GENESIS RELOADED

Retirado do livro O poder do Mito, de Joseph Campbell

Então a grande História única da Criação é nosso esforço para encontrar nosso lugar em cena?

Em alguns níveis, um sonho privado se insere em temas verdadeiramente míticos e não pode ser interpretado senão em analogia com o mito. Jung fala de duas ordens de sonho, o sonho pessoal e o sonho arquetípico, ou o sonho com dimensão mítica. Você pode interpretar um sonho pessoal por associação, deduzindo o que ele diz sobre sua própria vida, ou em relação a seus problemas pessoais. Mas a qualquer momento surge um sonho que é puro mito, que contém um tema mítico, ou, como se diz, que provém do Cristo interior.

Agora, existe um outro sentido, mais profundo, do tempo do sonho, o de um tempo que é não tempo, apenas um estado de ser que se prolonga. Existe um importante mito, da Indonésia, que fala dessa era mitológica e seu término. No início, de acordo com essa história, os ancestrais não se distinguiam, em termos de sexo. Não havia nascimentos, não havia mortes. Então uma imensa dança coletiva foi celebrada e no seu curso um dos participantes foi pisoteado até a morte, cortado em pedaços, e os pedaços foram enterrados. No momento daquela morte, os sexos se separaram, para que a morte pudesse ser, a partir de então, equilibrada pela procriação, procriação pela morte, pois das partes enterradas do corpo desmembrado nasceram plantas comestíveis. Tinha chegado o tempo de ser, morrer, nascer, e de matar e comer outros seres vivos, para a preservação da vida. O tempo sem tempo, do início, tinha terminado, por meio de um crime comunitário, um assassinato ou sacrifício deliberado.

Pois bem, um dos grandes problemas da mitologia é conciliar a mente com essa pré-condição brutal de toda vida, que sobrevive matando e comendo vidas. Você não consegue se ludibriar comendo apenas vegetais, tampouco, pois eles também são seres vivos. A essência da vida, pois, é esse comer a si mesma! A vida vive de vidas, e a conciliação da mente e da sensibilidade humanas com esse fato fundamental é uma das funções de alguns daqueles ritos brutais, cujo ritual consiste basicamente em matar por imitação daquele primeiro crime primordial, a partir do qual se gestou este mundo temporal, do qual todos participamos. A conciliação entre a mente humana e as condições da vida é fundamental em todas as histórias da criação. Quanto a isso, todas se parecem muito.

Considerando a história da Criação no Gênesis, por exemplo, vemos que ela é semelhante a outras histórias de Criação.

Gênesis: “No início Deus criou os céus e a terra. A terra era sem forma e vazia, e a escuridão vagava sobre a face do abismo”.
Canção do mundo: “No início havia apenas escuridão por toda parte escuridão e água. E a escuridão se reuniu e se tornou espessa em alguns lugares, acumulando se e então separando se, acumulando e separando…”

Gênesis: “E o espírito de Deus se moveu sobre a face das águas. E Deus disse: Faça se a luz, e a luz se fez”.
Upanixades: “No início, havia apenas o grande Uno refletido na forma de uma pessoa. Ao refletir, não encontrou nada além de si mesmo. Então, sua primeira palavra foi: Este sou eu“.

Gênesis: “Então Deus criou o homem à sua própria imagem, à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou. E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Sede férteis e multiplicai vos“.
Lenda dos Bassari: “Unumbotte fez um ser humano. Seu nome era Homem. Em seguida, Unumbotte fez um antílope, chamado Antílope. Unumbotte fez uma serpente, chamada Serpente… E Unumbotte lhes disse: A terra ainda não foi preparada. Vocês precisam tornar macia a terra em que estão sentados. Unumbotte deu lhes sementes de todas as espécies e disse: Plantem-nas.”

Gênesis: “Então os céus e a terra ficaram prontos, e todos os seus hóspedes. E no sétimo dia Deus terminou o trabalho que tinha realizado…”
Índios Pima: “Eu faço o mundo e eis que o mundo está terminado. Então eu faço o mundo, e eis! O mundo está terminado”.

Gênesis: “E Deus viu tudo o que tinha feito e eis que tudo era bom”.
Upanixades: “Então ele se deu conta, Eu verdadeiramente, Eu sou esta criação, pois Eu a retirei de mim mesmo. Desse modo, ele se tornou a sua criação. Em verdade, aquele que conhece isso se torna, nessa criação, um criador”.

Aí está a chave. Quando você sabe isso se identifica com o princípio criativo, que é o poder de Deus no mundo, quer dizer, dentro de você. Isso é belo.

Mas o Gênesis continua: “Vós comestes da árvore da qual ordenei que não comêsseis? O homem disse: A mulher que me destes para estar comigo, essa mulher me deu o fruto da árvore e eu comi. Então o Senhor Deus disse à mulher: Que fizestes vós? E a mulher disse: A serpente me enganou e eu comi“.

Isso de transferir responsabilidades começou muito cedo.

A lenda Bassari continua no mesmo caminho:

“Um dia a Serpente disse: Nós também devíamos comer desses frutos. Por que devemos ficar com fome? O Antílope disse: Mas não sabemos nada desse fruto. Então o Homem e sua mulher colheram alguns frutos e o comeram. Unumbotte desceu do céu e perguntou: Quem comeu o fruto? Eles responderam: Nós comemos. Unumbotte perguntou: Quem lhes disse que podiam comer desse fruto? Eles responderam: A Serpente disse.”

É praticamente a mesma história. Os protagonistas apontam um terceiro como o iniciador da Queda, e em ambas as histórias, a serpente é o símbolo da vida desfazendo-se do passado e continuando a viver. O poder da vida leva a serpente a se desfazer de sua pele, exatamente como a lua se desfaz da própria sombra, para renascer. São símbolos equivalentes. Às vezes a serpente é representada como um círculo, comendo a própria cauda. É uma imagem da vida. A vida se desfaz de uma geração após outra, para renascer. A serpente representa a energia e a consciência imortais, engajadas na esfera do tempo, constantemente atirando fora a morte e renascendo. Existe algo extremamente horrível na vida, quando você a encara desse modo. Com isso, a serpente carrega em si o sentido da fascinação e do terror da vida, simultaneamente.

Além disso, a serpente representa a função primária da vida, sobretudo comer. A vida consiste em comer outras criaturas. Você não pensa muito a respeito quando faz uma boa refeição, mas o que está fazendo é comer algo que há pouco estava vivo. E quando você olha para a bela natureza e vê os passarinhos saltitando daqui para ali… eles estão comendo coisas. Você vê as vacas pastando, elas estão comendo coisas. A serpente é um canal alimentar que se move, isso é tudo. Ela lhe dá aquela sensação primária de espanto, da vida em sua condição mais primitiva. Este é um dos mistérios que aquelas formas simbólicas, paradoxais, tentam representar. Agora, em muitas culturas é dada uma interpretação positiva à serpente. Na Índia, mesmo a mais venenosa das serpentes, a naja, é um animal sagrado, e a mitológica Serpente Rei é quem está ao lado do Buda. A serpente representa o poder da vida, engajado na esfera do tempo, e o da morte, não obstante eternamente viva. O mundo não é senão a sua sombra – a pele rejeitada.

A serpente também era reverenciada nas tradições dos índios americanos. Era concebida como um meio muito importante de se fazer amigos. Vá aos pueblos, por exemplo, e observe a dança da serpente, dos Hopi, em que eles tomam as serpentes na boca, usam-nas para fazer amigos e depois as mandam de volta para as colinas. Elas são mandadas de volta para levar a mensagem humana às colinas, assim como tinham trazido a mensagem das colinas aos homens. A interação do homem com a natureza está representada nessa relação com a serpente. A serpente flui como a água e por isso é aquática, mas sua língua continuamente dispara fogo. Assim você tem aí o par de opostos, reunidos na serpente.

Já na história cristã a serpente é o sedutor. Isso representa a recusa em afirmar a vida. Na tradição bíblica que herdamos, a vida é corrupta e todo impulso natural é pecaminoso, a menos que tenha havido circuncisão ou batismo. A serpente é aquele ser que trouxe o pecado ao mundo. E a mulher é quem ofereceu a maçã ao homem. Essa identificação da mulher com o pecado, da serpente com o pecado, e portanto da vida com o pecado, é um desvio imposto à história da criação, no mito e na doutrina da Queda, segundo a Bíblia. A idéia é que a natureza, como a conhecemos, é corrupta, o sexo em si é corrupto, e a fêmea, como epítome do sexo, é um ser corruptor.

Por que o conhecimento do bem e do mal foi proibido a Adão e Eva? Sem esse conhecimento, seríamos todos um bando de bebês, ainda no Éden, sem nenhuma participação na vida. A mulher traz a vida ao mundo. Eva é a mãe deste mundo temporal. Anteriormente, você tinha um paraíso de sonho, ali no jardim do Éden – sem tempo, sem nascimento, sem morte, sem vida. A serpente, que morre e ressuscita, largando a pele para renovar a vida, é o senhor da árvore primordial, onde tempo e eternidade se reúnem. A serpente, na verdade, é o primeiro deus do jardim do Éden. Jeová, o que caminha por ali no frescor da tarde, é apenas um visitante. O Jardim é o lugar da serpente. Esta é uma velha, velha história. Existem sinetes sumerianos, que remontam a 3500 a.C., mostrando a serpente, a árvore e a deusa, e esta oferecendo o fruto da vida ao visitante masculino. A velha mitologia da deusa está toda aí.

Existe, na realidade, uma explicação histórica para essa imagem negativa da serpente na Bíblia, baseada na chegada dos hebreus a Canaã e na subjugação do povo de Canaã. A principal divindade desse povo era a Deusa, e, associada à Deusa, estava a serpente. Este é o símbolo do mistério da vida. Os hebreus, orientados na direção do deus masculino, rejeitaram isso. Em outras palavras, existe uma rejeição histórica da Deusa Mãe, implícita na história do jardim do Éden.

MOYERS: Que é que o mito de Adão e Eva nos diz sobre os pares de opostos? Que é que significa?
CAMPBELL: A coisa começou com o pecado – em outras palavras, com o abandono do mundo mitológico de sonhos do jardim do Paraíso, onde não há tempo e onde o homem e a mulher sequer sabem que são diferentes um do outro. Ambos são apenas criaturas. Deus e homem são praticamente o mesmo. Deus caminha no frescor da tarde no jardim onde eles estão. Aí eles comem a maçã, o conhecimento dos opostos. E quando descobrem que são diferentes, homem e mulher cobrem suas vergonhas. Como você vê, eles não pensaram em si mesmos como opostos. Macho e fêmea constituem uma oposição. Outra oposição é entre o homem e Deus. Deus e o mal é uma terceira oposição. As oposições primárias são a sexual e aquela entre seres humanos e Deus. Então surge a idéia de bem e mal no mundo. Assim, Adão e Eva se expulsaram a si mesmos do jardim da Unidade Atemporal, você pode dizer assim, pelo simples fato de haverem reconhecido a dualidade. Saindo para o mundo, você tem de agir em termos de pares de opostos.

yantra
Yantra

Existe uma imagem hindu (Yantra) que mostra um triângulo, que é a Deusa Mãe, e um ponto no centro do triângulo, que é a energia do transcendente ingressando na esfera do tempo. Então, a partir desse triângulo, formam se pares de triângulos em todas as direções. Do um provêm dois. Todas as coisas, na esfera do tempo, são pares de opostos. Assim, essa é a mudança de consciência, da consciência da identidade para a consciência de participação na dualidade. E então você se encontra na esfera do tempo.

MOYERS: Estará a história tentando dizer que, antes do que aconteceu nesse Jardim para nos destruir, havia a unidade da vida?
CAMPBELL: É uma questão de planos de consciência. Não tem nada a ver com o que tenha acontecido. Existe o plano de consciência em que você pode se identificar com o que transcende os pares de opostos.

MOYERS: Que vem a ser…?
CAMPBELL: Inominável. Inominável. Transcende todos os nomes.

MOYERS: Deus?
CAMPBELL: “Deus” é uma palavra ambígua, em nossa língua, pois parece referir alguma coisa conhecida. Mas o transcendente é desconhecido e incognoscível. Deus, em suma, transcende qualquer coisa, mesmo o nome “Deus”. Deus está além de nomes e formas. Mestre Eckhart disse que a suprema e mais alta renúncia é abandonar Deus por Deus, abandonar a noção de Deus por uma experiência daquilo que transcende a todas as noções. O mistério da vida está além de toda concepção humana. Tudo o que conhecemos é limitado pela terminologia dos conceitos de ser e não ser, plural e singular, verdadeiro e falso. Sempre pensamos em termos de opostos. Mas Deus, o supremo, está além dos pares de opostos, já contém em si tudo.

MOYERS: Por que pensamos em termos de opostos?
CAMPBELL: Porque não podemos pensar de outro modo. Essa é a natureza de nossa experiência da realidade. Homem / mulher, vida / morte, bem / mal, eu / você, verdadeiro / falso – tudo tem o seu oposto. Mas a mitologia sugere que sob essa dualidade existe uma singularidade em relação à qual a dualidade desempenha um papel de jogo de sombras. “A eternidade está apaixonada pela produção do tempo”, diz o poeta Blake. A fonte da vida temporal é a eternidade. A eternidade se derrama a si mesma no mundo. É a idéia mítica, básica, do deus que se torna múltiplo em nós. Na Índia, o deus que repousa em mim é chamado o “habitante” do corpo. Identificar se com esse aspecto divino, imortal, de você mesmo é identificar se com a divindade.

A suprema palavra, em nossa língua, para o transcendente é Deus. Mas aí você tem um conceito, percebe? Você pensa em Deus como o pai. Agora, nas religiões em que o deus ou o criador é a mãe, o mundo inteiro é o corpo dela. Fora daí não há nada. O deus masculino geralmente está em alguma outra parte. Mas masculino e feminino são dois aspectos de um só princípio. A divisão da vida em sexos foi uma divisão tardia. Biologicamente, a ameba não é macho nem fêmea. As células primitivas são apenas células. Elas se dividem e se tornam duas por reprodução assexual. Não sei em que estágio a sexualidade aparece, mas é um estágio tardio. Eis por que é absurdo falar em Deus como deste ou daquele sexo. O poder divino é anterior à separação sexual.

A polaridade (O “ele”, ou “ela”) é um trampolim para lançar você na direção do transcendente, e transcender é ir além da dualidade. Tudo na esfera de tempo e espaço é dual. A encarnação aparece ou como macho ou como fêmea, e cada um de nós é a encarnação de Deus. Você nasce com apenas um aspecto da sua verdadeira dualidade metafísica, pode se dizer.

MOYERS: O que diz o mito a respeito de termos tantas coisas em comum, muitas dessas histórias contendo elementos semelhantes – o fruto proibido, a mulher? Por exemplo, esses mitos, essas histórias da criação, contêm um “não farás”.
CAMPBELL: Há um motivo padrão do conto folclórico chamado “A coisa proibida”. Lembra se do Barba Azul, que diz à mulher: “Não abra aquele armário“? E aí sempre há alguém que desobedece. Na história do Velho Testamento, Deus aponta para a coisa proibida. Ora, Deus com certeza sabia muito bem que o homem ia comer o fruto proibido. Mas só procedendo assim é que o homem poderia se tornar o iniciador de sua própria vida. A vida, na realidade, começou com aquele ato de desobediência.

MOYERS: Como você explica essas similaridades?
CAMPBELL: Há duas explicações. Uma é que a psique humana é essencialmente a mesma, em todo o mundo. A psique é a experiência interior do corpo humano, que é essencialmente o mesmo para todos os seres humanos, com os mesmos órgãos, os mesmos instintos, os mesmos impulsos, os mesmos conflitos, os mesmos medos. A partir desse solo comum, constitui se o que Jung chama de arquétipos, que são as idéias em comum dos mitos.

Agora, existe também a contrateoria da difusão, que pretende dar conta da similaridade dos mitos. Por exemplo, a arte de lavrar o solo avança a partir da área em que se desenvolve primeiro, levando consigo uma mitologia que tem a ver com a fertilização da terra, com plantar e cultivar plantas alimentícias – mitos como aquele antes descrito, de matar uma divindade, cortá-la em pedaços, enterrar as partes, e daí o crescimento das plantas alimentícias. Um mito desse tipo acompanhará uma tradição agrária ou lavradora. Mas você não o encontrará numa cultura voltada para a caça. Assim, há aspectos tanto históricos como psicológicos nessa questão da similaridade dos mitos.

Quando você se dá conta de que Deus é a criação, e que você é uma criatura, percebe que Deus está dentro de você, assim como dentro do homem ou mulher com quem você conversa. Assim se dá a conscientização de dois aspectos de uma divindade. Existe o motivo mitológico básico de que, na origem, tudo era um, e então houve a separação – céu e terra, macho e fêmea, e assim por diante. Como foi que perdemos contato com a unidade? Você pode dizer que a separação foi culpa de alguém – eles comeram o fruto errado ou dirigiram a Deus as palavras erradas, que o deixaram furioso e ele se afastou. Por isso, agora, o eterno de algum modo está longe de nós e temos de encontrar um meio de restabelecer contato com ele.

Há duas ordens de mitos. Os grandes mitos, como o da Bíblia, por exemplo, são os mitos do templo ou dos grandes rituais sagrados. São explicativos dos ritos por meio dos quais as pessoas vivem em harmonia entre si e com o universo. É normal o entendimento dessas histórias como alegóricas.

Em quase todas as culturas, há duas ou três histórias da criação, e não apenas uma. Há duas na Bíblia, embora as pessoas as considerem somente uma. Você se lembra, no jardim do Éden, da história do capítulo 2: Deus pensa numa forma de entreter Adão, que ele tinha criado para ser seu jardineiro, para tomar conta do seu jardim. Esta é uma velha, velha história, tomada de empréstimo aos antigos Sumérios. Mas o jardineiro de Jeová está entediado. Então Deus tenta inventar brinquedos para ele. Cria os animais, mas tudo o que o homem pode fazer é nomeá-los. Aí Deus concebe essa magnífica idéia de extrair do próprio corpo do homem a alma da mulher – que é uma história de criação muito diferente daquela do capítulo 1 do Gênesis, em que Deus criou Adão e Eva, juntos, à sua imagem, como macho e fêmea. Ali, Deus, ele próprio, é o andrógino primordial. A história do capítulo 2 é, de longe, mais antiga, tendo se originado, talvez, por volta do século VIII a.C., enquanto a do capítulo 1 provém de um assim chamado texto sacerdotal, de cerca do século IV a.C., ou mais tarde.

Na história hindu da Identidade que sentiu medo, depois desejo e então dividiu se em dois, temos a contraparte do Gênesis 2. No Gênesis, é o homem, e não Deus, que se divide em dois.
A lenda grega, contada por Aristófanes no Banquete de Platão, é outra história dessa espécie. Aristófanes diz que, no início, havia criaturas compostas de partes que correspondem, agora, a dois seres humanos. Essas criaturas eram de três tipos: macho / fêmea, macho / macho e fêmea / fêmea. Os deuses, então, dividiram a todos em dois. Uma vez separados, tudo o que pensaram fazer foi abraçar se uns aos outros, de novo, a fim de reconstituir as unidades originais. Por isso passamos nossas vidas tentando encontrar, para tornar a abraçar, nossas metades.

MOYERS: Você está sugerindo que a mitologia é o estudo de uma única grande história da espécie humana? Qual é essa grande história única?
CAMPBELL: Que nós procedemos de um só fundamento de ser, como manifestações na esfera do tempo. A esfera do tempo é uma espécie de jogo de sombras sobre um fundamento atemporal. Jogando o jogo na esfera da sombra, você empenha o seu lado da polaridade, com todo o vigor. Mas você sabe que o seu inimigo, por exemplo, é apenas o outro lado do que você poderia ver, enquanto você mesmo, caso pudesse situar se numa posição medial.

MOYERS: Então a grande história única é nosso esforço para encontrar nosso lugar em cena?
CAMPBELL: Para entrar em acordo com a grande sinfonia que é o mundo, para colocar a harmonia do nosso corpo em acordo com essa harmonia.

0 0 votes
Avaliação
Subscribe
Notify of
59 Comentários
Newest
Oldest Most Voted
Inline Feedbacks
Veja todos os comentários
Geninha
Geninha
11 janeiro de 2018 3:05 pm

Foram muitas loucuras, mas tantos bons conselhos! Até hoje uso os ensinamentos de muitos… e sempre lembro que foi aqui que aprendi. Aprendi muito, muito mesmo!

E mais que isso, tive espaço para enfrentar o meu medo do ridiculo, o pânico da minha ignorância e do julgamento alheio.

Foi bom observar a ansiedade, em perceber que os comentários não podiam ser apagados, dar lugar a uma serena solidariedade a mim mesma. Tão menina, tão inocente, tão imatura, tão assustada e tão sem noção, até os dias de hoje. Kkkk

Abraços.

wuming bey
wuming bey
27 setembro de 2007 3:35 pm

BINDI: Wuming Bey, seguidamente você fala sobre “matar o ego”. Não sei se é saudável matá-lo… ————— EU MESMO: bindi também não sei. se ao matá-lo eu não morrer junto com ele te aviso! 😀 ————————– BINDI: O texto deste post diz: “Na Índia, o deus que repousa em mim é chamado o “habitante” do corpo. Identificar se com esse aspecto divino, imortal, de você mesmo é identificar-se com a divindade.” EU MESMO: Bindi, esse texto é só um texto. O dia que esse texto pagar minhas contas, respirar por mim, experimentar minha existência e decidir as soluções que necessito… Read more »

Bindi
Bindi
27 setembro de 2007 2:54 pm

Wuming Bey, seguidamente você fala sobre “matar o ego”. Não sei se é saudável matá-lo…O texto deste post diz: “Na Índia, o deus que repousa em mim é chamado o “habitante” do corpo. Identificar se com esse aspecto divino, imortal, de você mesmo é identificar-se com a divindade.” O deus que repousa em mim pode pegar meu ego pela mão, como a uma criança birrenta e ignorante das coisas da vida; e mim ensinará ao ego sobre as coisas da vida e da morte, mostrará a ele mundos inefáveis onde ego poderá aprender a libertar-se dos dogmas e preconceitos. Muito… Read more »

nada
nada
27 setembro de 2007 1:40 pm

Parabens Acid pelos ultimos posts, adoro Jung e Joseph Campbell, e depois que meu paraiso desmoronou, eles estao me ajudando a entender a mim mesma sem minhas velhas crencas. Percebo hoje que nosso maior empecilho sao nossas proprias crencas, nohs nos limitamos, nos acusamos, nos punimos, nossos conceitos nos escravizam… Hoje entendo que a vida se alimenta da vida, a vida sobrevive da vida, e a vida se doa a vida, essa eh a natureza, estar aqui implica sofrimento e isso nos faz crescer, nos impulsiona a sempre estar em superacao. No sacrifio da vida para a vida, aquele que… Read more »

wuming bey
wuming bey
27 setembro de 2007 1:38 pm

BONO:
wuming bey, você sofre de diarréia mental.
———–
EL CAGALHON:
😀 é o q acontece quando a gente só come mato e vive num mundo que só nos empurra gordura saturada! 😉

Bono
Bono
27 setembro de 2007 1:27 pm

wuming bey, você sofre de diarréia mental. Esse problema afeta 9 em cada 10 pessoas porém os sintomas geralmente passam desapercebidos, o que não é o seu caso.

H K Merton
H K Merton
27 setembro de 2007 7:35 pm

Sem dúvida, esse assunto é muito interessante. O que eu acho muito triste é olhar em volta e perceber que a maioria das pessoas ditas “religiosas” ainda entende essas histórias míticas que falam das Origens e da Criação de maneira literal…

Anônimo
Anônimo
27 setembro de 2007 6:27 pm

Acredito que estamos todos ligados por um fio, de laguma maneira, por isso temos que cuidar de tudo. Nunca estivemos sozinhos.

Lázaro Freire
Lázaro Freire
27 setembro de 2007 5:58 pm

Simplificando a citação de Jung: “A ‘vida’ não é a rosa, e sim o jardim”

Mcnaught
Mcnaught
27 setembro de 2007 5:13 pm

O post me lembrou um personagem no filme Albergue. Ele come sua refeição utilizando as mãos. Para ele, é uma forma de respeitar o animal que doou a vida para ele alimentar-se. Filme doido. O tio é só mais um dos doidos do filme rs.

Age… reage… humm… me lembra isso:

“Aja antes de falar e, portanto, fale de acordo com os seus atos.´´
(Confúcio)

wuming bey
wuming bey
27 setembro de 2007 12:35 pm

dificilmente poderemos negar que nossa dor e sofrimento tem causas em ações pretéritas.
————–
Acid, ou talvez não será q a dor e o sofrimento tenham suas causas em como reagimos no AGORA com oque o AGORA nos presenteia? A culpa é do ego! :D:D:D morre! morre ego! 😀 😀 😀

wuming bey
wuming bey
27 setembro de 2007 12:33 pm

Será que nós, povo brasileiro, mesmo que um ou outro tenha votado com responsabilidade, não temos culpa (como um todo) por ter um Renan dominando num Senado amordaçado?
———–
acid, o “povo” enquanto um conceito abstrato tem “culpa”. Eu enquanto indivíduo sólido, gostoso, bonito e inteligente, tenho culpa não. 😀 😀 😀

wuming bey
wuming bey
27 setembro de 2007 12:31 pm

Off Topic

“Cientistas marroquinos fazem pato nascer em ovo de galinha.´´
———–
com certeza esse pato vai sofrer dúvidas e se tornar um existencialista! :D:D:D:D

wuming bey
wuming bey
27 setembro de 2007 4:11 pm

(des)REGRA KÁRMICA PARA QUEBRAR O CICLO KÁRMICO DA REGRA KÁRMICA:
quem reage age
quem age reage
quem não reage não age?

H K Merton
H K Merton
27 setembro de 2007 7:37 pm

A propósito, estou tratando dos mitos egípcios lá no meu espaço…

A história da criação egípcia também traz muitas semelhanças com as dos outros povos antigos, e a epopéia do deus Osíris é muito interessante.

Abraço!

Coringa
Coringa
8 novembro de 2007 8:18 pm

😆 Muito bom! Êta Brasilzão!

Anônimo
Anônimo
8 novembro de 2007 6:52 pm

Este texto anônimo foi encontrado escrito a ponta de facão no balcão de um bolicho, hoje tapera, no Passo do Elesbão, Quinto Distrito de Cacequi, na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Os causo das escritura são uns escritos pra lá de sagrado donde venho, portanto é pertinente posta-lo para posteridade… Pois não sei se já lhes contei os causo das Escritura Sagrada. Se não lhes contei, lhes conto agora. A história essa é meio comprida, mas vale a pena contá por causa dos revertério. De Adão e Eva acho que não é perciso contá os causo,… Read more »

H K Merton
H K Merton
16 outubro de 2007 9:02 pm

Belo post. Os católicos agora estão começando a se referir a Deus, na celebração da Missa, como Deus Pai-Mãe. Um resgate tardio do aspecto feminino da Divindade? Não sei, mas acho uma mudança de paradigma interessante. Sobre a figura da serpente no texto bíblico – ela sempre foi ambígua. No livro do Gênesis é apontada como a personificação do Mal, mas em outros trechos do AT não é assim. Há o cajado de Aarão se transformando em serpente diante do Faraó, engolindo as serpentes dos feiticeiros, como prova do poder de Deus. E também a história da serpente de bronze(Nehustã)… Read more »

Flyndew
Flyndew
7 outubro de 2007 12:03 am

LoL, esse wumming bey tem umas idéias muito loucas. ahauahauah kkkk inda bem que geral aqui nem leva a sério, mesmo assim, comédia…

Olim
Olim
4 outubro de 2007 3:49 pm

Acid: “Meu trabalho no blog acabou.” Que bom…!!! Não porque o SDM deixará ou não de existir(para o nossa infelicidade, principalmente), mas sim por vc achar que é hora de outras paisagens. É extremamente importante reconhecer que um dia temos de partir, e partir de fato. Nada acaba, mas às vezes temos a impressão de que tudo se repete, dando uma impressão de um círculo vicioso. Então é hora de pegar a mochila e, sem olhar para o mapa(porém dentro de um bolso da mochila, bem guardado, impermeabilizado, atualizado…), seguir adiante com determinação e coragem. Sem no entanto se esquecer… Read more »

Coringa
Coringa
4 outubro de 2007 3:44 pm

“Entenda que as palavras (…) são como um barco para cruzar o rio: Uma vez que o propósito tenha sido atingido, devem ser deixadas para trás, se quiser continuar a viagem”

Admiro teu trabalho e paciência, e creio que a melhor parte da ‘viagem’ está para começar agora!

Não tenho respostas para o que está por vir, somente perguntas, curiosidade, intuição e uma ‘bagagem’ que ainda necessita de certo ‘arranjo’ para continuar a jornada…mas vislumbro o caminho e imagino que um dia, nele, possamos compartilhar novos conhecimentos com aqueles que assim o desejarem.

Fraterno Abraço

Saindo da Matrix
Saindo da Matrix
4 outubro de 2007 1:41 pm

É isto, Coringa. Eu acrescentaria o “Waking Life: A ETERNA PERGUNTA” e “O poder do mito”. Todos se completam. O resto é perfumaria. Meu trabalho no blog acabou.

Coringa
Coringa
4 outubro de 2007 3:04 am

Acredito que é na trilogia-
Quem é este Pokemon + Jesus, um Mito + Genesis Reloaded – que está o caminho para ‘sair da matrix’!

Saindo da Matrix
Saindo da Matrix
2 outubro de 2007 4:22 pm

Tem uma caixinha azul em torno de algumas palavras. Movendo o mouse em cima dela mostra informações extras, como, por exemplo, a origem desse mito.

Anônimo
Anônimo
2 outubro de 2007 3:55 pm

Canção do mundo????

que mito é este???

de que povo???

Láz
Láz
1 outubro de 2007 12:22 pm

OI, Eu mesma. Discordo: O mito de Cristo (ou cristo enquanto mito, para os mais literais) fala justamente o contrário: de que ser mestre e individuar pode se dar dentre os comuns, considerando a dimensão política e social do lugar, andando entre os pobres ao mesmo tempo em que se é rei. Nesse sentido, penso que o sacrifício, o descer aos infernos sombrios (como Neo no Limbo) e subir aos céus são claramente simbólicos. Dizer que “meu mito pessoal é o de Jesus” implica em ver a divindade no caminho dos comuns, e estar disposto a sacrificar-se pela individuação. É… Read more »

Eu mesma.
Eu mesma.
27 setembro de 2007 7:56 pm

Obrigada Lazaro, por ter apontado uma direção. “Se a consciencia é o barco, o incosciente é o mar…” é muito difícil ser como Cristo e andar sobre meu inconsciente.

wuming bey
wuming bey
27 setembro de 2007 12:29 pm

wuming bey. Já preparou o Sedex? hahaha…
—————–
ainda não, preciso de micro-cirurgia, meu pipi é microchip japonês! eu sou um transhumano do futuro, saca? 😀 😀 😀

wuming bey
wuming bey
27 setembro de 2007 12:27 pm

COMETA MAC: Observe as palavras que sempre são utilizadas: – Acham… Deveria… Eita povo pra ter tanta esperança. Apontar o que deveria ser feito é fácil. ———————— 0. ESPERANÇA É ESPERAR O TEMPO Q CANSA! 😀 😀 😀 1. momento megalomaníaco onde eu me cito “seja religioso, seja político, social, artístico ou científico, um dogma é um delírio do passado que anula o presente em prol de um futuro imaginário.” 😀 😀 😀 2. por isso que entre Gandhi e Aurobindo eu fico com Aurobindo, que antes de ouvir o coração quando na CADEIA (acreditem, ser preso uma vez ou… Read more »

Mcnaught
Mcnaught
27 setembro de 2007 12:13 pm

Claro. Certamente temos culpa.

Só 11% dos brasileiros confiam nos políticos, aponta pesquisa.

http://noticias.uol.com.br/bbc/reporter/2007/09/27/ult4904u193.jhtm

“O estudo também mostra que 85% acreditam que a corrupção pode ser combatida, e 94,3% acham que um político processado na Justiça não deveria poder concorrer às eleições.´´

Observe as palavras que sempre são utilizadas: – Acham… Deveria…
Eita povo pra ter tanta esperança. Apontar o que deveria ser feito é fácil.

Off Topic

“Cientistas marroquinos fazem pato nascer em ovo de galinha.´´

http://bichos.uol.com.br/ultnot/efe/ult2629u972.jhtm

wuming bey. Já preparou o Sedex? hahaha…

Eu mesma.
Eu mesma.
26 setembro de 2007 9:06 pm

Ah, deixa eu explicar…
Enquanto pergunto…
Disse que somos como Freud e coloquei uma de suas citações, pq não importa qual seja o mito…a impressão que tenho é que o homem “cresce” a médida que sofre essas rupturas sempre causadas por traições. Pq? Pq temos essa necessidade de termos um amigo e um inimigo?

Lourdes
Lourdes
26 setembro de 2007 8:59 pm

Para que complicar? A vida é simples.
Não adianta, não temos evolução para entender o início da vida e do Universo! Fazer suposições e tentar explicar o que ainda é incompreensível no nosso nível de evolução é perder tempo.
Existem muitas outras coisas para se pensar ou aprender. Podemos deixar essas questões para uma outra dimensão. Ou não?

rafaiollo
rafaiollo
26 setembro de 2007 8:25 pm

Sou leitor desse blog e essa é minha primeira participação aqui. Acredito na unidade de todas as coisas em um outro plano, não atingível pela consciência humana, racional e categorizadora/separadora. A dualidade é a vida à medida que vida é dualidade. Transcender nosso plano temporal é o gozo máximo da vida, podendo ser alcançado de várias formas. Mas se for tomado como objetivo, estará preso ainda a condição humana que separa objetivo de processo. Pra mim, prova dessa unidade é a mesma essência de todas as religiões e seus mitos e messias, tendo suas diferenças apenas na roupagem e na… Read more »

JZD
JZD
26 setembro de 2007 7:57 pm

Tudo sendo energia, e para vivermos temos que adquiri-la, os alimentos quanto mais energia vital tenham, mais energia nos trarão. Alimentos feitos de carne de animais mortos não possue mais energia vital como as frutas, verduras e legumes que são consumidos logo após a colheita. Por isso o beduíno que se alimenta de frutos que encontra pelo caminho está mais bem alimentado. A energia destes alimentos está mais forte e viva. Alimentos industrializados, enlatados, salgadinhos, refrigerantes não possuem nenhuma energia vital, só fazem encher a barriga, não dão brilho as pessoas. Assim é verdade que precisamos consumir vida para continuar… Read more »

Eu mesma.
Eu mesma.
26 setembro de 2007 6:52 pm

Pois é! Tô meio perdida, no teu post? Cadê a Lilith?! rsrs Sabe cara, quando descobri que Jesus podia ser apenas um mito, como de Adonis, e mesmo o oposto como Ares e etc… eu dei uma pirada, era estranho pq as informações chegavam sem que eu as procurasse, foi muito dífícil perceber que toda a biblia continha várias referencias mitologicas…foi como andar descalça em brasas sem estar preparada pra isso. Entrei em um ciclo de descobertas e punições, que me renderam muitos desgostos. Então um dia cheguei a conclusão de que havia sido expulsa do paraíso…rsrsrs A vida era… Read more »

Geninha
Geninha
12 abril de 2021 10:48 am
Reply to  Eu mesma.

Impossível não considerar os comentários. Retorno a fonte. A ansiedade oscila. Avós faleceram de câncer, mãe faleceu de câncer… Minha avó era benzedeira, se converteu já idosa e faleceu três anos após a conversão. Minha mãe adoeceu coincidentemente após cantar: https://m.letras.mus.br/midian-lima/jo/ Você sabe que o 1° Livro da Bíblia não é Gênesis, né?! O 1° Livro é o Livro de Jó. Quer uma coincidência interessante ?! … A namorada/mulher do cantor de um avião que caiu, diz que no dia anterior (acho) o cantor estava cantando esse mesmo louvor. https://m.youtube.com/watch?v=TblQOdii2DY Não pede pra ser concisa. 😂 Já desisti de ser… Read more »

Geninha
Geninha
12 abril de 2021 11:06 am
Reply to  Geninha

“A psicóloga disse que os dois oraram juntos ao telefone e ele contou para ela sobre Jó, e colocou a música gospel de mesmo nome para tocar.

– Ele me disse: amor, você conhece a historia de Jó? Ele perdeu os pais, os amigos mas nunca desistiu, nunca perdeu a fé. E ele colocou a musica “Jó” pra gente ouvir juntos. E essa foi a última música que ouvimos juntos. Ele quis dizer pra gente ter força. Ele era o amor da minha vida. Te amo muito – disse Karol em suas últimas palavras para Gabriel.“

https://pleno.news/brasil/cancao-gospel-jo-emociona-em-velorio-de-gabriel-diniz.html

Mcnaught
Mcnaught
26 setembro de 2007 6:15 pm

to wuming bey Tome o tempo para fazer algum sentido sobre o que você quer dizer E lance suas palavras sobre as ondas E navegue-as para casa com aceitação num barco de esperança hoje E quando alcançarem a margem Diga-as para não sentirem mais medo Cante alto e cante com orgulho E então dance se você quiser dançar Por favor irmão, agarre uma chance Você sabe aonde eles irão Em que caminho eles querem seguir “Tudo o que sabemos é que não sabemos O que vai acontecer´´ Por favor irmão deixe para lá A vida por outro lado, não vai… Read more »

Ian Dark
Ian Dark
26 setembro de 2007 6:04 pm

A vida e seu eterno Ouroborus!
Seria o ouroborus os mitos?

Saindo da Matrix
Saindo da Matrix
26 setembro de 2007 5:56 pm

Você é bem mais interessante com seu freio mental ligado, Bey 🙂 Continue comentando, mas maneira no número de linhas, pliz. Esse preâmbulo ilustra bem meu “túnel mental”. Pra ser livres, precisamos de certos freios. O desenvolvimento de nossa consciência é um dos melhores, pra mim. Outros só fream pela culpa, pela dor, pelo renascimento, pelo amor devotado, isso eu já não curto (o que não quer dizer que não seja válido). Pra mim a liberdade é quando tudo parte de si mesmo, de forma ordenada, justa, sem causar mal a outrem, e sem expectativas de querer transformar o mundo… Read more »

Lázaro Freire
Lázaro Freire
26 setembro de 2007 5:54 pm

> Pelo visto vários mitos sobre a criação tem o mesmo teor – o “mal” entrou no mundo através das criaturas. Mas não entendo como um deus supostamente justo, onipotente, perfeito, precisaria que suas criaturas começassem errando, e prosseguissem seu aprendizado pela dor e sofrimento, entredevorando-se. Há várias visões, especialmente considerando que “Deus” não necessariamente seja o que esperava, d´Ele, uma religião em particular. Vide respostas de Campbell no fim do post do Acid. Nesse sentido, sugiro a leitura de Fausto, de Goethe. Ou para algo mais fácil, a interpretação que Jung dá a ele, no Memórias Sonhos & Reflexões.… Read more »

wuming bey
wuming bey
26 setembro de 2007 5:42 pm

acid, eu sei q voltei, mas esse papo de tem q matar pra viver me parece fruto, ainda, de pensamento formal, de lógica aristotélica… enfim, eu quero ser livre. eu quero inspirar e transpirar o desejo de liberdade -a maldição da condição humana, uns dizem. eu sou zé mané, escrachado e diletante e busco, não aqui na interzona, mas lá fora, na realzona criar um mundo em meu redor menos opressivo. eu sou anarquista. eu sou taoísta. eu, talvez, seja discordiano (já q dizem q só gero discórdia! :D:D:D). eu sou magista do caos. eu já estudei golden dawn e… Read more »

Bindi
Bindi
26 setembro de 2007 5:36 pm

Pelo visto vários mitos sobre a criação tem o mesmo teor – o “mal” entrou no mundo através das criaturas. Mas não entendo como um deus supostamente justo, onipotente, perfeito, precisaria que suas criaturas começassem errando, e prosseguissem seu aprendizado pela dor e sofrimento, entredevorando-se. Por que não aprender e evoluir pelo trabalho árduo, pelo estudo? Por que até mesmo criaturas inocentes, que não têm como escolher entre agir certo ou errado porque são programadas pelo instinto, como os animais, também precisam sofrer terrivelmente? Não vejo qual o bem que pode vir para uma zebra o ser esquartejada viva por… Read more »

wuming bey
wuming bey
26 setembro de 2007 5:29 pm

Você não consegue se ludibriar comendo apenas vegetais, tampouco, pois eles também são seres vivos. ———— não necessariamente acid. se vc comer o fruto do vegetal e não o vegetal em si vc não o mata, mas vc lhe dá sofrimento, por isso é sempre bom os camaradas crudistas perderem o senso de ridículo e ao comerem só os frutos dos vegetais, sem desligá-los da mãe-terra agradecer. tipo, comi maça, agradeço a árvore, mesmo q só em minha mente. saca? o sofrimento ao comer pra manter a vida me parece inevitável e parte da condição biológica humana, mas o assassinato… Read more »

Anônimo
Anônimo
26 setembro de 2007 9:12 pm

MoonChild
MoonChild
26 setembro de 2007 9:45 pm

Apenas para refletir, segundo o espiritismo, “Deus é a causa primária de todas as coisas”, o que combina com todas as outras afirmações, só um pouco mais elaborada.

Láz
Láz
27 setembro de 2007 11:59 am

Eu mesma: > Quando descobri que Jesus podia ser apenas um mito, dei uma pirada, foi dífícil perceber que toda a biblia continha várias referencias mitologicas… Depois da tese (ele é Deus, Bíblia é história) e da antítese (ele é mito, mito é mentira), talvez seja a hora da síntese, recuperando o devido lugar de Jesus e dos próprios mitos. Minha sugestão está no post As Utopias Espiritualistas, e Sua Razão. > Entrei em um ciclo de descobertas e punições, que me renderam muitos desgostos. Desilusão é sair de uma ilusão. Não é algo mal, em si. Certamente, Jesus, mitos,… Read more »

Saindo da Matrix
Saindo da Matrix
27 setembro de 2007 11:52 am

Sabe, pode ser que possamos negar a dor e o sofrimento com origem em Deus, mas dificilmente poderemos negar que nossa dor e sofrimento tem causas em ações pretéritas. Um exemplo clássico: A Europa como um todo pagou caríssimo por ações que levaram o louco do Hitler ao poder politico e militar. A “culpa” pode ser atribuida aos politicos, diplomatas, presidentes, mas a consequência veio para todos. Milhões de “inocentes” que nunca se interessaram por politica (coisa chata, não?) pagaram o pato. A consequencia é que o povo Europeu é um dos mais politizados hoje. Até demais. Agora vemos a… Read more »

Láz
Láz
27 setembro de 2007 11:42 am

> PS: Lázaro, tem o livro “Memórias…” em português lá no arquivo da lista Voadores
http://br.groups.yahoo.com/group/voadores/files/

Essa versão é incompleta, tem apenas as partes do índice que estão em azul. Ainda não vi nenhuma versão digital em português. Há uma em espanhol em http://arquivos.voadores.com.br/Livros/Jung

wuming bey
wuming bey
27 setembro de 2007 11:36 am

BINDI:
“conheço a explicação do espiritismo para a dor e o sofrimento. Elas já me serviram em outros tempos, infelizmente hoje em dia não consigo mais ver tanta coerência assim nelas..”
———————
EU MESMO:
Isso é lindo Bindi! Vc teve a coragem de abandonar um modelo que não lhe servia mais quando este modelo não lhe servia mais! Isso é livre-arbítrio. Isso é liberdade. Isso é individualidade. Isso é humanidade. Isso é coragem. Lindo isso, não?

wuming bey
wuming bey
27 setembro de 2007 11:33 am

JDZ: Esta é a eterna troca, vida e morte, morte e vida. —————– wuming bey no passado acima e distante: ” se vc comer o fruto do vegetal e não o vegetal em si vc não o mata, mas vc lhe dá sofrimento, ” algo assim, comer fruta é como tirar o leite da vaca. ou melhor, comer fruta é como tirar a teta da vaca e dai nasce outra teta. ou melhor comer o fruto do vegetal vivo é como comer o rabo de um réptil, ele regenera outro. ou melhor, se vc comer só fruto q a natureza… Read more »

wuming bey
wuming bey
27 setembro de 2007 11:26 am

COMETA MAC:
Tome o tempo para fazer algum sentido sobre o que você quer dizer
———-
EU MESMO:
grande cometa! Olha, se eu tomar o tempo para fazer sentido sobre o que eu quero dizer, ele, o tempo, vai rir e o sentido vai sumir. Estruturar coisas sem esperar que elas enferrugem é loucura aqui em meu túnel. Não q eu não seja louco. Não mais me nego, nêgo!
😀

wuming bey
wuming bey
27 setembro de 2007 11:23 am

EU MESMA:
Nem sempre colhemos o que plantamos…
————–
EU MESMO:
as partículas que dançam lendo o teorema de Bell concordam com vc. 😀

Eu mesma.
Eu mesma.
27 setembro de 2007 10:52 am

Eu sinceramente não acredito em um Deus punidor, muito menos relapso. Acredito em seres humanos que adoram cometer erros e culpar alguém. Mas se vc ler a biblia verá que Deus punia aqueles que não lhes eram fiéis…Não acho que no caso de Adão e Eva, serem expulsos do paraiso, tenha sido uma punição, o paraiso devia ser um tédio rsrs… Os castigados pra mim foram os filhos Abel e Caim. Como no caso de Davi, quando Davi comete adulterio com Bate Seba, descobre que ela está gravida, ele planeja e consegue a morte de Urias…e depois quem morre é… Read more »

alan o
alan o
27 setembro de 2007 10:18 am

queria agradecer a todos participantes desse blog por abrir as nossas mentes para coisas tao essenciais.

Bindi
Bindi
27 setembro de 2007 9:49 am

Lázaro, obrigada pelas sugestões de leitura. Por mais que eu busque a “verdade” terei o cuidado de não cair nas faiscantes tentações de algum mefistófeles… Moonchild, conheço a explicação do espiritismo para a dor e o sofrimento. Elas já me serviram em outros tempos, infelizmente hoje em dia não consigo mais ver tanta coerência assim nelas…por não perceber a causa primeira da dor e sofrimento, isto é, partiram todas as criaturas simples e ignorantes de um mesmo ponto, e justamente pela sua ignorância a criatura cometeu um erro, e veio sobre ela a dor e o sofrimento; parece-me que o… Read more »

FABIANA
FABIANA
27 setembro de 2007 12:02 am

concordo com o cara ai de cima 😉

MoonChild
MoonChild
26 setembro de 2007 9:59 pm

Bindi: As causas do sofrimento humano são inerente a que fazemos no passado, de outra forma você estaria certa, Deus seria no mínimo relapso. A biblia diz que o pecado original é a causa de tudo, Adão comeu “do fruto proibido”, mesmo tendo sido avisado desse perigo. Algumas pessoas acham a história ridicula, mas não é. É uma alusão dada ao povo primitivo daquela época (+ou- 4000 anos atráz). Os espíritas, por exemplo entendem essa história de outra forma: O homem, em sua história espiritual em outros mundos teria insistido no erro, tendo sido “expulso do paraíso” (mundos avançados) e… Read more »

wuming bey
wuming bey
27 setembro de 2007 12:15 pm

BINDI: “conheço a explicação do espiritismo para a dor e o sofrimento. Elas já me serviram em outros tempos, infelizmente hoje em dia não consigo mais ver tanta coerência assim nelas..” ——————— EU MESMO: agora vou tentar ser sóbrio e sério.ram-ram. 1. Eu não creio em Deus. Eu não creio na ciência. Eu sinto Deus. Eu uso o que a ciência produz. 2. Bindi, o problema, talvez, do “pensamento” religioso esteja, em minha perceção do mesmo, no fato de ele funcionar no mundo da ficção da mente coletiva dos que a ele se entregam e a ele se prendem. Vejo… Read more »

Posts Relacionados

Comece a digitar sua pesquisa acima e pressione Enter para pesquisar. Pressione ESC para cancelar.