DEEPFAKE: O QUE É REAL?

Estava ouvindo ao Nerdcast “Deepfake é pop“, um assunto que tem me fascinado pela velocidade com que se espalhou e as possibilidades que pode trazer (e já está trazendo) pra nossa vida em sociedade. Pra quem não sabe, deepfake é o apelido que deram pra capacidade de uma máquina aprender a recriar seu rosto, baseado em outros vídeos que você fez, em uma cena protagonizada por outra pessoa. O resultado já é muito difícil de uma pessoa normal perceber a montagem, e num futuro próximo será praticamente impossível até mesmo pra um perito:

Mas eu gostaria mesmo é de tergiversar sobre as implicações disso no que chamamos de realidade. Isso porque as máquinas estão treinando e aprendendo com um banco de dados massivo que é a internet, alimentada voluntariamente por nós todo dia, conhecendo cada emoção nossa. Já existe um deepfake de voz que, se a pessoa tiver um bom conteúdo da sua voz, consegue fazer você dizer qualquer frase, com sua entonação, com imperfeições e tudo. A inteligência artificial já cria sonetos como se fosse Shakespeare, ou músicas no estilo dos Beatles. Inevitavelmente ela será capaz, um dia, de emular a personalidade de uma pessoa no jeito de andar, falar, escrever e a forma de pensar (todos aqueles testes de personalidade que preenchemos no Facebook, pra onde você acha que vão?). Quando isso acontecer teremos uma réplica de um humano. O que vai diferenciar um do outro, além de um ser orgânico e outro sintético? Bom, o orgânico vai poder SE TRANSFORMAR (pra pior ou melhor) numa direção que talvez pra máquina seja totalmente ilógica. Assim como Paulo de Tarso, um inquisidor cruel que perseguia cristãos e se tornou um dos maiores nomes do cristianismo numa conversão totalmente “ilógica”, analisando friamente. Então, o mais tecnologicamente avançado que a gente vai ter é um ser sintético que possui todo o conhecimento PASSADO de uma pessoa e possui inteligência suficiente para aprender coisas novas e BASEANDO-SE nessas experiências, reagir a novas experiência da forma como aquela pessoa SUPOSTAMENTE reagiria. Uma simulação lógica, mas sem a profundidade (e as loucuras) da mente humana.

Hoje nos questionamos o tempo todo se o que vemos na Internet é real, legítimo. Mas os filósofos já faziam esse questionamento muito antes, e com o que toda pessoa “normal” chama de “mundo real”. Sócrates foi o primeiro, com sua teoria da Caverna. Antes a pessoa tinha de fazer um exercício grande de imaginação pra absorver todos os conceitos e aplicá-los no nosso mundo através de analogias elaboradas. Hoje temos a Internet, que é praticamente um mundo paralelo ao nosso, com analogias de sobra. Os espiritualista quase sempre acharam que o mundo espiritual era a analogia perfeita pra Platão, pois ESSE SIM era o mundo “verdadeiro”, enquanto o nosso era o simulacro. Mas, e se não for bem assim?

Onde quero chegar? Bem, tem uns 10 anos que um leitor daqui compartilhou a teoria de que os espíritos desencarnados existem como “cascões astrais“, ou seja, inteligências desencarnadas de quem você foi até aquele momento, mas parado no tempo. É uma teoria diferente do espiritismo, onde você morre e continua evoluindo como espírito em outros planos, e eventualmente você reencarna e traz consigo todas as experiências. Tais cascões podem ter sido criados naturalmente (com a morte diz-se que a parte mais densa do espírito, com nossa energia e estruturas emocionais intactas, e demora pra se decompor) como artificialmente, através de uma egrégora (a coletividade de pensamentos alimentando uma idéia, algo que hoje podemos relacionar à “nuvem”) ou gerada por Magos Negros (os Hackers do Astral). A minha idéia é: e se a vida após a morte for apenas a “lixeira do Windows”, com software que não vai mais ser usado? E se esses “espíritos” e “cascões” forem nada mais nada menos que os restos da programação da simulação na qual vivemos? Os “Magos” (bons ou maus) podem muito bem serem Hackers (gente que sabe manipular o código de alguma forma) e nossa consciência pode ser apenas um pedaço de código de software que é solto no “mundo” (Uma Sandbox, ou Minecraft) pra aprender, coletar experiências e assim treinar uma grande inteligência artificial na Nuvem (Deus). Isso explicaria porque personalidades famosas que se comunicam via psicografia não conseguem ir além do que foram no passado, incorporar maneiras novas de ver o mundo, apenas reproduzir um simulacro de sua personalidade de outrora com novas informações (como nossas máquinas já fazem hoje com Shakespeare e Beatles). A reencarnação seria uma nova peça de código, uma versão 2.0 (e por isso o código da 1.0 foi descartado no lixo) que pega as informações aprendidas / criadas pela 1.0 e faz uso dela (via a interface do inconsciente).

Depois de tanto pesquisar sobre esoterismo e ufologia a única coisa que eu sei é que não dá pra definir o que são essas coisas. Então, ao contrário do terraplanismo, todas as teorias que vierem são válidas. Mas eu tô começando a achar que uma coisa está relacionada com a outra…

Referência:
A realidade realmente existe?
Vivendo da Matrix

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Marcos Porto
Marcos Porto
16 dezembro de 2019 1:34 am

Sou programador e depois do que eu já criei com uma inteligência artificial, posso te dizer que já imaginei o mesmo. Assim vamos!

Daiane
Daiane
6 dezembro de 2019 4:36 pm

Queria tanto que Saindo da Matrix virasse podcast!

Roberto Eluan
Roberto Eluan
2 dezembro de 2019 10:05 am

… eita. Agora vou ficar pensando um bom tempo nas implicações dessa hipótese.

Ricardo de Almeida
Ricardo de Almeida
27 novembro de 2019 3:49 pm

Fiquei sabendo de um livro chamado Técnica da Mediunidade, de Carlos Torres Pastorino, autor do best seller Minutos de Sabedoria (curiosamente muito vendido em livrarias católicas).
Baixei o pdf e estou impressionado com a gama de informações ali expostas, inclusive com menções à teosofia e similares. Estou mencionando aqui porque ele, inclusive, fala sobre os tais “cascões astrais” neste livro. Penso que vale uma olhada, se ainda não conhece a obra.

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