TAO: A HUMILDADE

Verso 42 – A HUMILDADE

taoteching

O Tao produz o Um.
Sendo o Um manifesto produz o Dois.
Existindo o dois aparecem os contrários, que entram na existência ao manifestar o três,
de onde nascem todas as coisas que deixam atrás de si a obscuridade
e avançam para a luz, harmonizados pelo sopro do Espírito.
Os homens detestam ser chamados “órfão”, “pequeno”, “indigno” e sem embargo, Grandes Reis chamaram-se a si mesmos desta maneira.
Aquele que diminui, cresce.
Aquele que se engrandece, diminui.
O que outros ensinaram, eu também ensino:
“Que o homem violento não morrerá de morte natural”.
Utiliza este pensamento para seguir o Caminho.
Tao Te King – Trad. Albe Pavese (Ed. Madras)

“Então Jesus disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão”

Mateus 26:52

Verso 66 – COLOCANDO-SE NO ÚLTIMO LUGAR

Os mares e os rios são os soberanos do vale,
porque sendo os senhores do vale, sabem como manter-se embaixo.
Por isto o Sábio, estando acima da média dos homens,
quando fala coloca-se por baixo deles.
Pode estar à frente de um povo aquele que sabe colocar-se por último na fila.
Por isso o Sábio fica acima dos homens e ninguém sente seu peso.
Ele manda, e ninguém se sente ferido.
É por isso que tudo sob o céu o enaltece e não se cansa dele.
Porque não rivaliza com ninguém, ninguém pode rivalizar com ele.

Comentários de Huberto Rohden:
O verdadeiro soberano não governa pelo que diz e faz externamente, mas sim pelo que é internamente. Quando o povo começa a perceber o Ser cósmico do soberano mais do que o seu fazer egóico, então obedece espontaneamente às suas leis e decretos. Esta suave cosmo-obediência transcende qualquer violenta ego-obediência. E o povo, embora alo-governado, tem a impressão de ser auto-governado. A monocracia funciona como cosmocracia, a mais perfeita forma da democracia.

“Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado”

Lucas 14:11

Verso 67 – AS TRÊS PEDRAS PRECIOSAS

Todos conhecem a grandeza do Tao: sendo grande, carece de contornos, e por não ter contornos é grande.
Se tivesse uma forma definida, teria perdido sua grandeza.
O Tao possui três pedras preciosas:
A primeira, com palavras, chama-se Amor; a segunda, com palavras, chama-se Sobriedade; a terceira, com palavras, chama-se Humildade.
Pelo Amor, o homem torna-se corajoso.
Pela Sobriedade, torna-se generoso
Pela Humildade, transforma-se num líder.
Quem pretende ser corajoso sem Amor, ser generoso sem Sobriedade,
ser líder sem Humildade, este caminha para sua destruição.
Quem luta com Amor vencerá.
Quem se defende com o Amor estará seguro e o Céu o protegerá.

Comentários de Huberto Rohden:
Bondade, suficiência e modéstia representam o carisma do homem cósmico. E desta trindade cósmica brotam todos os atos externos do homem realmente grande.
Quem age em nome do seu ego humano, é pequeno.
Quem é agido pelo Eu cósmico, esse é grande.
O grande homem assume atitude de um eterno aprendiz, e nunca se considera mestre de ninguém.

“O amor é a força mais abstrata, e também a mais potente, que há no mundo”

Mahatma Gandhi

Verso 61 – O ATRIBUTO DA HUMILDADE

Um Grande Reino sabe manter-se embaixo e, entretanto, ser o Centro do Mundo.
Faz como a mulher no mundo.
Com a calma sabe manter-se embaixo.
Com a calma a mulher vence o homem.
Assim um grande reino se humilha ante um pequeno para possuí-lo.
Um pequeno reino se humilha diante de um grande para se tornar mais extenso.
Uns se humilham para ser mais poderosos, e outros para serem maiores.
O desejo do grande reino é governar sobre muitos homens e alimentá-los.
O desejo do pequeno reino é unir-se e ser maior.
Ambos conseguem seus desejos, mais é maior quem mais se humilha.

Comentários de Huberto Rohden:
Num Estado, ou numa confederação de Estados, é mais importante o espírito de receptividade passiva do que o poder de datividade ativa.
Compreensão gera mais união do que compulsão. Benevolência é mais eficiente do que violência.
Foi este o segredo dos grandes estadistas, como Abraham Lincoln, nos Estados Unidos, e Mahatma Gandhi, na Índia: o poder da não-violência. Toda violência é sinal de fraqueza – toda benevolência é indício de força.

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vitoria
vitoria
9 junho de 2008 4:28 pm

Gosto e leio faz anos este blog,que muito me faz pensar e aprender.Por isso mesmo no meu cantinho lhe dedico um selo…se quiser aceitar fico grata,se não tudo bem na mesma…:)

Bono
Bono
12 junho de 2008 8:41 pm

E devíamos também parar de querer que as coisas sejam repetidas, aprendendo sempre a resolver os novos problemas de novas formas. Porque repetição é um saco.

Bono
Bono
12 junho de 2008 8:21 pm

Acho que na verdade não temos que aprender e nos esforçar para a sermos humildes, amar, perdoar, respeitar… Esse talvez seja o grande equívoco. O método da marreta ou do machado é o que dá os resultados. Na verdade deveríamos é desconstruir os acondicionamentos que a sociedade nos dá dizendo quem somos, e oque significa oque fazemos. Por exemplo deixando de interpretar tudo de uma forma rígida, devemos dar às coisas a nossa própia interpertação e não a interpretação que achamos que todo mundo vai dar. Devemos interpretar do nosso jeito ou simplesmente não interpretar. Por exemplo se alguém chinga… Read more »

Geninha
Geninha
11 junho de 2008 1:15 pm

Paulo, não sei quanto aos outros… Mas em alguns casos prefiro a introspecção. 🙂

Abraços!

Olim
Olim
10 junho de 2008 6:42 pm

Mas infelzmente nós PENSAMOS muito pouco e usamos nossa energia para as situações que cada vez mais nos tornam menos pensantes.

Infelizmente…

Olim
Olim
10 junho de 2008 6:37 pm

Paulo Júnior: Engraçado da mesma forma é que os ET dizem o mesmo (que devíamos cuidar mais da vida neste planeta; que devíamos ser mais amorosos conosco e com a natureza; que devíamos nos interiorizarmos como seres divinos que somos; que devíamos evitar as guerras… e etc…) mas, como eles não são daqui e vêem de muito longe para nos dizerem essas balelas, acho que eles sejam mais confiáveis do que os “humanos” inteligentes com suas virtudes, suas leis, seus dogmas, suas religiôes, suas tecnologias, seus conhecimentos, suas violências, suas guerras, suas, seus… e infinitos seus/suas… Ser espiritualista é ser… Read more »

Paulo Junior
Paulo Junior
10 junho de 2008 5:51 pm

Engraçado!
Há algum tempo tenho percebido que os assuntos referentes a honra, virtude, aperfeiçoamento humano, vida interior, sempre tem um quantidade irrisória de comentários, enquanto, os assuntos acerda de UFOs, fenomenos, fim do mundo, espiritos, magia, poderes, etc passam da casa do 50 comentários!

Será que isso quer dizer alguma coisa?! ou estou vendo vaca voando?!

Será que também existe uma certa audiência e IBOPE no mundo espiritualista?! hehehe…

Abraços!

Verônica Tila
Verônica Tila
10 junho de 2008 3:19 pm

Só vou deixar como agradecimento um muito obrigada.
Nas trevas faça brilhar sua Luz.

Coringa
Coringa
10 junho de 2008 3:56 pm

“Portanto, apesar de alguns tradutores, evite-se confundir a humildade com a ‘micropsuchia’ de Aristóteles, que é mais bem vertida por ‘baixeza’ ou pequenez. De que se trata? Estamos lembrados de que toda virtude, para Aristóteles, é uma cumeada entre dois abismos. Assim é no caso da magnanimidade ou grandeza de alma: quem se afasta dela por excesso cai na vaidade; quem se afasta por falta, cai na baixeza. Ser baixo é privar-se daquilo de que se é digno, é desconhecer seu valor real, a ponto de se interditar qualquer ação um pouco elevada, por nunca se acreditar capaz dela. Essa… Read more »

Louise
Louise
9 junho de 2008 6:49 pm

só corrigindo.

Abre um leque na mente de quem o acessa.

Louise
Louise
9 junho de 2008 6:30 pm

Parabéns pela busca. Dentre as escolhas que tomei nos ultimos tempos, ler esse blog, foi com certeza um acerto, ele é múltiplo. Não ele não é uma bíblia, e como vc msmo comemtou, são as tuas escolhas, entretanto, concordando ou nem tanto, ele abre um leque na sua mente.

Saindo da Matrix
Saindo da Matrix
9 junho de 2008 4:41 pm

Obrigado, Vitoria. Embora eu não vá colocar o selo “fisicamente” no site, saiba que ele foi acolhido.

Fy
Fy
13 junho de 2008 2:52 pm

O pior tipo de filme que existe é o pretencioso. Que o diretor acha que fez um grande coisa, a crítica diz que ele fez um grande coisa e o público finge que acredita que é uma grande coisa.

Como disse Arnold Shwarzeneger em uma entrevista:

“Você não pode fazer um filme, pensando em ganhar o Oscar. Este é apenas uma consequência.”
“Além do mais, eu acho a cerimônia de entrega do Oscar constrangedora demais!”

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