AMOR

Estou muito feliz com os verdadeiros amigos me ajudando e dando força, carinho e confiança nessa época difícil. Todos sabem o quanto sou recluso, mas ainda assim me procuram pra me tirar do marasmo. O conhecimento de como as coisas se processam “do outro lado” ajuda bastante a encarar as dificuldades com resignação para, quem sabe, virar o jogo no futuro. Ninguém é inocente, ninguém é vítima. Somos todos algozes em eterno aprendizado. Eu aprendi muito nesses meses, e ainda tenho muito que aprender. A primeira lição que ficou marcada a ferro e fogo foi o desapego das coisas materiais e sentimentais. Nada é permanente. Temos que aprender a conviver com mudanças. Nem sequer nossa vida nos pertence.

Agora… Achava que o amor desafiaria essa lógica budista. Se fosse verdadeiro, o amor sobreviveria a tudo. Mas transmuta-se, como tudo nesse mundo. É preciso que o espírito compreenda o amor em toda a sua extensão, para que apreenda a sua essência, seja como o amor de uma mãe, amor de filho, de marido, ou de verdadeiros amigos…

A essência das coisas não muda, pois é Divina, como bem antevia Platão. Portanto, faça o que fizer, pense na essência. Lute para que o que você estiver fazendo sobreviva ao tempo, pois só a essência dos atos permanece. O amor é energia sutil, mas poderosa. Precisa ser trabalhada, lapidada, como uma pedra preciosa, ou pode vir a converter-se facilmente em ódio. O amor constrói, o ódio destrói. Por isso a dualidade do Deus Brahma, o Criador, e sua representação em Shiva, o Destruidor/Transformador. São polaridades da mesma energia mental. Assim como no Zoroastrismo, hoje estamos em eterna luta com nossas metades, a “boa” e a “má”, até um dia percebermos que não existe bem ou mal, e sim ação. É regra geral no universo que o que se faz tem retorno. É a colheita da qual nos falaram Jesus e Buda.

Por falar nos dois, estou andando pra baixo e pra cima com o livro Jesus e Buda – Diálogos, de Carrin Dunne. As páginas finais são uma coletânea de ensinamentos de ambos, que se interpenetram em sua sabedoria, que precedia o tempo deles, e até mesmo o nosso, onde não estamos intimamente preparados para a revelação total. Eu leio e releio esses ensinamentos, que são como bálsamo refrescante para minha alma.

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Andréa Trompczynski
Andréa Trompczynski
14 novembro de 2004 3:51 pm

é muito bom ler seu blog. Tornei-me adicta. Meu momento de reflexão do dia, tudo o que sempre acreditei e não lembrava mais. Obrigada, menino.

Olim
Olim
27 março de 2007 11:41 am

A mente tem assimilado ao longo dos tempos aspectos distintos a respeito do Amor. Na nossa cultura definimos /conceituamos o amor com sendo de várias -senão infinitas!- espécies: amor materno, amor paterno, amor fraterno, amor à pátria, amor ao time de futebol, amor à esposa, aos filhos, ao trabalho, a Deus, a determinado mestre, ao guru, ao amigo… E nesses diversos tipos de amores, geralmente, associamos graus de valores, de importância, de prioridades, critérios de julgamento, comparações entre eles mesmos. Talvez por nossa necessidade de segurança em sobreviver tenhamos aparentemente criado aquela necessidade de mantermo-nos unidos e vivos, para que… Read more »

Olim
Olim
26 março de 2007 5:02 pm

Gostaria de propor um post para aprofundarmos sobre “O Amor”…

Bono
Bono
26 março de 2007 5:53 pm

Apoio o pedido do Olim.

🙂

Caesar
Caesar
27 março de 2007 1:53 am

DEFINIÇÃO DE AMOR (Francisco Candido Xavier) Vida é AMOR existencial Razão é AMOR que pondera Estudo é AMOR que analisa Ciência é AMOR que investiga Filosofia é AMOR que pensa Religião é AMOR que busca Deus Verdade é AMOR quje se eterniza Ideal é AMOR que se eleva Fé é AMOR que transcende Esperança é AMOR que sonha Caridade é AMOR que auxilia Fraternidade é AMOR que se expande Sacrifício é AMOR que se esforça Renúncia é AMOR que se depura Simpatia é AMOR que sorrí Trabalho é AMOR que constrói Indiferença é AMOR que se esconde Desgoverno é AMOR… Read more »

Bono
Bono
27 março de 2007 2:58 pm

Olim, acho que eu descobri =P

Mesmo amando a todos de forma igual, oque nos atrai a uma relação mais doque às demais é o reflexo desse amor que sentimos em troca do amor que dedicamos a todos. Enquanto para algumas pessoas esse amor tenha caminho apenas de ida, para alguma em particular ocorre uma espécie de troca amorosa, sentimos nosso amor ser retribuido estabelecendo assim um relacionamento estável.

Abração.
🙂

Hor-Hekenu
Hor-Hekenu
24 abril de 2007 4:37 pm

Legal esse pensamento.
A retribuição acontece quando quem recebe nosso amor o aceita, e isso é muito bom, prazeroso…mas o grande barato é amar!!!amar!! e amar… aos pais, aos irmãos, conjulge, vizinhos, parentes, em fim ao proximo!!!
Viver assim deve ser viver em plenitude!!

Impusivel?

Caroline Guimarães Gil
Caroline Guimarães Gil
27 maio de 2007 6:28 pm

Que lindo este blog. Que beleza rara! Como é bom saber que existem pessoas assim no mundo. Transformando os carvões em diamantes…a uma olhada.
MEu coração precisa ler tudo isso.
Continue evoluindo.
Abraço.

Daniela Oliva
Daniela Oliva
18 fevereiro de 2008 8:30 pm

Olha,não sei mesmo como é o seu nome….Fazia tempo que não passava por aqui…mas…vc escreve muito bem e não tenho palavras para definir a prundidade de seus textos…

beijos

Natalia Ferreira Sussumo
Natalia Ferreira Sussumo
2 abril de 2008 10:12 am

tá aceitando dicipulos?

Anônimo
Anônimo
15 maio de 2009 8:54 pm

todos nos aki sabemos como e ruim perder uma pessoa q ama ..
mais eu acredito q se vc n fico com essa pessoa q n era pra ser e deus com certeza guardo uma pessoa mt mt especial pra vc ainda mais se vc merecer.

martyn
martyn
20 maio de 2011 5:51 pm

O Poder Do Agora – Eckhart Tolle

O amor, com certeza, também é um desses portais?

Não. Assim que um desses portais é aberto, o amor se apresenta para nós como uma “realização da
sensação” de unidade. O Amor não é um portal. Ele é o que vem através do portal até este mundo. Enquanto
estivermos completamente envolvidos pela nossa identidade com a forma, o amor não pode existir. Nossa tarefa
não é buscar o amor, mas sim encontrar um portal através do qual ele possa entrar.

http://www.viagemastral.com/gva/viewtopic.php?f=9&t=8315

Martyn
Martyn
20 dezembro de 2011 4:17 pm

Amor e impecabilidade O Universo inteiro é feito de amor, a própria matéria é feita de amor, mas esta palavra está tão emprenhada de outros significados que usá-la não é muito adequado. Mas a substância amorosa que constitui a matéria-prima pela qual Deus criou tudo tem uma propriedade fundamental para nós humanos: ela se molda a nossa vontade e aos nossos desejos. Sim, ela é tão amorosa que permite que façamos dela aquilo que queremos e desejamos. O nosso desafio é ter um querer verdadeiro e um desejo perfeito. Assim recebemos do Universo tudo aquilo que desejamos, isto nos faz… Read more »

Anônimo
Anônimo
23 setembro de 2017 10:03 pm

O amor não é ensinado; é descoberta. A vida é o mestre (guru).
— Gangaji

O verdadeiro amor é nada a tirar, nada a adicionar.
— Joel Gonzales

Quando te der mais prazer amar do que ser amado, conhecerás o verdadeiro amor.
— Alejandro Jodorowsky

http://dharmalog.com/2017/09/19/amor-em-relacao-lama-michel-tenzin-palmo-sri-prem-baba-amar/

Anônimo
Anônimo
28 março de 2014 11:22 pm

Amor!

Bono
Bono
27 março de 2007 1:28 pm

No estágio em que estou não deveria falar nada sobre amor mas vamos lá expor minhas elucubrações. Para mim esse conceito de alma gêmea é bastante narcisista, como o narcisista só pode amar a si mesmo ama o outro só porque ele é uma alma gêmea. Dizem que o amor verdadeiro é universal e não seletivo, fico pensando como criar relações estáveis sem amar uma pessoa mais que as demais? Seria a nescessidade de um relacionamento conjugal fixo apenas uma aspiração de natureza corporal e o amor algo maior, mais abrangente e transcendente a ela? Porém o amor ao mesmo… Read more »

Olim
Olim
27 março de 2007 1:51 pm

Bono: “… fico pensando como criar relações estáveis sem amar uma pessoa mais que as demais?…” Também não sei… Com relação ao relacionamento fixo, parece mais uma convenção cultural necessária e circunstancial do nosso ambiente físico ser mais forte(?). É como se fosse um marco inicial, um primeiro passo para um relacionamento que não deva existir, mas que por si só já exista…Seria como amar sem desejar amar, sem procurar amar, sem ir atrás das condições próprias para amar e sim simplesmente Amar, porque somos o Amor. Para quê desejar, procurar, brigar, competir, pensar, filosofar… se já O somos? Sempre… Read more »

Jepson
Jepson
20 dezembro de 2004 5:31 pm

Não sei exatamento pelo o que vc passou por esses tempos, mas me identifiquei muito com essa mensagem sua… é exatamente o que eu ando sentindo e pensando… muita luz para vc, e continue com esse ótimo trabalho.

Beth
Beth
7 janeiro de 2005 8:31 am

Estou procurando melhorar a cada dia e saiba que voce esta fazendo parte diária dessa luta, pois todos os seus artigos se tornam um grande aprendizado e me dá forças pra continuar… por coincidencia estarei hoje com uma amiga que está com problemas de “amor”… acho que poderei transmitir “sua mensagem”… obrigada e tenha um otimo final de semana… beijos a todos!

Romildo Amorim
Romildo Amorim
11 fevereiro de 2005 7:07 pm

Parabéns pelo seu trabalho e obrigado por dividir com todos nós…sempre achei que quando as coisas são boas, elas precisam ser divididas para todos.

OBRIGADO!

Cristina
Cristina
30 março de 2005 10:15 pm

Beeem na hora! neste momento estou sentindo tanta dor na alma, que chega a ser física. Aquela vontade de deixar de existir, sumir do mapa, uma sensação de sofrimento eterno. Valeu o texto!!!!!

Marcus
Marcus
1 maio de 2005 2:31 pm

O Incentivo.

Quem, melhor de amor está, que não pode ser amado. Que bem poderia transbordar o cálice da felicidade. Qual dor da perda não nos é imaginável. O que melhor seria para os desanimados, além da vida e da morte?

tiza
tiza
14 maio de 2005 9:26 pm

Tõ achano k comigo ,dentro de mim mesma ,encimesmada que Marcus ou é um médium que psicografa poesias e some; ou um sonâmbulo poeta se projetando no astral literário, ou um ET mui romântico;…mui sinistro
..já puxei papo, já teci elogios, e ele só versa e sai…versa e sai..muito istranho..
(brincadeira,viu Marcus;mim amigo!)

Radical Chic
Radical Chic
15 maio de 2005 6:25 pm

Só pra descontrair 😆 “O amor não é algo que te faz sair do chão e te transporta para lugares que nunca vistes. O nome disso é avião. O amor é outra coisa. O amor não é uma coisa que escondes dentro de ti e não mostras para ninguém. Isso se chama vibrador tailandês de três velocidades. O amor é outra coisa. O amor não é uma coisa que te faz perder a respiração e a fala. O nome disso é bronquite asmática. O amor é outra coisa. O amor não é uma coisa que chega de repente e te… Read more »

Ale
Ale
16 maio de 2005 2:18 pm

Ehehe… Radical, curti esse seu poema ahhahahah… Muito loko…

Marcus
Marcus
14 maio de 2005 5:01 pm

Amor.

O amor é bom e é mau. Faz bem e faz mal. É doce e amargo. É estreito e largo. O amor é, antes de tudo, um fardo. É feliz e infeliz. O amor é saciado e faminto. É como um tiro no escuro, perigoso com cara de seguro. O amor é o que eu sinto. É um mar de rosas. Um lago de areias movediças. Uma porta sem dobradiças. O amor é só o amor, nada mais. Só amor.

Bono
Bono
27 março de 2007 3:50 pm

Pois é, mas talves sem saber usei a palavra certa, eu disse relacionamento estável, isso quer dizer equilibrado, não eterno. O amor é como o sol, irradia em todas as direções do espaço, eventualmente encontra um planeta (ou um cometa =P) que lhe reflete a luz e lhe chama a atenção.

Mas acho que a estabilidade real só pode ser encontrada em si mesmo. A felicidade real do amor está em amar, não em ser retribuido, assim como a felicidade real do eu está em ser, não em ter.

Saiba
Saiba
16 setembro de 2006 2:33 pm

Tu tens mita gente em tua mente saiba de teus impusos!

Olim
Olim
27 março de 2007 3:16 pm

Mas o quê garante essa “estabilidade”? E se um dia essa estabilidade for por água abaixo, uma vez que podemos encontrar em outra pessoa um melhor reflexo dessa relação amorosa?

Quantas pessoas mantém relacionamentos estáveis um período e um tempo depois ela se esvai, some?

Acho que essa estabilidade só nos serve para a nossa segurança mental e social e, talvez, até pelo medo de sentir só, esquecido, desamparado, marginalizado…

Não sei, mas tenho ainda a impressão de que há algo mais…

Grande abraço!

🙂

Bono
Bono
27 março de 2007 2:34 pm

Embora nossa natureza seja livre gostamos de viver presos a pessoas, cituações ou ideologias, pois a prisão dá uma falsa sensação de estabilidade e segurança. Falsa estabilidade porque todas as prisões tendem a desaparecer um dia e falsa segurança porque estando acorrentado numa prisão não poderemos caminhar por caminhos equivocados, entretanto permaneceremos perigosamente estagnados.

Olim
Olim
27 março de 2007 2:14 pm

Acho que todos temos uma solução para tudo que ocorre nesta vida e neste planeta e se resumirmos em uma palavra seria: Amor.

Mas, devido à nossa condição física e mental, cultural, terrenal… creio que primeiramente temos que sofrer(através do desejo, da busca, da procura, do conhecimento,etc.) por esse algo que não se afina com a nossa realidade.

Se aprofundarmos qualquer tema que seja tenho a certeza absoluta que chegaremos à palavras Amor, até os mais horrendos e cavernosos.

Anônimo
Anônimo
24 outubro de 2015 12:48 pm

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