OS MELHORES HEADPHONES DO MUNDO

OS MELHORES HEADPHONES DO MUNDO

Sempre fui fã de músicas em alta qualidade. Foi assim com o CD, depois MP3, onde saí procurando os melhores encoders, os melhores tocadores, DSPs que melhoram o som dos MP3s, como o DFX, e agora headphones.
Eu tenho um AKG K451 que pra mim era o melhor headphone do mundo em termos de qualidade de som. E o melhor: é um dos mais baratos do mercado (45 euros). Eu fazia questão de ir nas lojas e testar os headphones mais caros (até mesmo fones de 600 euros) e compará-los, com a mesma música, com o meu AKG. E ele vencia todos.

Um dia entrei numa Apple Store pra matar o tempo e logo estava testando um Beats Pro, de 399,99 euros. Coloquei “Muse – Starlight“. Parecia que a banda tava tocando de dentro de uma caixa debaixo d’Água! Só tem graves! Nunca comprem nenhum desses Beats, sério, só tem marketing. Isso já foi inclusive constatado por testes. Como é que a Apple tem coragem de comprar uma empresa dessas, só por causa do valor da marca? Não sei se Steve Jobs gostaria de ter essa coisa vinculada à Apple (uma relação discreta, pois eles não marqueteiam muito a parceria). Estamos vivendo numa sociedade em que a percepção de qualidade é maior do que a qualidade em si. É o mesmo som do headphone que você compra na banca do camelô. Esse aparelho, pela qualidade do som dele, deve custar no máximo uns 20 euros, e isso por causa da espuma.

PARROT ZIK

Aí eu peguei um outro headphone que estava do lado, que tinha acabado de ser lançado. Era o Parrot Zik 2.0. Tinha lido sobre ele uma semana antes no metrô, onde o artigo falava q era um headphone sem fio voltado pra audiófilos, mas que o Bluetooth muitas vezes falhava na transmissão de som. Fiquei matutando naquilo, pois imaginei que o audio via Bluetooth compactasse muito as frequências, ainda mais que o MP3, então pra mim a palavra “audiófilo” era incompatível com “sem fio”.

Resolvi meter Starlight pra comparar logo de cara. Apesar de os graves não estarem profundos (já ouvi falar que equipamentos pra audiófilos não tem graves fortes), ele passou no teste dos vocais e mais: eu ainda escutei alguns elementos dos arranjos que eu nem sabia que existia (graças também ao redutor de ruídos externos).
Empolgado, resolvi apelar pra música que separa os headphones homens dos meninos: ABBA – Angel Eyes.

Que? ABBA? Por que?

Sim, essa música é especial, pois além de ser velha, ou seja, não ter sido remasterizada pra soar alta o tempo todo e assim possuir dinâmica, ela possui praticamente tudo o que uma música pode oferecer, desde a bateria agitada até um belo coral de vozes se sobrepondo, passando por violinos e sons eletrônicos. Se um headphone conseguir soar divinamente com ESSA música específica, então ele vai soar divinamente com todo tipo de música.

Eis que surge novamente a surpresa: na música que eu uso pra testes de todos os bons headphones e que eu achava que conhecia CADA nuance, eu ainda consegui descobrir algumas camadas de vocais no refrão! Me arrepiei. Seria esse o Messias? O headphone dos meus sonhos?
Estava bom demais pra ser verdade, ele tinha de ter alguma deficiência (ok, o bluetooth cortou 2 vezes durante a música, mas deficiência sonora eu não encontrei nenhuma).

Então coloquei “Elton John – Rocket Man“:
Primeiros acordes do piano. Parecia que estava numa sala fechada, só eu e o cantor, e não no meio da Apple Store. O redutor de ruídos é mesmo fascinante. A voz de Elton John, em seu ápice, ecoava em todas as suas nuances, e quando os arranjos entraram eles entraram em surround. Sim, meus amigos, tinha esquecido de que li no artigo que ele simula surround. E, no caso dessa música, que simulação!

Fechei os olhos e me agarrei na bancada da mesa. Minhas pernas ficaram fracas com o aumento da dopamina em minha corrente sanguínea.Eu tive uma experiência religiosa.

Pela primeira vez ouvi Deus.

E Ele cantava Rocket Man, através do médium Elton John.

Deus também me disse: o que são 349,95 euros em relação ao Paraíso? O demônio então disse: metade do seu aluguel.

O demônio é ardiloso. Ele conhece as fraquezas das pessoas, e sabe como convencer alguém a fazer o que não quer, e especialmente quando você está sem dinheiro é que ele atenta.

Então fui embora, enlevado pela experiência e ao mesmo tempo abatido.

No outro dia, como não conseguia tirar da cabeça a experiência divina que tive com os headphones Parrot Zik 2.0, resolvi ir na loja de som que tem perto de casa ver se tinha esse fone. E tinha. Dessa vez fui preparado, e baixei no meu Iphone o aplicativo do Parrot, que ativa um equalizador e um virtualizador de surround, além de que você pode salvar uma equalização específica pra cada música.
O fato é que o que era bom ficou melhor ainda. Eu tinha falado que o único ponto fraco é que não tinha muitos graves, mas quando eu liguei o equalizador os graves saltaram imediatamente, profundos, fortes, e sem interferir com os médios e agudos. WOW!!!
Com o aplicativo eu posso desligar todos os acessórios eletrônicos (como redutor de ruído, equalizador e surround) e o som fica mesmo “nhé“, como qualquer outro que não o AKG (testei num headphone Denon de 450 euros, com frequência de 7 a 49khz – extremamente superior em número ao AKG – mas que na prática não chegava aos pés).

Passei quase 1 hora escutando música no Parrot, e pude testar com diversos ritmos, e minha opinião continuava a mesma: o desgraçado é a melhor coisa que já escutei na vida.

Iron Maiden – Aces High
A bateria no início (ta-ra-ra) me deu um susto, pois parecia uma metralhadora. Considerando que a música fala de aviões de guerra, não sei se foi intencional ou não, mas deu uma profundidade ainda maior à experiência de ouvir essa música. Acredito que tenha a ver com o virtualizador: ele simula um ambiente mais aberto, ou uma câmera completamente silenciosa (ou seja, sem reverberação). O som da bateria normalmente se espalha no ar, e na compactação pra MP3 muito dos finos detalhes da reverberação se perdem, então pra mim escutar a bateria sem o abafamento a que a geração MP3 está acostumada foi de assustar. Obviamente a voz do Dickson está fantástica, cortante sem parecer artificialmente aguda.

Stevie Wonder – Yester me, yester you, yesterday
Música antiga (1969), com masterização não muito boa, pra testar o headphone com velhas canções. Passou no teste. Normalmente quando você aumenta o volume de uma música antiga escuta um chiado de fundo. O Parrot não aumenta o ruido de fundo, e o DSP ainda conseguiu fazer a mágica de separar a voz do Stevie do arranjo de violinos, criando uma “bolha” de som envolvendo a voz do ceguinho mais cheio de suingue da face da Terra.

Elvis Presley – Don’t
Animado com a experiência da música anterior, resolvi voltar ainda mais no tempo (1957), mas aí o headphone não fez milagre: ficou unidimensional, mesmo.

Elvis Presley – Never again / I’m leavin
Avancei no tempo pras músicas dos anos 70, com melhor masterização, e a mágica voltou. Não foi como Elton John, mas me fez ficar de joelhos na loja, enquanto fingia que olhava um outro headphone.

Elvis Presley – An American trilogy
Dá pra escutar claramente a vibração da voz grave do tenor fazendo a harmonia. Chega a ser perturbador.

Human League – Don’t you want me baby
Imagine estar na melhor danceteria da cidade, a mais cara, com aquelas caixas gigantes de som que nunca distorcem por mais alto que esteja, que os graves são profundos, e você não sai com zumbido no ouvido depois de algumas horas. Agora imagine-se cercado por estas caixas. É isso.

Beatles – While my guitar gently weeps
Melhor que escutar os Beatles é ESTAR com eles no estúdio de gravação. E é isso que o headphone faz (tudo vai depender da qualidade e mixagem da música. Funcionou perfeitamente com essa). Aqui a precisão é tão grande que eu posso apontar no espaço onde cada integrante do grupo está: Ringo na esquerda atrás. Paul do lado esquerdo. A guitarra de Clapton na direita, um órgão eletrônico atrás na direita, John e George à frente, com guitarra acústica e vocais. E um tamborim exatamente no centro, que dá a impressão de que é você que está tocando.

Pra minha sorte essa mesma loja fez uma promoção na Internet 1 semana depois e eu pude comprar o headphone por 270 euros. Foi uma das melhores compras que já fiz.

PRÓS

parrot zik2

Vamos agora deixar de lado as sensações causadas pelo headphone e aprofundar os detalhes que fazem este ser o melhor headphone do mundo:

O Bluetooth tem mesmo uma qualidade de áudio inferior a do MP3, mas agora, na nova especificação 3.0, se permite fazer streaming de áudio compactado em AAC, que é ainda melhor que o MP3. Mas isso até agora só foi adotado pela Apple, que detém o padrão AAC. Fora da Apple o melhor codec é o Aptx, mas infelizmente o Parrot não suporta esse codec, então não sei como seria a qualidade de som num celular Android ou Windows. Pra conseguir o melhor som possível, eu fui no Itunes e ativei uma opção pra converter todas as músicas que vão ser sincronizadas no Iphone em AAC, para que assim o fone não tenha de reencodar de MP3 pra AAC de qualquer forma, a fim de transmitir via Bluetooth.

As entradas grandes que tem do lado do headphone são entradas de ar, provavelmente para os graves. Ele só tem um botão para ligar e desligar. Todo o resto é controlado via “touch”. Pra aumentar o volume você desliza o dedo verticalmente na lateral do fone direito, pra trocar de música você desliza o dedo horizontalmente, pra parar a música você dá um toquinho de leve.

O redutor de ruídos é tão bom porque tem 4 microfones espalhados no headphone pra captar os ruídos do ambiente em todas as direções e filtrá-los. Pra terem uma idéia eu estava no metrô ao lado desses artistas de vagão e nem me toquei que ele estava cantando até olhar pra ele. Ele tem um modo chamado “Street mode” que usa os microfones pra fingir que você está SEM os fones, ou seja, deixa entrar todo o ruído de fora. Serve pra fazer ligações e ter o feedback de como está soando sua voz, ou pra andar de bicicleta (atento aos sons de fora), etc.

O fone tem também um sensor que, quando você tira ele da cabeça e bota no pescoço (ou em qualquer canto), ele pára automaticamente a música. O fone entra em standby pra economizar energia, e ao botar de volta na cabeça ele continua a música de onde parou.

Ele também recebe as ligações de telefone automaticamente (basta tocar no headphone pra atender) e tem um microfone que capta as vibrações da sua mandíbula, pra comparar com o ruído externo, filtrar sua voz e tornar a conversa pelo telefone mais clara. Quando você recebe uma ligação ele lê o nome da pessoa pra você, pra não precisar tirar o fone do bolso.

O segredo desse headphone está no processador digital de sinais (DSP), que é o coração de qualquer bom equipamento de som. Um DSP pega as frequências de som que estão todas misturadas e separa elas. Ao separá-las, dá a elas um tipo de limpeza, onde os graves ficam mais pesados, os médios encorpados e os agudos ficam livres de distorções e ruídos. E com essas frequências tratadas e separadas eles podem separá-las espacialmente no ambiente (mesmo que apenas com duas caixas de som), através de estudos científicos de acústica e magia negra. Pra quem gosta de som de carro posso dizer que o som do Parrot é do mesmo nível que o de um Pioneer. O DSP do Parrot é de 32-bit, um processador altíssimo pra ser usado só em som. Mas que aparentemente fez toda a diferença, porque a taxa de frequência com que o fone trabalha (20 – 22,000 kHz) é beeeem menor que a do meu AKG (11 – 29.5kHz), mas ainda assim eu consigo escutar bem mais elementos musicais com o Parrot.

Apesar de ser feito pra ser usado com Bluetooth (sem fio), ele vem com um cabo normal, também.

O design do fone foi feito pelo francês Philippe Starck, o mesmo que fez o Iate de Steve Jobs. Ele é todo fofinho, e relativamente leve pra um troço que tem bateria, um driver dinâmico de 40mm e um processador de 32 bits. A haste da cabeça é de alumínio, e há também uma almofadinha no topo da cabeça.

CONTRAS

O problema do fone depender tanto de seu DSP é que, uma vez que a bateria acabe (6 horas de autonomia no máximo) o som Bluetooth dele desligado e você tem de ligar via fio (analógico), e o som é pior que o de um fone de ouvido daqueles que dão em aviões. Tanto é que eu continuo com meu bom e velho AKG de fio, que não precisa de alimentação.

O fone se recarrega tão-somente por USB (cabo incluso), que se liga diretamente ao aparelho. E leva 2:30h pra se recarregar todo. Não existe até agora recarregador de bateria com tomada, apesar da bateria ser removível.

Quando você abre MUITO a boca (experimente cantar Bohemian Rhapsody) o sensor erroneamente pensa que você retirou o fone da cabeça e pára a música. Ela volta a tocar assim que você fechar a boca. Isso não atrapalha comer, por exemplo, a menos que você esteja tentando morder um hambúrguer de 4 andares. Acredito que uma regulagem de firmware pode resolver isso no futuro.

Vi pessoas na internet reclamando que o tamanho máximo da cabeça oferecido pela regulagem do fone ainda é pouco pros norte-americanos. E que por isso mesmo, se você forçar a abertura da haste de alumínio ela se quebra. Então fica a dica: Cabeções, testem o aparelho antes de comprar.

Update:

O acabamento dele se descasca com a exposição ao Sol e a chuva, assim como a espuma, e fica horrível. Felizmente a empresa me deu uma espuma nova após 2 anos.

O Parrot Zik não vende mais 🙁

O SEGUNDO MELHOR HEADPHONE DO MUNDO

headphone sony MDR 1ADAC
Sony MDR-1 ADAC


Na loja também tinha acabado de chegar um novo headphone da Sony (MDR-1ADAC) com um DSP embutido e uma especificação de frequência que nunca vi em outro headphone (de 4 a 40,000Hz analog, 4 –100,000Hz digital) com um driver de 40mm . Estamos falando de um monstro aqui.

Ele vem com vários cabos, e o diferencial dele é justamente esse: Normalmente a música é decodificada pelo smartphone, com o equalizador do smartphone, através do software do smartphone, e só então é passada pro headphone (que pode ou não melhorar o som através de uma re-equalização e reprocessamento, como no caso do Parrot Zik 2.0). A beleza do headphone da Sony é que com um cabo lightning (ou mini-USB) ele se conecta ao seu smartphone e “rouba” a música pra ser processada dentro do headphone. Ou seja, ela chega imaculada ao DSP. Isso permite reprocessar o som digitalmente com extrema fidelidade (especialmente arquivos FLAC, se seu smartphone permitir).

Como alguns já sabem eu tenho uns parafusos soltos no cérebro que permitem que – às vezes – eu interprete sons através de formas e cores, então a experiência com tais faixas de frequência me causaram certa estranheza.

Testei essas músicas com o cabo Lightning:

The Beatles – In my life: Essa música ilustrou bem a beleza do áudio e o problema, pois enquanto eu pude discernir cada lufada de ar se esvaindo com o som, eu não consegui prestar muita atenção na música em si pois eu ficava maravilhado com isso e com as sílabas perfeitamente definidas de John cantando. É como se a pessoa “visse” as coisas em super slow motion e ficasse concentrada nos pingos da chuva caindo e perdesse de apreciar o cenário. Alta frequência em música é como acrescentar mais frames num filme: você vê as coisas mais fluidas, percebe mais detalhes. No caso de O Hobbit os 48 frames por segundo deram estranheza em todo mundo porque todo mundo passou a vida assistindo filmes em 24 frames por segundo. Acho que com a música se deu a mesma coisa. As palavras de John Lennon saíam mastigadas, o sotaque dele ficava ainda mais evidente. A escolha dessa música não foi por acaso: os Beatles foram remasterizados recentemente, em 2009, com a mais alta tecnologia disponível, e eu tenho eles compactados numa taxa bem alta de kbps. Botei a mesma música no Parrot e pela primeira vez senti uma certa decepção: a melodia estava ótima, mas faltavam alguns detalhes. Óbvio, não dá pra comparar um streaming bluetooth de 20 – 20,000Hz com 4 – 100,000Hz via cabo digital de alta velocidade.

Elton John – Rocket Man: Deus não falou comigo através do Sony, mas a voz do Elton John ficou DEFINITIVAMENTE melhor. Mas aqui ficou claro que o Sony é voltado pra audiófilos, mais do que o Parrot: faltaram graves profundos, assim como faltava ao Parrot quando o testei da primeira vez. Outra coisa é que ele não tem simulador de surround, nem espalha o som de forma criativa. Então pude perceber que Deus não estava nos detalhes, e sim na harmonia do quadro geral. Testei mais músicas, sempre comparando um com o outro, e na maioria o Parrot ganhou pelo forma de apresentar o som, mesmo tendo “menos frames por segundo”.

Veredicto: se você é um audiófilo e tem arquivos FLAC e uma maneira de fazer streaming deles digitalmente (a Sony lançou um player, que na verdade não é um player, porque ele só transmite o FLAC pro headphone processar) vá de Sony, pois é a coisa mais fidedigna sonoramente, uma “surra de números”. É aquela mulher incrivelmente bonita, inteligente e reservada, de estilo europeu. Você várias vezes não vai entender o que ela fala porque vai estar distraído com uma curva do cabelo ou com o reflexo dos belos olhos dela. Parrot, por outro lado, é aquela mulher exuberante, expansiva, cheia de curvas e caliente.

headphone sony parrot batman ingres

Outra comparação visual e menos machista: Parrot é Frank Miller com as cores de Lynn Varley, uma realidade fictícia e um pouco distorcida em nome da emoção que ele quer que você sinta. O Sony MDR-1ADAC é Ingres: Cores fantásticas, hiperrealismo (com um pouco mais de brilho) e detalhes que você nunca viu antes. Só é um pouco triste.

OUTRAS OPÇÕES DE HEADPHONE

Denon

O Denon AH-D1200 foi um dos mais recentemente avaliados por mim. Custa 189 euros e não é Bluetooth. Possui uma almofada confortabilíssima e um som que superou todos os outros headphones de 200 euros pra cima que estavam na loja.

A grande vantagem do Denon é sua amplificação do sinal, mesmo ouvindo num celular a música ABBA – Angel Eyes ela soou completa, com (de novo) sons que eu não percebi nem mesmo no Parrot Zik 2.0! O ponto negativo desse headphone é que ele tem uma deficiência de graves, ou seja, é um som extremamente detalhado na sua frequência média, com algum brilho nos agudos mas sem graves. Eu precisei ir no equalizador do celular (que estava em “flat”) e turbinar os graves pra que o som ganhasse mais corpo.

Assim, eu pude ouvir Muse – Starlight, que na imensa maioria dos headphones sofre com um certo abafado e não só ele consertou isso como eu pude ouvir frequências da guitarra do início que eu também nunca tinha ouvido e não consegui ouvir depois nem no meu Home Theater. Talvez isso se deva a sua frequência de 5 – 40.000 Hz com um driver de 50 mm.

AKG

headphone akg

O headphone AKG K451 (uma marca austríaca que foi comprada pela Harman e depois pela Samsung) veio ganhando todos os prêmios de melhor headphone abaixo de 100 dólares de 2012 até 2014. A combinação preço/qualidade é imbatível. Comprei o meu em 2013 por 75 euros, e 6 meses depois o vi em promoção por 45 euros (parece que hoje não vende mais).

Ele tem uma sensibilidade de 126 dB. Em termos de comparação, só os melhores heaphones da Sennheiser, cada um custando de 200 a 300 dólares, chegam a 120, 125 dB. Nunca 126.

A frequência que ele consegue reproduzir vai de 11 – 29.500 Hz. Pra referência, o ser humano médio ouve frequências compreendidas entre os 20 Hz (frequência mais grave) e os 20.000 Hz (frequência mais aguda). Quanto mais baixo o primeiro número e mais alto o segundo, melhor. Ou seja, esse headphone pode ser curtido até pelo seu cachorro.

Essa liberdade de executar alta e baixa frequência é particularmente importante pra que gosta de boa música. Mesmo que não escutemos todas as frequências, nós sentimos. Há estudos de pessoas que conseguem diferenciar músicas com mais altas ou mais baixas frequências, e tudo influi: a qualidade do MP3 (a forma como ele foi compactado, não só o bitrate), a qualidade do equipamento e a qualidade da placa de som do computador. Felizmente a imensa maioria das placas de som de computador já reproduzem todas as frequências necessárias, e a qualidade das músicas em MP3s de 320kbps ou mesmo em arquivos FLAC (que seria um WAV compactado) já nos possibilitam ouvir o melhor das músicas com um bom headphone.

Pioneer

O headphone que chegou mais perto da qualidade do AKG foi o Pioneer SE-MX9.
Com frequência de absurdos 6 – 40,000 Hz ele tem melhores médios, melhores graves, só que os agudos são MUITO agudos, e isso cansa os ouvidos sensíveis, além de soar um pouco artificial. Talvez para os mais velhos – ou pra nova geração que vai perdendo a audição por escutar música alto demais – esse seja perfeito, pois ao ir perdendo a audição primeiro se perde a sensibilidade aos sons mais agudos. Só que esse Pionner custa 299 euros.

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