616: O NÚMERO DA BESTA

“É um fragmento muito bom de se encontrar. Os estudiosos têm estudado há muito tempo sobre isso, e agora parece que 616 era o número original da Besta”.

A declaração é da Dra. Ellen Aitken, professora de história do cristianismo primitivo na Universidade McGill, no Canadá, e refere-se à nova transcrição de um fragmento de Apocalipse 13.18 (“Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta, pois é o número de um homem. O seu número é seiscentos e sessenta e seis”) citando, em vez do tradicional 666, o número 616 como a sua transcrição definitiva.

616: O NÚMERO DA BESTA

O fragmento foi encontrado ainda em 1895, próxima à antiga Oxyrrinchus, uma das comunidades cristãs do Egito, tem a nomenclatura P115 e faz parte do acervo do Ashmolean Museum, em Oxford, Inglaterra. Os especialistas datam a sua idade não antes do ano 256, constituindo o fragmento mais antigo do texto de Apocalipse. Contudo, estava ilegível e sem pigmentação. Apenas em 2005 o papiro foi submetido a técnicas avançadas na Oxford University, permitindo a sua leitura.

Não é simples compreender qual o significado do número que identifica a besta no Apocalipse de João. Segundo a Dra. Aitken, “quando falamos sobre os primeiros textos bíblicos, estamos sempre falando de cópias feitas sobre cópias, no máximo 150 a 200 anos depois que (o original) foi escrito. Eles podem ter erros de cópias, alterações por motivos políticos ou teológicos”.

A dúvida sobre o número da besta já era conhecida no século II, quando o comentarista Irineu escreveu um capítulo sobre o assunto e atestou que nos melhores manuscritos que tinha encontrado aparecia o 666, e não o 616. O comentário de Irineu acaba atestando que os dois números existiam naquele período, em versões diferentes do Apocalipse de João. O 616 é encontrado no Codex Ephraemi (século V), na versão latina de Tyconius (donatista do final do século IV) e também em uma versão armênia antiga. Mas Irineu teve contato com outros manuscritos, e preferiu o 666, decisão que foi adotada também por Jerônimo para a Vulgata. É possível que a maior aceitação do 666 tenha vindo por analogia com o 888, número grego de Jesus. Outra perspectiva seria a interpretação de que o 666 (a Besta) buscava a perfeição (representada pelo número 7), mas nunca conseguiria alcançá-la.

O número em Apocalipse 13 não se refere necessariamente ao diabo. A Besta pode ser uma representação simbólica de uma pessoa que o autor não quis se referir diretamente. A maioria dos intérpretes bíblicos que utilizam a gematria para interpretar a passagem associam esses números ao imperador Nero (embora Nero tenha morrido 30 anos antes de ser escrito o Apocalipse, havia uma lenda de que ele voltaria, ou o autor poderia estar moldando a personalidade do Anticristo na de Nero, para alertar futuras gerações). O nome de Nero em hebreu tem duas versões: קסר נרוןKeysar Neron e קסר נרוKeysar Nero. A primeira dá o resultado 666, e a segunda, 616, o que poderia explicar a origem dos dois números em manuscritos diferentes.

Espiritualmente falando, o número 666, cuja soma resulta no numeral 18 e desdobrado obtém-se 9 (número do lâmina do Tarot – O Ermitão – sabedoria) não condiz com a fama negativa do seu significado (Na Cabalá o número 666 representa a criação e a perfeição do mundo). Já a soma do número 616, que resulta no numeral 13 (lâmina do Tarot 13, a Morte – fim necessário, transformação) tem muito mais simbologia, pois há muito tempo a besta já era representada como “a morte dos corpos”.

Referência:
O investigador cristão – O verdadeiro número da besta: 666 ou 616?;
Mônica Buonfiglio – O número da Besta não é 666, mas 616

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Anônimo
Anônimo
31 julho de 2015 11:02 pm

Fontes: Monica Buonflglio e uma referência religiosa tribal. Taserto. Esse blog deveria se chamar: “voltando para o tribalismo” ou “misticismo picaretations”.

Isa
Isa
24 julho de 2015 10:42 pm

Hoje encontrei seu post intitulado Depressao, de 2006, e ler tudo aquilo me ajudou tanto que eu só poderia deixar aqui um agradecimento por você tê-lo escrito. Obrigada. 🙂 que bom que existe essa loucura de internet e que as pessoas podem compartilhar coisas assim.

serise
serise
23 julho de 2015 12:19 pm

Assunto bem interessante.

O quadrado magico do sol.

http://www.hierophant.com.br/arcano/posts/view/Science/2688

Dohko de Libra
Dohko de Libra
23 julho de 2015 10:28 pm

É claro que 13 é o número da besta. Como você acha que toda porcaria é eleita nas urnas desse país?

Anônimo
Anônimo
2 novembro de 2015 6:32 pm

As bestas não têm número, elas têm um sinônimo: ignorância.

Observador
Observador
4 setembro de 2015 10:55 am

O numero 666 é o número que se obtem aplicando-se a Gematria em Maitreya.
utiliza-se as letras Mem (40), Alef (1), Iod (10), Tav (400), Resh (200), Iod (10) e Hei (5).

JuanDePatmos
JuanDePatmos
7 setembro de 2015 5:28 pm

observador…

esqueceu do y.

E, Maitreya é uma palavra de origem Hindu que significa mestre, professor ou instrutor. Aquele que ensina. CONSTRUTOR de idéias e pensamentos. Não é um nome de uma pessoa.

A Besta do Apocalipse refere-se a um número chave de NOME de uma pessoa. Um DESTRUIDOR. E este deve ser descoberto pela Numerologia Pitagórica (grega). Cada alfabeto tem sua numerologia própria, pois cada simbolo ou letra tem som diferente e consequentemente números diferentes.

se liga…

Observador
Observador
8 setembro de 2015 9:10 am

JuanDePatmos,
Respeito teu comentário, mas:
– quem disse que tem que ser um nome de uma pessoa, um nome próprio?
– quem disse que teria que ser pela numerologia pitagórica?
– o “y” é dado pelo “iod”. O que falta pela sua ótica seria o som do “e” que é dado pelo sinal massorético equivalente à vogal, abaixo do “resh”.

Skywalker
Skywalker
24 dezembro de 2015 6:59 pm

Observador e JuanDePatmos,
Infelizmente, em se tratando de escritos religiosos proféticos, eles são tão rebuscados e obscuros que percebe-se seu real significado apenas DEPOIS dos eventos profetizados já terem se realizado.

Anônimo
Anônimo
28 julho de 2015 10:54 am

Anos de cálculos jogados no lixo ¬¬

Alexandre
Alexandre
1 agosto de 2015 11:00 am

Estava pesquisando sobre isto :

https://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%BAra-Masda

E é bem interessante pois também é quase que igual as historias Sumérias e etc, porém com nomes diferentes.

Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem, para que não entendam a linguagem um do outro.

Alexandre
Alexandre
31 julho de 2015 12:00 am

Esqueci de informar Ricardo, mas só queria ilustrar sem usar palavras bíblicas para não confundir.Esqueça. Creio também que não seres não tem o material necessário para fazer ainda, já pensei até no tal de bitcoin mas creio que é improvável. Acid se der para apagar minha referência bíblica eu agradeceria pois isso iria dar muita confusão.

Alexandre
Alexandre
30 julho de 2015 11:57 pm

Obrigado por explicar-me Acid.
E caro Ricardo :

Qual o problema disso ? Se eu tenho um sofá e uma cama, e se eu ganhasse um sofá-cama, qual o problema que eu teria em me livrar do sofá e da cama?

Ricardo
Ricardo
29 julho de 2015 4:40 pm

Vão ter que mudar todos os códigos de barra do mundo?! E o chip da besta, como fica? Vão jogar décadas de conhecimento tecnológico no lixo?

Alexandre
Alexandre
28 julho de 2015 6:15 pm

Bom, não sei se eu entendi bem mas “a interpretação de que o 666 buscava a perfeição”. Então todos que buscamos a perfeição somos bestas? hehehe

Anônimo
Anônimo
28 julho de 2015 1:34 pm

Nota mental: riscar o Papa da lista de suspeitos.

Dohko de Libra
Dohko de Libra
27 julho de 2015 11:00 am

[OFF] Noto que os posts do Saindo da Matrix que mais tem comentários, e portanto, os que mais fazem sucesso, são os de alguma forma relacionados à política. É o atual momento do Brasil, não tem como negar. É a principal aflição do brasileiro nesse momento. E por mais que não tenha sido todas as pessoas, essa crise política serviu para as pessoas estarem mais antenadas, e procurarem mais reportagens e discussões políticas. Pelo menos conseguimos fazer um pouco de limonada com esses limões. Reportagens sobre a 2a Guerra e guias espirituais são legais, e continue com isso. Mas, como… Read more »

JuanDePatmos
JuanDePatmos
13 janeiro de 2016 1:57 pm

SkyWalker, Concordo contigo, em termos. Toda profecia deve ser LIDA e INTERPRETADA a partir de sua escrita original, bem como qualquer outra obra religiosa, pois TODAS são dirigidas ao leitor que DOMINA a lingua na qual foi escrita e os seus simbolos. Cada lingua possui simbolos conforme as características de seu povo. O Apocalipse foi escrito em Grego e posteriormente versionado para o Latim, e hoje possui VERSÕES em quase todas as linguas. Portanto, se quiser uma proximidade dos acontecimentos profetizados no Apocalise deve ser interpretado a partir simbologia (mitologia) e escrita da Cultura Grega. Quem fizer diferente disso, erra.… Read more »

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