-dimensão do surgimento de sujeito e objeto; a vacuidade de fenômenos que também se expressa nos próprios fenômenos. Surgir, estabilizar-se e extinguir-se são aspectos da natureza relativa, que, no entanto, se sustenta na natureza absoluta: que não nasce, não se estabiliza nem se desestabiliza, nem morre. Apenas É.

O principal motivo da compreensão e estabilização da verdade absoluta tem por meta a ação desapegada e compassiva em meio ao mundo e aos seres, visando o bem-estar de todos eles, os quais também são a expressão da verdade absoluta.

Nota-se assim que os ensinamentos budistas – embora utilizando linguagem distinta das teorias clássicas da educação no ocidente – convergem em seus princípios com a meta educacional. Mais do que simples coincidência, tal convergência parece surgir devido à natureza do objeto educacional, que é a formação humana. Desse modo, o fundamental para o âmbito educativo não parece ser a contribuição de uma tradição ou teoria em particular, mas, principalmente, a clareza sobre os princípios que configuram a natureza do educar. Sem estes, a própria idéia de possíveis contribuições de outros campos teóricos, científicos ou espirituais pode mais atrapalhar do que trazer benefícios à teoria e à prática da formação humana, ou seja, a Educação.

bandeira da espanha Ler em espanhol (por Teresa)

Fontes:
Palestra: A Espiritualidade Budista e a Sombra Psicológica e suas Relações com a Educação do Prof. Dr. Aurino Lima Ferreira e Prof. Dr. José Policarpo Júnior dois fundadores do Núcleo de Pesquisa em Educação e Espiritualidade na UFPE. (ministrada no Espaço Cultural Cor do Coque Instituto de Formação Humana, em 17/09/2009)
IFH: Instituto de Formação Humana
DALAI LAMA, XIV. O Caminho para a liberdade. Tradução: Beatriz Penna. Rio de Janeiro: Record: Nova Era, 2003.
PADMA SAMTEN, Lama. 2000. Os Doze elos da originação interdependente. (Ensinamentos orais transmitidos em agosto e dezembro de 2000, na Fundação Peirópolis, e em Guarulhos, SP, transcritos por Eliane Steingruber). São Paulo: mimeo.
POLICARPO JUNIOR, José. 2004. A Individualidade – concepção negativa e positiva, segundo o budismo

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Lucas
Lucas
4 abril de 2022 10:47 pm

Primeira escola primária budista é inaugurada em Uganda
https://www.buddhistdoor.net/news/first-buddhist-primary-school-opens-in-uganda/

Lucas
Lucas
15 março de 2022 7:28 pm

Seção sobre budismo de um livro didático de história dos EUA (8ª série)

https://www.reddit.com/r/Buddhism/comments/te146o/section_on_buddhism_from_a_usa_history_textbook/

torquemada kid
torquemada kid
16 outubro de 2009 12:46 am

Guaco, “agora definir que “Mesmo quando temos vislumbres do Tao, lembramos que o Tao que pode ser experienciado não é o Tao absoluto.” não lhe parece um dogma limitante não? ;)” Parece sim limitante! Uma das propostas do post é refletir sobre essas “parcelas” do Absoluto que pode-se ter acesso. Abraço! —————- sim, no budismo, algumas escolas se cria o conceito de “níveis de percepção” da consciência. no daoísmo, mesmo no religioso, ou se retorna a fonte, ou não. entendo q um insight não é um samadhi, sendo samadhi ir além da vida e morte e retornar, no mínimo, podendo… Read more »

Paula
Paula
15 outubro de 2009 8:54 pm

Mas Pers, até compreendi a segunda parte do teu comentário, agora, a associação DE verdade Absoluta PARA realidade, que seria no caso, para mim, as verdades relativas de percepção etc, foi que não ficou claro para mim. Você poderia desenvolver mais? Obg!

Paula
Paula
15 outubro de 2009 8:58 pm

Guaco,

“agora definir que “Mesmo quando temos vislumbres do Tao, lembramos que o Tao que pode ser experienciado não é o Tao absoluto.” não lhe parece um dogma limitante não? ;)”

Parece sim limitante! Uma das propostas do post é refletir sobre essas “parcelas” do Absoluto que pode-se ter acesso.

Abraço!

Pers
Pers
17 outubro de 2009 12:20 am

Paula,

Ué, realidade não é “verdade para as percepções”. Realidade é em si.

Verdade é que é para as percepções, pois se contrapõe a engano. É um conceito epistomológico, perceba, trata da relação entre um conhecedor e um objeto. Essa relação se dilui quando nos aproximamos do fim da jornada. Então não me parece interessante associar verdade com absoluto, pois absoluto é o Ser, ou o sinônimo que usei, realidade.

Paula
Paula
17 outubro de 2009 12:15 pm

Ah Pers, eu tinha entendido errado. Tirou a minha dúvida aqui:

“Então não me parece interessante associar verdade com absoluto” 🙂

Lucas
Lucas
25 junho de 2010 4:35 pm

Meditação Transcendental chega às escolas estaduais

10.27.2009
>>>
http://www.meditacao.biz/blog.html

Lucas
Lucas
25 junho de 2010 4:26 pm

16/11/2009 – 17h45
Escolas do Rio adotam meditação transcendental; assista
>>>
http://educacao.uol.com.br/ultnot/2009/11/16/ult3280u42.jhtm

Anônimo
Anônimo
14 julho de 2013 10:54 am

Distante mais de 15 mil quilômetros, o Nepal ficará muito próximo do Brasil a partir de setembro, quando estreia “Joia rara”, novela das 18h que falará de budismo.

http://kogut.oglobo.globo.com/noticias-da-tv/noticia/2013/07/bianca-bin-passa-lua-de-mel-no-nepal-e-diz-que-sofreu-com-comida-emagreci.html

Pers
Pers
12 outubro de 2009 5:05 pm

“a” verdade aboluta,

ou melhor, “as” verdades absolutas,

ou melhor, realidade absoluta,

ou melhor, simplesmente REALIDADE ?

O FATO é que há CAMINHO, e no caminho vamos ampliando nossos conhecimentos e experiências, abandonando enganos e sofrimentos, e que há uma condição de possibilidade dessa grande amplidão: Deus/Absoluto/Tao.

Esse é o arcabouço. E descobrir o arcabouço é apenas um pequeno passo.

Agora, precisamos ver todos os outros infinitos passos.

Por exemplo, um passo importante é descobrir, racionalmente e experimentalmente, que o desamor/egoísmo é um engano, e portanto devemos ir nos despojando desses sentimentos e de suas cargas.

Igor
Igor
11 outubro de 2009 8:53 pm

O Conhecimento da verdade absoluta e o reconhecimento de que não existe verdade absoluta.

Paula
Paula
11 outubro de 2009 1:32 am

Valeu, Solius,Caio e anonimo!

Irei desenvolver a segunda parte que preciso escrever ainda.

Anônimo
Anônimo
9 outubro de 2009 4:51 pm

Parte 2 plz

Zex len lliker...
Zex len lliker...
9 outubro de 2009 9:51 pm

O texto eu to lendo… comento depois;

Mas “Monks from Liverpool”?!?!

Hehehehsheshehahahehahaeaehah!!!!!!

Caio
Caio
9 outubro de 2009 11:36 pm

Bom texto!

Paula
Paula
10 outubro de 2009 6:10 pm

Silas, interessante teu comentário. A ideia é que podemos ter acesso da verdade absoluta sim, mas não é perceptivel em sua totalidade. Quando existe a busca de si facilita a busca pela verdade absoluta, por isso citei a sombra psicologica nesse processo, como forma de integraçāo, e a individuacao tambem.Os tipos psicológicos,introversāo e extroversao, ao meu ver, fazem parte de como percebemos o Mundo, entāo ,parte da verdade relativa. Abraço.

Acid
Acid
10 outubro de 2009 6:29 pm

Esse negócio de verdade absoluta só existe como potencial, porque não podemos experiencia-la como indivíduo. Mesmo quando temos vislumbres do Tao, lembramos que o Tao que pode ser experienciado não é o Tao absoluto. Nossa aparelhagem é inútil pra falar de coisas absolutas.

guaco bey
guaco bey
10 outubro de 2009 8:03 pm

Mesmo quando temos vislumbres do Tao, lembramos que o Tao que pode ser experienciado não é o Tao absoluto. ———- Acid, se vc experimentar o taiji e depois o wuji, pois o tao não se experimenta, menino! 😀 o tao é o caminho, o circuito de retorno! 😀 o processo de elevar-se à fonte, a mãe dos dez mil seres, enfim, se vc trilhar seu caminho e chegar lá, vai perceber que não só se “vislumbra” o absoluto infinito e sem forma, como se EXPERIMENTA, se INCORPORA a bagaça cósmica. Mas então não tem como expressar a experiência em em… Read more »

Igor
Igor
10 outubro de 2009 10:19 pm

Experimenta que é de Menta

KKKKKK

Solius
Solius
11 outubro de 2009 12:27 am

Paula, Numa primeira leitura achei excelente o seu texto. Parabéns! Vale observar que se trocamos nele a doutrina budista pela cristã, em nada altera, exceto, talvez, por um ou outro aspecto secundário. E está muito bem escrito também. 🙂 _______________________ Acid, “Nossa aparelhagem é inútil pra falar de coisas absolutas.” Talvez “insuficiente” seja um termo ainda mais preciso. De fato, nossa condição não nos permitirá compreender a Verdade absoluta; mas é sempre bom pensar que nosso intelecto nos permite conhecer ao infinito, então jamais precisaremos nos preocupar com o esgotamento de informações. 🙂 Poderemos sempre apreender os fragmentos da Verdade… Read more »

Silas
Silas
9 outubro de 2009 4:29 am

Fui concordando com tudo até certo ponto. Acho que também concordo com ele, mas não estou certo de que o interpretei acertadamente. “A verdade absoluta pode ser experimentada pela percepção não-dual, mas ela mesma não se restringe à experiência. A verdade absoluta é algo que não pode ser apreendida de forma independente da experiência ou da condição do próprio observador. Assim, a verdade absoluta é a própria condição, sem condições, do surgimento dos fenômenos; a dimensão sem-dimensão do surgimento de sujeito e objeto; a vacuidade de fenômenos que também se expressa nos próprios fenômenos. Surgir, estabilizar-se e extinguir-se são aspectos… Read more »

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