A MENTE E O ARCO

Após ganhar vários torneios de Arco e Flecha, um jovem e arrogante campeão resolveu desafiar um mestre Zen que era renomado pela sua capacidade como arqueiro.

zen archer

O jovem demonstrou grande proficiência técnica quando ele acertou, na primeira flecha lançada, um distante alvo bem na mosca, e ainda foi capaz de dividir a primeira flecha em duas com seu segundo tiro.

“Sim!”, ele exclamou para o velho arqueiro, “Veja se pode fazer isso!”

Imperturbável, o mestre não preparou seu arco, mas em vez disso fez sinal para o jovem arqueiro segui-lo para a montanha acima.

Curioso sobre o que o velho estava tramando, o campeão seguiu-o para o alto, até que eles alcançaram um profundo abismo atravessado por uma frágil e pouco firme tábua de madeira. Calmamente caminhando sobre a insegura e certamente perigosa ponte, o velho mestre tomou uma larga árvore longínqua como alvo, esticou seu arco, e acertou um claro e direto tiro.

“Agora é sua vez,” ele disse, enquanto suavemente voltava para o solo seguro.

Olhando com terror para dentro do abismo negro e aparentemente sem fim, o jovem não pôde forçar a si mesmo caminhar pela prancha, muito menos acertar um alvo de lá.

“Você tem muita perícia com seu arco,” disse o mestre, percebendo a dificuldade de seu desafiante, “mas tem pouco equilíbrio com a mente, que deve nos deixar relaxados para mirar o alvo.”

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Thiago
Thiago
2 março de 2007 5:52 pm

Genial

BrancoBilly
BrancoBilly
3 março de 2007 12:10 pm

seria o medo um sentimento a ser controlado???…seria a mente??? ou aquela realidade q so existe na mente do jovem???

Bono
Bono
3 março de 2007 2:03 pm

O jovem conhece apenas a técnica do arco, mas o velho conhece a arte do arqueirismo zen.
O velho ganha a disputa porque equilibrar a mente é mais difícil que acertar na mosca duas vezes seguidas.

nj
nj
3 março de 2007 2:44 pm

Os valores taoístas são opostos à realização material: ” poder e saber acresentam mais e mais a si mesmo, o Tao subtrai dia a dia”. Neil Powell A gente tem que se libertar… do desejo de esperar elogios do desejo de ser consultado do medo da rejeição de querer ser preferido a outros de querer ser enaltecido de querer ser estimado de querer ser aprovado de ter medo de ser humilhado de ter medo ser caluniado de ter medo de ser considerado suspeito… Tudo isso é exercício de humildade. É tanta coisa pra consertar que isso certamente leva tempo. E… Read more »

billy shears
billy shears
3 março de 2007 9:08 pm

Ótimo post, valeu.
Creio q a gente qdo lê muito e aprende sobre a natureza dos homens, fica um pouco mais sábio. Porém, esse aprendizado não é nada, se não tivermos o auto-controle para o utilizarmos nos momentos de crise, como a passagem pelo abismo da narrativa. Ou seja, não adianta sermos virtuoses na arte de atirar as flechas do saber, é preciso sabedoria para fazê-lo em cima de uma ponte estreita e cheia de perigos, aí sim saberemos se o aprendizado produziu frutos em nossas vidas.

nj
nj
3 março de 2007 9:18 pm
nj
nj
4 março de 2007 9:59 am

“O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer”
Albert Einstein

Nessa
Nessa
4 março de 2007 12:05 pm

muito boa! sempre adoro ler essa história!

Raphael
Raphael
4 março de 2007 1:40 pm

Essa ai foi “ala Paulo Coelho”.

😉

MacLean
MacLean
4 março de 2007 9:13 pm

Interessante pois o texto desafia não só os Grandes mas também os pequenos em seu dom, na medida em que nos faz refletir o quanto é importante reconhecer o nosso limite, enquanto humanos, mas também nossas infinitas possibilidades, enquanto seres divinos! Parabéns pela escolha do texto!! Favorece ainda mais a nossa percepção do Eu veradeiro… Gostaria também de anunciar meu meu blog, que foi ao ar essa semana,na qual tenho feito com muito amor afim de juntar pontos de reflexão no nosso dia-dia, mas também possibilitar a evolução da mente “fora da matrix”… Espero que visitem! E desejo a todos… Read more »

Paulinha
Paulinha
3 março de 2007 11:48 am

Cris, é dificil. Mas a gente tenta , né? =)

Cris
Cris
3 março de 2007 10:57 am

vou imprimir o q a Paulinha escreveu:

aprender e ter atitudes
e continuarmos com Fé e Amor todos essas práticas e ensinamentos, ele nos levará rapidamente ao objetivo.

Nossa, como é difícil lembrar isso sempre!…

belvederius
belvederius
2 março de 2007 6:29 pm

Muito bom.

MegamanX
MegamanX
2 março de 2007 8:02 pm

Destruiu! Rsrsrs. Da-lhe velhinho sábio…

Adoro essas historinhas orientais.

Derkian
Derkian
2 março de 2007 9:30 pm

lol !!!!
cara sensacional msm seu blog,
sempre q comentar aqui vou ter q elogiar!
eu achei seu blog por “acaso” na net.
visito-o agora todos os dias!
sou espirita, e estou aprendendo bastante sobre várias religiões como o budismo e o hinduísmo aqui, examinando tudo e retendo o q é bom.
admiro muito sua forma de “juntar” as culturas mostrando como se assemelham, e a que devemos reter delas.

amplexos fortes

skyslogd
skyslogd
3 março de 2007 2:03 am

Curti, só falto o jovem cair… =|

Bruno/
Bruno/
3 março de 2007 2:07 am

É uma daquelas histórias que tem de tudo… lições valiosas, enredos envolventes, penhascos sombrios, evolução pessoal, reviravoltas na trama, descobrimento interior, competições de arco e flecha…

10!

😀

Paulinha
Paulinha
3 março de 2007 9:32 am

Sinto esse post como um ensinamento importante para os momentos que tem acontecido agora.
O que a gente aprende gera frutos para nós de acordo com a nossa atitude. E assim segue de acordo com nossa intenção.
O que fazemos depois de uma contemplação? Depois de uma meditação? depois de canto? etc.
Se continuarmos com Fé e Amor todos essas práticas e ensinamentos, ele nos levará rapidamente ao objetivo.
Se acontecer uma atitude como o jovem do conto, com um coração arrogante, será quase uma perda de tempo.

ótimo post, amor.

Bjux!

Bono
Bono
3 março de 2007 9:44 am

O jovem sempre é o arrogante e o velho o sábio…

Shaolin Monk
Shaolin Monk
3 março de 2007 10:54 am

Pensamento e emoção devem estar em concordância. o Yin e o Yang devem estar lindamente mesclados de onde surgirá a criação harmoniosa. Realmente os extremos devem ser evitados.

Saindo da Matrix
Saindo da Matrix
3 março de 2007 10:56 am

No oriente se valoriza muito a sabedoria adquirida com a experiência E a idade. O “jovem” de lá pode ser alguém com 30, 40 anos, que acha que já viu de tudo e tudo pode.

Olim
Olim
5 março de 2007 1:56 pm

Subestimar as pessoas é como olhar-se diante de um espelho e perceber que tal ato é a própria pessoa.

Quem subestima tem o desejo de valorizar-se, de sobrepor-se, de vangloriar-se…

O desejo que provoca é fruto do medo e insegurança em si mesmo.

E, um belo dia, a casa de espelhos vai ruir, para a melhoria de todos.

Agora vou juntar alguns cacos do meu espelho que acabou de quebrar…

Legal, Acid, este texto.

🙂

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