RÓTULOS E EVOLUÇÃO

Fico pensando nos rótulos que usariam pra catalogar certos assuntos. Como seria classificado esse blog? “O lado místico de Matrix“? Ora, não existe um lado místico. Existe o lado oculto, que poucos conhecem (ou querem conhecer). Só que também não conhecemos as causas do autismo, e mesmo assim não chamamos essa desordem de “misticismo”. E os milagres? Eles existem às centenas, registrados em boletins médicos, só que não são chamados cientificamente de “milagre”. Nem deveriam. Por que não se aprofundar nos mistérios do mundo? Por que não se perguntar o PORQUÊ?

Em Matrix Reloaded Merovíngio fala sobre isso na cena do bolo: Nos deixamos levar pelos sentidos, pelo prazer ou dor – o que seja – e esquecemos o PORQUÊ!

Enfim, por que rotular as coisas e colocá-las em “gavetas” mentais? Sei que é assim que a mente funciona melhor, mas isso não é uma limitação do cérebro, e sim da MENTE. Você não é sua mente. Você foi programado pra pensar assim! Distancie-se de sua mente e você poderá apreciar o Todo na individualidade, e a individualidade no Todo. Uma coisa não exclui a outra. Pensando assim, você deixará de analisar e julgar as pessoas. E as verá como individualidades de você mesmo. Óbvio que você permanecerá humano e com todos os defeitos inerentes à nossa personalidade: ainda poderá sentir raiva, ciúmes, desprezo, mas já não estará tão distanciado dela quanto antes. Saberá no íntimo que sua evolução depende da evolução dela.

As pessoas são “ruins”? Mas, será que você é sempre “bom”? Será que você nunca errou? Elas precisam de ajuda, e não de um carrasco. Se elas são do tipo que mordem a mão que as alimenta, esqueça-as. O “sistema” SEMPRE encontra um meio de colocar todos os “programas” em harmonia, embora pra nós pareça o caos. Não queira ser o algoz, pois seria uma involução pra você representar esse papel. Sempre vai ter alguém estúpido o suficiente que vá se beneficiar com o papel de carrasco, evoluindo através dos erros.

Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!

Mateus 18:7

O não-fazer. Esse é o segredo do Zen. E é o segredo da Cabala ser não-reativa.

As pessoas perdem centenas de vidas brigando uma com as outras. Fulano lhe matou nesta vida, e você, P da vida, vai fazer o possível pra arruinar a vida dele, nem que seja daqui a 100 anos, em outra encarnação. Aí fulano reclama aos céus, achando-se inocente (afinal, ele não tem lembranças do que fez) e, descobrindo o causador de seus infortúnios, parte pra cima de você. E continua esse ciclo de Sansara por vidas e vidas, até que um lado perdoe.

Quer fazer roleta russa? Vá em frente! Você tem uma ótima chance de morrer de forma rápida e estúpida. Quer beber até cair? Que ótimo! Optou por uma morte lenta e dolorosa. Se você se sente tentado a fazer isso é porque é seu desafio. Está na sua programação. Se você se matar, bem, provavelmente vai ter muito tempo pra se arrepender disso enquanto estiver recuperando seu corpo energético em uma encarnação onde o lugar que você destruiu vai estar com sérios problemas (tiro na cabeça = problemas mentais, e por aí vai…). Mas vai ser uma excelente contribuição pra sua evolução na próxima vida. Se você desistir e der mais valor à sua vida: Ótimo! Você é um(a) vencedor(a)! Não vai precisar perder algumas dezenas de anos pra poder repetir o teste na mesma idade, em outra encarnação.

Não, não estou falando isso da boca pra fora. Felizmente fui um vencedor de um desafio desses e foi muito difícil! Mas sempre me questiono o porquê das coisas, e isso me ajudou bastante. O blog também não foi por acaso. Graças aos estudos tive base para discernir, e descobrir esta frase, que foi a peça-chave na minha pequena – mas significativa – vitória:

Uma vez, durante um retiro para meditação, um discípulo disse ao instrutor Zen Soen Nakagawa: “Estou muito desanimado. O que devo fazer?”.
Soen respondeu: “Anime outras pessoas”.

Philip Toshio Sudo; Zen Computer

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Raphael
Raphael
23 dezembro de 2007 7:20 pm

Cara, sem sacanagem, de forma aleatória cheguei a esse texto. Acabei de ler aquele de animismo extravagante… Qual foi a minha surpresa que não havia comentários nele, deve ser pelo fato de você não ser tão “famoso” na época dele(hahahaha!!!, daqui a pouco Faustão, no quadro “Güenta coração”, com participação de coleguinhas e tias do primário….). Tenho certeza se postasse hoje, teria o mesmo número de comentários dos textos contemporâneos, que, acho eu, já estão excessivos, e as vezes, pela preguiça, não leio todos. Tem muito haver com que tenho me questionado atualemnte. De achar a vida pesada demais e… Read more »

Saindo da Matrix
Saindo da Matrix
26 dezembro de 2007 11:33 am

Só porque todo mundo faz algo não quer dizer que seja certo ou bom. Nos anos 50 todo mundo fumava sem culpa. Até as crianças eram incentivadas com cigarrinhos de chocolate. Será que eles não eram suicidas quando morriam de câncer?? Definitivamente sim. Só não havia a “culpa”, que só existe quando associada ao CONHECIMENTO (quando Adão e Eva comeram do fruto da árvore do conhecimento/discernimento, sobreveio a “culpa” de estarem nús. Notem que Deus nunca os culpou por estarem nús, afinal “Ele” os fez nus. foram eles mesmos que se encucaram). Isso tudo é pra dizer que nem todo… Read more »

Bono
Bono
26 dezembro de 2007 9:00 pm

Nem precisa usar drogas para se suicidar e ser assassinado lentamente. Comer alimentos com conservantes, gorduras trans, gorduras saturadas e essas coisas também é suicídio lento. Mas no minha opinião os piores suicídios/assassinatos lentos estão mais relacionados a venenos mentais e emocionais que a venenos físicos. Além disso, não sei porque suicídio físico seria uma coisa ruim, acho que o ruim é que os suicídas geralmente estão em algum tipo de depressão, isso que faria eles irem pro ‘vale dos suicidas’ na minha opinião e não o suicídio. Oque faz uma coisa ser pecado não é a ação em si,… Read more »

Willem Diamond
Willem Diamond
25 setembro de 2008 2:24 am

Concordo que é inútil julgar. As coisas e as pessoas valem por si, são únicas (este site, inclusive) e não são equivalentes, no máximo parecidas.

Quanto à questão do suicídio, na outra encarnação eu me dei um tiro no abdômen e morri lentamente, será que é por isso que quase não tenho seqüelas (nistagmo, hipersensibilidade [meio] descontrolada)?

Eu sei que me suicidei na encarnação anterior porque eu tentei fazer isso há um tempo atrás, e a frase “de novo?” me impediu. 🙂

Olim
Olim
25 setembro de 2008 10:04 am

Willem Diamond: Eu não questiono a reencarnação, porém tampouco dou trelas à sua inércia nesta vida em que estamos vivendo. Ora, se fui um assassino ontem, um ditador, um guru, um santo, um suicida, um imperador, um artista, um sei-lá-o-quê, de pouco vai me justificar ou explicar o que sou agora. Acho ainda que o Agora é o único que nos interessa em termos de compreensão, de interação, de vivência. O que passou, passou. Se existe algo que consideramos pendente atualmente, tendo por fundamento uma situação ou conduta de outrora, então, mesmo assim, ela deve estar latente, viva, nos dias… Read more »

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