Os anos 90 foram intensos em filmes profundos e surpreendentes que mergulhavam numa jornada onde a realidade não era o que parecia ser, e outras realidades coexistiam (o que hoje chamamos de multiverso). The Matrix, Os 12 macacos, O 13º andar, O Show de Truman e Abre Los Ojos abriram a cabeça de muita gente e deram frutos, como esse blog.
Eis que, após uma década quase vazia, vem um filme pra explodir cabeças e que (provavelmente) será o melhor do ano pra muita gente. É Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo (Everything Everywhere All at Once). É um Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, só que bem feito. Poderia ser descrito como uma mistura de Stephen Chow com Jackie Chan e uma pitada do nonsense de Community (até porque os Irmãos Russo estão entre os produtores) com a liberdade humorística de Apertem os cintos, o piloto sumiu.
O cartaz do filme dá uma noção da loucura, mas também dos temas sérios de fundo, como a circularidade da Vida (com um visual emprestado da Roda da Vida Tibetana) e o Yin-Yang, representado pelos olhinhos (aliás, recomendo esse vídeo que mostra o jogo visual entre a “grande rosquinha” e os olhinhos).
Tentem não saber muito sobre o filme e surpreendam-se, coisa cada vez mais rara na indústria do cinema. Jamie Lee Curtis está irreconhecível e irreprovável, e a Michelle Yeoh, que Diva! Que range! Que papel difícil e que atuação! Esperem ela no Oscar! Outro que impressiona demais é Ke Huy Quan, interpretando o marido da personagem principal. Sabiam que ele que foi o “Short Round” de Indiana Jones? Nem eu!
O filme é corajoso por diversos motivos. Elenco chinês, falado metade em chinês metade em inglês (intercalado!), coragem pra mostrar coisas na tela que podem ferir a sensibilidade do cidadão de bem, coragem de ser uma montanha-russa de comédia com drama e luta e ainda assim parar tudo por 10 minutos pra ter um momento de pura introspecção e contemplação, sem uma pessoa sequer falando. Coragem de, no meio do momento mais sensível e emocionante do filme, onde meus olhos já estavam marejando, colocaram uma cena de 2 segundos que pra mim foi a mais engraçada do filme e, se eu estivesse tomando algo nesse momento, teria cuspido tudo de tanto que eu ri! Que filme! De vez em quando ainda me pego pensando nele aleatoriamente.
Assisti esse filme, finalmente, ontem à noite e… me faltam palavras pra definir! Diferente. Surpreendente. Uma montanha-russa de emoções, ações e camadas temporais de multiverso. Um absurdo gostoso. Alucinante ao extremo, mas bom, gostoso. Ao contrário de muitos filmes recentes com ação atrás de ação, só pra chamar a atenção de millenials com segunda tela em punho, sem um encadeamento e um objetivo maior. Enfim… entrou na minha lista top de todos os tempos.
o filme em termos nietzschianos niilismo x amor fati
Está com algumas semanas que assistir este filme e ainda me pego pensando nele… antes dele só Gravidade se manteve, e se mantem, na minha memória. Achei incrível como ele conseguiu extrair tantas emoções: gargalhada estrondosa, chorei, me empolguei com as cenas de luta, me surpreendi, refletir… como é bom ver que a originalidade e criatividade ainda se faz presente no cinema.
Sid,
O Ke Huy Quan é o Dado dos Goonies… por isso ele leva a pochette!!!
Eita, bem lembrado!
‘Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo’: Matrix na era quântica vence Oscar 2023
http://cinegnose.blogspot.com/2022/05/tudo-em-todo-lugar-ao-mesmo-tempo.html
Acabei de assistir…
q filme doiiido!
mas acho que entendi porque o filme ganhou o oscar.
Eu estou surpreso do Oscar ter captado o espírito do seu tempo na sua premiação. Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo é o melhor e mais revolucionário filme dos últimos 12 anos e mereceu.
O último filme que teve tantas camadas, tanta ousadia de desafiar a expectativa do espectador é de romper com o status quo foi Inception. E antes dele, Matrix.
sim.. acho q é Revolucionário..
Este é exatamente o tipo de filme que eu gosto, pois explora ideias “fora da caixinha”. Mas sinceramente, fiquei triste, pois não curti muito a execução. Os filmes fazem a gente se sentir de uma determinada forma e depois ficamos tentando racionalizar o motivo. Nesse caso, esse filme me incomoda porque eu sou um espiritualista que consome cultura pop feita por pessoas materialistas. Os materialistas riem da noção de que um Deus possa existir (ou mesmo vida após a morte, ou qualquer coisa espiritual) mas abraçam sem questionar a ideia de que vivemos em uma hiperestrutura (multiverso) que contempla toda… Read more »
disponível no Prime Video..
Grande Acid! Adorei tudo no filme. Minha esposa, no entanto, não entendeu nada. Minhas filhas e respectivos namorados, por sua vez, acharam “bom”.
Achei um filme BB…………BELA BOSTA !!!! Não aguentei 20 minutos. Mas cada um cada um, sem problemas.
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Mais uma para ajudar abrir a mente..
Valeu Acid pela dica!
Jornalista: Sumida?
Marina Silva: Racista! Machista!