Por Portia Nelson
CAPÍTULO 1
Ando pela rua. Há um buraco fundo na calçada. Caio.
Estou perdido, sem esperança. Não é culpa minha.
Leva uma eternidade para eu encontrar a saída.
CAPÍTULO 2
Ando pela mesma rua. Há um buraco fundo na calçada, mas finjo não vê-lo.
Caio nele de novo.
Não posso acreditar que estou no mesmo lugar, mas não é culpa minha.
Ainda assim, leva um tempão para eu sair.
CAPÍTULO 3
Ando pela mesma rua. Há um buraco fundo na calçada.
Vejo que ele está ali. Ainda assim, caio. É um hábito. Meus olhos se abrem.
Sei onde estou. É minha culpa. Saio imediatamente.
CAPÍTULO 4
Ando pela mesma rua. Há um buraco fundo na calçada. Dou a volta.
CAPÍTULO 5
Ando por outra rua.
Esse poema é encontrado no O Livro Tibetano do Viver e do Morrer, do lama Sogyal Rinpoche, e nos faz refletir sobre o quanto podemos evoluir com nossos erros. Se gostaram, recomendo o filme Feitiço do Tempo, com Bill Murray.
Isso mesmo! Feitiço do Tempo! Ele testa todas as possibilidades materiais, mas só no fim, cansado e rendido, ele, agora transformado, age com e no Amor. Se liberta da maldição.
Parabéns pelo canal!