Em 1936, 3 anos antes do início da Segunda Guerra Mundial, o psiquiatra suíço Carl Gustav Jung publicou o seguinte trecho em em uma conferência sob o título de “The Concept of the Collective Unconscious” (O conceito do Inconsciente Coletivo), que transcrevo do livro Os arquétipos e o inconsciente coletivo Vol. 9/1, publicado no Brasil pela Editora Vozes:
Na medida em que uma neurose é um assunto particular e suas raízes estão fincadas exclusivamente em causas pessoais, os arquétipos não desempenham papel algum. Mas se a neurose é uma questão de incompatibilidade geral, ou causa um estado de certo modo prejudicial num número relativamente grande de indivíduos, somos obrigados a constatar a presença de arquétipos. O tipo de arquétipo que corresponde à situação é reativado, e disso resultam as referidas forças motrizes ocultas nos arquétipos que, por serem explosivas, são tão perigosas e de consequências imprevisíveis. A pessoa sob o domínio de um arquétipo pode ser acometida de qualquer mal.
Se trinta anos atrás alguém tivesse ousado predizer que o desenvolvimento psicológico tendia para uma nova perseguição dos judeus como na Idade Média, que a Europa estremeceria de novo diante do fascio romano e do avanço das legiões, que o povo conheceria de novo a saudação romana como há dois mil anos atrás e que, em lugar da cruz cristã, uma suástica arcaica atrairia milhões de guerreiros prontos para morrer – tal pessoa seria acusada de ser um místico louco. E hoje? Por mais consternador que possa parecer, todo este absurdo é uma realidade terrível. A vida privada, motivos e causas particulares se tornaram uma ficção no mundo hodierno. O homem do passado, que vivia num mundo de représentations collectives arcaicas, ressurgiu para uma vida visível e dolorosamente real, e isto não só em alguns indivíduos desequilibrados, mas em muitos milhões de seres humanos.”
Curioso. Nos dias de hoje, quais arquétipos estão exercendo sua influência em nosso coletivo? O que vocês sentem na “atmosfera psíquica”? O que nos reserva o futuro?
Leio muito sobre pós-modernidade e lá voce encontrará muitas respostas sobre os tempos atuais. Mais resposta do que solução.
Parece que as nuvens negras e a perturbação psíquica eram isso o que estamos passando agora com o Coronavírus…
Essas “nuvens negras” são fáceis de entender quando vc estuda o mínimo de história e política. Eu tive uma epifania tenebrosa sobre o por vir já no início de 2015 e parece que praticamente tudo oq eu imaginava que ia acontecer, aconteceu e está acontecendo. Espero que espiritualmente este seja um momento mesmo de agitação para a separação do joio do trigo, pq ao menos significaria que num futuro próximo haverá salvação. Agora se não for isso, estamos perdidos, esta civilização sucumbirá da pior maneira possível.
Tem vezes que acho que o planeta Terra está se limpando… Tem outras que sinto como se existisse uma peneira, na qual todos os itens que compõem o planeta estão sendo chacoalhados e apenas os mais “puros”, ou “íntegros”, ou “verdadeiros” – perdoe mas não sei o termo correto – passarão dessa para a nova era. Parece-me que está acontecendo uma “limpeza”, uma “seleção” e os excessos são como ferramentas para a execução dessa tarefa.
O homem velho vivendo em um mundo “moderno”, o homem não está conseguindo acompanhar o ritmo da evolução.
O “Piloto Automático” (Default Mode) , assim creio, está sendo um sistema tão preponderante que a realidade torna-se disfuncional, doentia, ilusória e extremamente distante da realidade…
Nunca nos sentimos tão estranhos,porém nunca tivemos acesso a tal quantidade de informações em um clique. Fiz essa experiência, de ficar desligado de internet, tv e até filmes. É outro estado de espírito. Essa estranheza eu vejo em minha mãe, que veio do interior, pouco tinha acesso ás informações, e hoje é uma ávida consumidora delas, seja por tv ou internet. tem dias que ela quer conversar só para perguntar por que o mundo está tão louco. Talvez parte da resposta seja esse excesso de dados que temos que absorver todos os dias, o que nunca aconteceu antes na história… Read more »
Profundo! Não diria tempos estranhos, mas sim, tempos insanos! O que sinto na atmosfera? Sinto que o momento convida a mergulharmos em nossa alma buscando paz e harmonia… E certamente na estrada do equilíbrio estaremos trabalhando para uma boa resposta à última pergunta!
Escolher entre
sair de uma luta interna e entrar numa guerra coletiva
ou
procurar a paz interna escondida e permanecer nela.
Estamos às portas de uma guerra. Resta saber como será, porque tá uma confusão dos diabos.
Acertou