AS MONTANHAS PASSAM

Em dezembro de 2010 fui na palestra do Lama Padma Samten. Ex-professor de Física no Rio Grande so Sul, ele foi ordenado Lama (Título que significa líder, professor, sacerdote) na Ordem Nyingma de budismo Tibetano, e desde então esteve envolvido em trabalhos sociais e obstinado em integrar budismo e educação. Por isso ele está vindo bastante ao Recife para palestrar na Universidade Federal de Pernambuco. O que pode parecer à primeira vista uma forma de proselitismo religioso (quem não quer integrar sua religião ao sistema educacional?) se mostra simplesmente um resgate de valores éticos que independem de religião. O budismo é flexível o suficiente pra não depender sua existência como religião, dogmas ou ensinamentos específicos. É uma vivência baseada no bem-viver com todas as criaturas, que pode ser resumida na frase do Dalai Lama: “Faça o bem sempre que possível; se não puder fazer o bem, tente não fazer o mal.” Isso está no cerne de todas as religiões ou filosofias, como podemos ver nas regras de ouro.

Lama Padma Samten
Lama Padma Samten

Nascido Alfredo Aveline, Padma Samten foi Físico, com bacharelado e mestrado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e professor entre 1969 e 1994. Na década de 1980, mergulhado no entendimento da física quântica, encontrou afinidades entre os estudos dessa ciência exata e o budismo e encantou-se a ponto de, em 1996, ser ordenado Lama pelo Mestre tibetano Chagdud Tulku Rinpoche. Hoje ele mesmo diz que esses foram os personagens que ele “vestiu” para viver em sociedade. O título de Lama, suas vestes, é mais um personagem. Nós não somos nossos nomes, funções, cargos, escolaridade. Somos o que está no mais fundo de nossa alma, só acessível através da meditação. Mas mesmo a palavra “alma” não é usada pelo Lama em suas palestras, pra não trazer consigo os valores / conceitos pretéritos que damos a essa palavra. No budismo é preciso sempre deixar pra trás os barcos que usamos pra atravessar os rios do entendimento.

Toda a problemática do budismo está em como lidamos com esses personagens. Às vezes nossos problemas e conflitos assumem a forma de personagens, como uma dificuldade que nos parece instransponível como uma grande montanha, porque estamos imersos na ilusão do “palco” onde os personagens atuam. Numa análise isenta e detalhada percebemos que a “montanha” era na verdade uma cenografia, ou, se for “realmente” uma montanha, ela pode ser vencida com o equipamento adequado, ou mesmo contornada. Samten cita o Mestre Dogen, fundador do Sotozen, quando ele diz que “as montanhas passam, as nuvens ficam“. Após mergulhar no Zen, percebe-se que as montanhas são aquilo que acreditávamos ser de mais sólido no mundo, mas são ilusões, são impermanentes. Enquanto as nuvens são os pensamentos, frágeis, transitórios, mas sempre presentes (muitas vezes criando novas “montanhas”).

Marcionila Teixeira entrevistou o Lama para o jornal Diário de Pernambuco em 2010, onde ele fala sobre o significado da felicidade e sobre a boa convivência com os semelhantes:

Na sua passagem pelo Recife, o senhor falou sobre o tema Como superar a violência e encontrar a paz. Qual caminho devemos trilhar para alcançar a pacificação?

A violência é inerente à mente obstruída. Um ator, por exemplo, pode se confundir com o próprio papel e viver como se fosse o personagem, se estiver com a mente obstruída. Quando falamos de nós mesmos, verificamos que a maior parte é ator de si mesmo, assume vários personagens ao longo da vida. O psiquiatra Roberto Fischer comentou certa vez: “Eu ajudo as pessoas a deixarem de ser o que elas não são”. A mente obstruída se caracteriza pela pessoa que pensa que é o que não é. A relação disso com a violência é que, para nos defendermos, assumimos determinados personagens e a partir daí podemos gerar violência.

Em que momentos da vida assumimos novos personagens e como podemos assumir papéis melhores na sociedade?

Ao longo da vida, vamos ter várias mortes de personagens, o que consequentemente nos dá a sensação de continuidade, mesmo vivendo as várias mortes. Eu, por exemplo, já fui professor universitário e hoje já não sou mais. Um personagem pode morrer, por exemplo, quando um casamento acaba, quando perde-se um amigo. Quando essas tragédias acontecem é mais fácil ver quem realmente somos, pois ocorrem o que chamamos de dissolução da identidade. A resposta para essa pergunta é a espiritualidade, o silêncio natural que damos à nossa mente. Independentemente do budismo, somos o silêncio que temos sempre. Os personagens são lúdicos, podemos ter vários. Eles podem não ser bons, nem maus, mas é importante não sermos maus. Se escolhermos sermos seres dos reinos inferiores, teremos sofrimento, apesar de que em todos os seis reinos do budismo há algum nível de sofrimento.

Como encontrar o silêncio em nossa mente? Através da meditação?

Sim. É importante ficarmos em silêncio, não importando a nossa orientação religiosa. Para meditar, em primeiro lugar o corpo deve ficar equilibrado, não importa se sentado ou se em pé, o importante é se sentir bem. O objetivo dessa mente em silêncio é encontrar a lucidez.

O senhor também fez uma palestra no Centro de Educação da UFPE com o tema: Educação: superando a roda da vida, direcionada a professores e outras pessoas interessadas no tema. De que especificamente o senhor tratou durante sua fala?

A equipe do Centro de Educação da UFPE tem o Núcleo de Educação e Espiritualidade, cujos integrantes têm interesse em manter um diálogo entre o budismo e a pedagogia. É um evento aberto, que trata a educação em sentido mais amplo, mas com foco na formação humana do profissional, ou seja, debatemos como o budismo ajuda na formação daqueles que atuam na educação. Trazemos a relevância da compreensão do processo interno e analisamos como produzir pessoas mais felizes.

Nesse sentido, como podemos produzir pessoas mais felizes nas escolas e evitar o bullying, por exemplo?

Se há um menino praticando bullying contra o colega, por exemplo, mas a vítima do abuso não se importa com isso porque percebe que está lá para entender as aulas, que está lá porque está focado em outro objetivo, o bullying não vai funcionar. A escola também pode criar ambientes favoráveis, que ocupem os alunos. Dessa forma, naturalmente eles não vão fazer o que não deve ser feito na escola. É questão de liderança de quem faz a escola, dos próprios professores. Quando um colega ajuda o outro dentro da sala de aula, é difícil encontrar brigas nesse ambiente, pois eles estarão mais ocupados com atividades cooperativas, com tarefas em grupo.

Como a passagem do ano pode incentivar as pessoas a manter uma cultura de paz?

A passagem do ano faz parte do calendário gregoriano, cristão, não está implantada no calendário budista. Há ainda o Natal, que também não é do calendário budista, mas nós seguimos todas essas comemorações de acordo com a cultura local, de acordo com a cultura dos povos por onde o budismo passa. Acreditamos que não é necessário instituir na localidade a essência da nossa religião nessas datas. De toda forma, o que imaginamos do Ano Novo é o sentido comum, ou seja, o fim do ano representa, ao mesmo tempo, o início de outro ano. Na prática, as pessoas esperam chegar meia-noite, comem lentilhas, tomam champanhe. Nada muda, na verdade, mas elas fazem festa. Em Viamão, no Rio Grande do Sul, onde atuo em um centro budista, nós fazemos o que chamamos de 108 horas de paz. Nessas ocasiões, dedicamos vários dias para discutir diferentes temas como educação, ação social. Ficamos felizes, trocamos experiências, fazemos planejamentos para o ano que chega.

Como melhorar as relações que não vão bem?

Aproveite para rezar. Peça que o outro seja feliz, que supere o sofrimento e que encontre as causas da felicidade. É importante dizer isso a si mesmo, de forma constante. A vida melhora. Não é necessário dizer ao outro diretamente. Um médico, por exemplo, só trabalha com doentes e poderia se contaminar. Mas ele pensa sob outro ponto de vista e diz: “Estou no lugar certo para ajudar as pessoas”.

Por que tragédias familiares são tão comuns ao final do ano?

Nesse período, há muitas expectativas de felicidade e, por isso mesmo, acontecem muitas frustrações, porque nem sempre é possível acompanhar as expectativas. Todo mundo é cobrado de ser feliz, principalmente nessa época.

Qual o segredo da felicidade?

O segredo da felicidade é simples. De modo geral, ficamos pensando o que precisamos para sermos felizes. Questionamos sobre o que o mundo e os outros podem nos oferecer para alcançarmos a felicidade. Mas ao observarmos o mundo assim, nos desencantamos. É preciso uma atitude positiva para com os outros. A pessoa pode mudar o olhar interior dela. Aspirar que o outro tenha níveis de felicidade. Cada um que olharmos assim, surge em nós um nível de felicidade, encontramos uma experiência de felicidade. Não devemos cobrar dos outros e do mundo que eles sejam do nosso jeito porque isso vai causar frustração em nós. Pensar de outra forma traz alívio. As pessoas felizes esperam, essencialmente, o bem dos outros.

Essa atitude permite que a cultura de paz seja vitoriosa?

A cultura de paz produz felicidade. A pessoa feliz sabe viver melhor no mundo. As pessoas frustradas não sabem produzir uma capacidade de desenvolver simpatia com relação aos outros. Na cultura de paz ficamos melhor com os outros e desenvolvemos capacidade de nos apoiar nos outros e apoiar os outros. Andar só é fator de infelicidade.

E como pensar no bem de alguém que nos faz mal, como um assaltante?

É normal se sentir ameaçado, ter raiva ou medo. Mas se a pessoa puder olhar e ter compaixão, a aflição será aliviada. Se olharmos para as estatísticas de violência, vemos que os adultos jovens de periferia são as maiores vítimas de homicídio. Isso vem de um processo agressivo que eles mesmos se permitem ser vítimas. Mas se olharmos para esses jovens, percebendo que eles têm a vida curta e infeliz, isso já nos permite a compaixão. Alguém com uma arma dominando a situação está muito infeliz.

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Martyn Stubbs
Martyn Stubbs
13 janeiro de 2011 12:33 pm

Sagrado : Budismo (Mais Você – Globo)
>>>
http://www.youtube.com/watch?v=d8_bUC_UD6o

Padawanderson, do âmago do vulcão Rorschach,
Padawanderson, do âmago do vulcão Rorschach,
19 janeiro de 2011 9:13 am

Edd, cê qué o que… O Estado -Já de uns 30 anos pra cá- administra o País de forma desleixada (Já que o que importa é o “futuro redentor socialista” e não o presente deformado pela realidade imprevisível), e junto com a nossa apatia & aversão política, ao mesmo tempo que vai montando um aparato ideológico, jurídico e burocrático contrário às necessidades da própria Nação. O que aconteceu na região serrana do Rio já estava previsto desde 2008 de acordo com estudos encomendados pelo próprio governo Cabral. O que se fez à respeito? Essa turma revolucionária (A esquerda partidária e… Read more »

Edd
Edd
19 janeiro de 2011 9:35 am

Padawanderson, a cobiça e falta de amor ocorre até ai. Estão sendo noticiados desvios de doações na região serrana. O cara ta fodido, sobreviveu por um milagre, mas continuar vivo é uma incognita, pq quem tenta comprar a comida acha ela a um preço HiperFaturado, e quem depende de doação, não recebe tudo que devia receber, pois as doações são desviadas. Nem em uma situação critica as peções se abalam ( alias, só se abalam se a situação critica for com elas diretamente). Mas, é isso né, somos doutrinados desde pequenos à sermos “espertos”, o probre e o rico.

Pers
Pers
19 janeiro de 2011 2:40 pm
Fellini
Fellini
19 janeiro de 2011 6:44 pm

Pers, utilizaram 7 hertz nessa experiencia, não?

Ondas Theta: 3 a 7 Hz.

Estão associadas a um estado de grande capacidade de reminiscência, criatividade e visualização, inspiração e conceitos holistas.

É o padrão cerebral representativo do sono REM, ou seja, do sonho. É onde temos acesso ao inconsciente e onde podemos reviver cenas que causaram traumas no passado e nos curarmos das sequelas que foram deixadas por eles.

Theta também é o estado ideal para desfazer condicionamentos e crenças.

É assim que vou desconverter o mundo todo…

😉

P.S:
Dançou acid, a desdominação mundial já é minha.

Pers
Pers
20 janeiro de 2011 7:18 am

Fellini, viu lá, no caso do Benveniste, como funciona a prática científica ? Bem ao estilo desenhado por Thomas Khun, hein ?

Fellini
Fellini
20 janeiro de 2011 11:21 am

Pres, É a praga do dogmastismo que espapou da religião e contaminou a ciencia.

O Benveniste sofreu uma inquisição cientifica.

Padawanderson, do âmago do vulcão Rorschach,
Padawanderson, do âmago do vulcão Rorschach,
22 janeiro de 2011 6:15 pm

Pois é caro Edd, Parece que o negócio no Brasil é “desviar” do caminho civilizatório mesmo… Ouvi certa vez que onde nasce a bananeira não cresce a civilização… Jeitinho brasileiro= canalhice generalizada auto-imposta o Brasil se tornou isso: Um projeto de futuro utópico-hipotético baseado numa estratégia furada e dolorida. Eu já tô me “desviando” na direção do aeroporto internacional (Mas vou continuar com o meu plano terrível de recuperar cérebros contaminados de ideologias revolucionárias e dogmatismos ateístas); também, depois de ver o Wagner-ESCRÁCHÁ-Montes defender a soltura do criminoso para que este possa enterrar o filho morto na tragédia serrana, sem… Read more »

Anônimo
Anônimo
18 fevereiro de 2013 1:44 pm

Lama Padma Samten estará em Salvador nos dias 26 e 27 de fevereiro 2013.

http://www.cebb.org.br/lama-samten-em-salvador-dias-26-e-27-de-fevereiro/

comment image

Anônimo
Anônimo
19 maio de 2013 8:54 pm

ZEN – A vida do Mestre Dogen – Português

http://www.youtube.com/watch?v=4ID87y_3BmI

Anônimo
Anônimo
5 julho de 2013 5:21 pm
Edd
Edd
18 janeiro de 2011 8:30 pm

OFF TOPIC:

É ridículo o que esta acontecendo na região serrana do Rio, e até onde vai a cobiça.
Um miojo esta sendo vendido a R$ 10,00!!!!
Não seria a hora de sugerir mudanças para o chamado “Estado de Calamidade”, como sei la, torna-lo mais pratico, para que quando decretado, os preços fossem congelados?

Anônimo
Anônimo
18 janeiro de 2011 4:39 pm

“…No budismo é preciso sempre deixar pra trás os barcos que usamos pra atravessar os rios do entendimento…”

Maravilha!

🙂

Nid
Nid
18 janeiro de 2011 2:32 pm

Não consigo ser leve, já fui e acho tudo isso desnecessário e respeito muito.

eduardo buchs
eduardo buchs
13 janeiro de 2011 2:17 pm

Leio alguns meses seu blog,gostaria de saber se segue alguma religião ,se não com qual mais simpatiza

lex.... Zen uma barbaridade
lex.... Zen uma barbaridade
13 janeiro de 2011 2:34 pm

Gasshô!!!

O Lama Samten foi praticante de Zen Budismo até se dedicar a linha Tibetana…

Mestre em Física (chegou a dirigir a cadeira na Universidade Federal do Rio Grande do sul) Faz com poucas pessoas no mundo a boa relação entre a ciência ocidental e a filosofia Budista.

Tenho grande admiração por este Mestre brasileiro.

Acid
Acid
13 janeiro de 2011 2:52 pm

Não sigo nenhuma, mas simpatizo com o budismo (talvez mais com o Zen)

Padawanderson, do âmago do vulcão Rorschach,
Padawanderson, do âmago do vulcão Rorschach,
13 janeiro de 2011 6:20 pm

Fui ver o ‘Watchmen’ por esses dias (Êta nerd retardatário)… Como essa situação de “Paz Mundial” é um treco complicado (Acredito que até p/ um Lama tibetano). Vejo nesses dias que correm uma multidão melindrosa e pacifista clamando por toda parte pela “Paz na Terra”, sem ao menos entenderem ou questionarem a problemática do Mal; e sem que ao menos percebam o quanto estão contribuindo- com suas cotas mensais de boas intenções e discursos polidos- para o aumento desse Mal da qual querem se livrar. Como falar de “Paz Mundial” se as ferramentas e os meios que me ajudariam nessa… Read more »

Jota
Jota
13 janeiro de 2011 10:26 pm

Respostas vagas para perguntas objetivas:evitar o bulling é simplesmente ignorá-lo?

Test Pilot Yui
Test Pilot Yui
14 janeiro de 2011 3:48 am

Uma das formas de se ver o corpo no oriente é a de um filtro para a manifestação do ser. Para aquele que busca, expressar a identidade na forma pura se torna difícil, igual a uma pessoa que foge de um hospício possuindo apenas a roupa do corpo. O mundo de fora se torna frio, hostil e está atrás da sua pele. E a fisicalidade ensina muito sobre a pele mas muito pouco sobre a identidade, razão pela qual um profissional de física se sente atraído por esse outro lado da existência que é o lado qualitativo do ser. Qualidade… Read more »

Padawanderson, do âmago do vulcão Rorschach,
Padawanderson, do âmago do vulcão Rorschach,
14 janeiro de 2011 9:33 am

Esse “remédio” tem surtido alguns efeitos mui interessantes nas situações de bullying (Termo pomposo pra chamar a atenção pra uma coisa que existe a um tempão, desde os primórdios): Sabendo que “A FRAQUEZA ATRAI A AGRESSIVIDADE”, começe adquirindo forças para não se mostrar fraco aos olhos do agressor; isto é mais uma questão de ‘atitude’ do que de excesso de músculos. Conheço bem essa situação de “bullying”. Passei perrengues com isso até no jardim de infância (Descobri cedo que morrer pode ser algo bem fácil e angustiante se vc estiver submerso por 30 “coleguinhas” e com a cara enfiada na… Read more »

Emmanuel
Emmanuel
15 janeiro de 2011 12:13 am

Não dormes sob os ciprestes, Pois não há sono no mundo. O corpo é a sombra das vestes Que encobrem teu ser profundo. Vem a noite, que é a morte, E a sombra acabou sem ser. Vais na noite só recorte, Igual a ti sem querer. Mas na Estalagem do Assombro Tiram-te os Anjos a capa. Segues sem capa no ombro, Com o pouco que te tapa. Então Arcanjos da Estrada Despem-te e deixam-te nu. Não tens vestes, não tens nada: Tens só teu corpo, que és tu. Por fim, na funda caverna, Os Deuses despem-te mais. Teu corpo cessa,… Read more »

Geninha
Geninha
17 janeiro de 2011 12:31 pm

Putz, tô com uma preguiça de ler td isso… A preguiça também silencia a mente. 🙂

Abraços!

Anônimo
Anônimo
21 outubro de 2013 6:15 pm

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