RAMATIS: O USO DAS CORES NA MAGIA

cores india

Pergunta: Nos explicaram certas pessoas entendidas em magia, que as cores podem ativar ou reprimir o ritual de enfeitiçamento. Qual o vosso parecer?
RAMATIS: É a lógica comum que as vibrações e impressões gravadas no éter, e conforme a modulação ou freqüência com que são recebidas ou emitidas, podem se transformar em diversos fenômenos, como a eletricidade, cor, luz, calor, som, magnetismo, odor ou ondas hertzianas. Todas as coisas, através do duplo etérico, estão super impregnadas de éter físico, emanados do planeta, motivo pelo qual qualquer gesto ou movimento, fato ou pensamento, repercute com sua vibração – harmônica ou não – no seu campo de influência.

Com base nessa correspondência vibratória entre as coisas e os seres, e através do fluido etérico universal, os feiticeiros aproveitavam as vibrações das cores no exaustivo processo de enfeitiçamento coletivo, embora esse recurso fosse mais psicológico do que técnico. Usavam as cores como excitadores de convergência e concentração de forças postas em movimento pelos presentes, aproveitando assim a grande influência da vibração do caráter psíquico e até mesmo atômico dos objetos. Enquanto os feiticeiros das tribos obtinham resultados proveitosos em seu selvagem malefício, servindo-se de cores condicionadas à ordem física (como o amarelo primário e o vermelho excitante), os magos brancos conseguiam sublimar o campo emocional dos presentes, em rituais de magia terapêutica, pondo em ação cores balsâmicas, sedativas e agradáveis, como o azul celestial, o verde seda e o rosa liláceo.

Pergunta: Tudo isso não é ciência pura?
RAMATIS: Inúmeras lendas e crenças do passado hoje são práticas científicas, embora disciplinadas por leis conhecidas. Certas lendas, superstições e crenças, quando são retiradas suas excrescências inúteis, demonstram ter um mecanismo científico ou processo que se enquadra perfeitamente nos experimentos lógicos da ciência moderna.

Pergunta: Que dizeis dos povos selvagens, que usavam certas cores para espantar os espíritos?
RAMATIS: Afora certas lendas e superstições dos povos selvagens que realmente pretendiam espantar espíritos numa gritaria infantil pelo uso de cores violentas, elas condicionavam estados de alma e produziam efeitos psíquicos com repercussão física, firmando ritos definitivos no campo da própria religiosidade e devoção espiritual. Muitas religiões ainda conservam nos seus ritos de exaltação espiritual, como o Budismo e o Catolicismo, certas cores já consagradas no decorrer dos séculos e que, através de símbolos, estandartes, paramentos e insígnias, exercem forte fascínio sobre os crentes, pois lhes associam sentimentos e emoções que os predispõem eletivamente para as cerimônias religiosas. Muitos espíritas egressos do Catolicismo ainda sentem sua alma vibrar e são tomados de estranha emotividade quando se defrontam com os cerimoniais da Igreja Católica, pois no âmago de sua alma tais cores lhes evocam os momentos sedativos, benéficos e de fascínio religioso que cultivaram por muitos séculos na intimidade dos templos.

Há, realmente, influência do colorido nas disposições temperamentais e nervosas das criaturas. A Cromosofia, disciplina científica que progride rapidamente no vosso mundo, investiga o efeito das cores em todos os seus ângulos de manifestação humana, enquanto a Cromoterapia estuda a ação das cores sobre os enfermos. Embora se trate de pesquisas alicerçadas no bom senso e comprovadas pelos técnicos da ciência moderna, investiga-se o prolongamento positivo das lendas ridicularizadas dos povos primitivos, que instintivamente consagraram o vermelho como a cor agressiva e excitante das empreitadas guerreiras. Embora se tratando de povos primários, os seus pajés e feiticeiros usavam indumentárias especiais e até cores terapêuticas nos casos enfermiços, e muitos doentes erguiam-se do solo hipnotizados pelos coloridos excitantes, de efeito enfeitiçante!

Pergunta: Por que dissestes “efeito enfeitiçante” das cores?
RAMATIS: A palavra “feitiço”, em sua raiz etimológica, e antes de se popularizar como “fazer o mal”, era sinônimo de encantamento, sedução, fascínio ou atração, que modificava as emoções e os sentimentos das criaturas. As cores enfeitiçam porque não só fascinam, mas arrebatam e produzem modificações nas almas dos seres, quer despertando júbilos e ânimo, ou causando melancolia e abatimento.

Pergunta: Qual seria o efeito mais psicológico e consagrado pela tradição das cores sobre a natureza humana?
RAMATIS: Explicamos, alhures, que as auras humanas são revestidas de cores desconhecidas e inconcebíveis ao olho humano, as quais irradiam-se dos seus núcleos perispirituais e de conformidade com a natureza mental e emotiva dos seus portadores. A gama de cores terrenas foi ampliada extraordinariamente, graças à atividade multiforme de um espírito marciano, encarnado na Terra e recentemente falecido, e que através de sua obra messiânica descobriu centenas de novos matizes na faixa cromosófica do orbe!

Assim como divergem as manifestações da alma de diferentes pessoas, entre si, também variam os coloridos das auras humanas. Há, também, perfeita sincronia de cores do mundo físico com as cores do mundo psíquico, porque em ambos os casos elas obedecem às mesmas leis transcendentais e acasalam-se em suas vibrações representando os diversos estados de espírito. Sem dúvida, há enorme diferença entre o colorido focalizado pelo olho físico e os matizes de cores identificados pelo olho perispiritual, pois enquanto a cor física é compacta e traduz massa, a cor psíquica é translúcida e manifesta o energismo luminoso impossível de ser conjeturado pelos encarnados. Foi essa fascinante expressão de beleza e luz interior que Van Gog e Gaughin tanto pressentiram nas suas alucinações e no desespero de fixá-las em suas telas famosas!

Como as cores áuricas brotam em sintonia com as emoções e os pensamentos dos seres, o homem, tomado de ódio, envolve sua aura na cor preta, o avarento num tom pardo-brilhante e o sensual no vermelho-chamejante! No entanto, o homem bom e intelectual esparge um amarelo-dourado à altura da cabeça, com chispas douradas, enquanto a pessoa afável e simpática irradia matizes de um verde-claro agradável. O azul-claro, celeste, identifica elevada espiritualidade, por vezes, respingado de nuances prateadas e rebordos esbranquiçados. Os estados de ânimo espiritual, as virtudes que definem os seres pacíficos, ternos e amorosos sempre são em matizes claríssimos, safirinos, rosados, lilases ou esverdecentes, como a marca indiscutível das almas benfeitoras, heróicas e humildes!

O preto-negativo só evoca sensações deprimentes; o vermelho-vivo, afogueado, é excitante e lembra a carne, a sensação física, a força e a belicosidade; o azul-esmeraldino possui a particularidade de balsamizar o sistema nervoso, enquanto o topázio, claríssimo, é algo nutritivo. O branco, no entanto, é a cor-síntese, sem mácula, refletindo a pureza, a vida virginal, tão belamente simbolizada no lírio!

Em suma, o verde é esperança, porque lembra as campinas, planícies sem fim, ou a cor do oceano num símbolo venturoso de liberdade. O azul evoca a abóbada celeste, o sonho de voar, o retomo ao Paraíso perdido; e, por isso, é bem a evocação do sentimento religioso.

Pergunta: Que é propriamente a Cromoterapia?
RAMATIS: É a aplicação da cor em função terapêutica, recurso sutil e psicológico para auxiliar a cura de certas moléstias ou desequilíbrios psíquicos em pessoas sensíveis. Em certas confrarias antigas, do Oriente, os mentores tratavam as disposições emotivas e temperamentais de alguns discípulos mais hipersensíveis, sob a efusiva aplicação da cor. O paciente era colocado num aposento revestido – desde o assoalho até o teto – de tecido de seda purpurina e cintilante, e ali permanecia tantas horas quanto fosse o grau de sua resistência psíquica e emotiva. Os mais impressionáveis, sensitivos ou neuróticos às vezes atingiam tal grau do excitação nervosa e perturbação perispiritual, que alguns eram tomados de crises alucinatórias e exaltações belicosas incontroláveis. Depois dessa prova de superexcitação pela cor vermelha, o discípulo era transferido para outro aposento exclusivamente forrado com tecido estampado pelo mais suave e agradável azul-claro celeste, sob cuja transferência súbita o sistema nervoso afrouxava-se num abrandamento psíquico agradável e balsâmico, logo desaparecendo os efeitos do paroxismo anterior.

A Ciência humana descobre, pouco a pouco, todos os efeitos das cores sobre o organismo humano, acontecimento que os velhos iniciados conheciam desde os tempos remotos da dinastia de Rama. A cor primeiramente influi no corpo mental e astral do homem, e só então se refrata no cérebro físico, revelando a sensação do matiz entrevisto. Nas esferas espirituais adjacentes a Terra, a cor azul pode ser entrevista em perto de 47 tons diferentes pelos espíritos superiores. No entanto, devido à letargia do olho carnal, o encarnado mal aproveita dez por cento da realidade vibratória da cor, pois fica limitado à massa compacta da faixa física e só o clarividente entrevê a luz interior que embebe e polariza a essência energética da mesma. O uso da mescalina ou ácido lisérgico libera, em grande parte, a visão etérica do homem e o ajuda a identificar as cores jamais imaginadas e manifestas no mundo do éter-físico, embora, depois, não consiga descrevê-las fielmente, quando retoma ao estado de vigília.

Pergunta: Poderíeis dizer-nos algo dessa refração da cor astralina no organismo físico?
RAMATIS: Há cores, como o vermelho-fogo, que após a recepção vibratória pelo corpo astral, que é o veículo dos desejo e emoções na composição do perispírito, refrata-se na glândula tireóide, sendo de boa indicação para ativar os casos de hipotireoidismo. O lilás-forte, no entanto, age de modo contemporizador e seria recomendado como frenador nos casos de hipertireoidismo. Certas cores, depois de isoladas ou acasaladas inteligentemente a outros matizes, atuam fortemente no sistema nervoso, endocrínico e linfático, quer excitando como freando funções fisiológicas, capazes de interferir na produção de lacto-fermentos, insulina, bílis, germes lácticos, sucos gástricos, linfa, saliva, influindo até nos movimentos respiratórios, na pressão e nos centros térmicos.

Há alimentos cuja decoração prepara o homem para uma digestão saudável, estimulando os hormônios favoráveis; outros, no entanto, repugnam e causam choque até à vesícula biliar, como as carnes de molho arroxeado, sopas que lembram lavagens suínicas, ou pratos que associam lembranças de detritos orgânicos. Em vez de aspectos excitativos e agradáveis ao apetite, são responsáveis por muitos incômodos aflitivos depois das refeições!

Graças à Cromoterapia, cada vez mais do domínio dos cientistas modernos, os hospitais são decorados com o objetivo psicológico de melhorar a disposição emotiva e mental dos enfermos, assim como há cores que absorvem o calor e outras o refratam, convindo a sua escolha de acordo com a necessidade terapêutica. As aeronaves são decoradas internamente por um colorido tão agradável, que o problema das náuseas de passageiros, em vôo, reduziram-se quase totalmente. Os arquitetos atuais também aplicam as cores em suas edificações em função do objetivo a ser cultivado no ambiente, comprovando que são as mais excêntricas as reações das pessoas submetidas demoradamente a este ou aquele padrão de cor. Há cores que atraem certos insetos e répteis, e outras os hostilizam, como é o caso das lâmpadas amarelas repelentes de mosquitos, muito usadas pelos caçadores e pescadores nas suas estadas nas matas.

Pergunta: Na prática de feitiçaria também se observa o mau uso da cor contra os enfeitiçados?
RAMATIS: Embora em casos mais raros e através da hipnose provocada ao Além-túmulo, os feiticeiros criam o clima favorável para os espíritos obsessores atuarem, pelas cores depressivas ou excitantes sobre o corpo astral das vítimas. Infelizmente, não podemos explicar-vos, pela linguagem comum articulada e sem os recursos da telepatia, como se efetua essa influência nefasta da cor nos enfeitiçados.

É justamente no mundo astral, onde as cores exercem efeitos positivos imediatos no espírito desencarnados, que os bruxos semeiam os estados de espírito desagradáveis e os impulsos descontrolados nos mais sensíveis. Aliás, entre os próprios encarnados ocorrem distúrbios quando não associam as cores harmônicas em seus lares, ambientes de trabalho ou reuniões sociais, resultando estímulos irritadiços, sugestões melancólicas, opressão mental ou desassossego emotivo no ar. A exótica combinação do violeta e púrpura desperta um sentimento algo temeroso e inquieto, pois no âmago do espírito ainda pode associar-se a lembrança dos pavorosos ambientes de torturas da Idade Média, da Inquisição e dos ambientes infernais!

A dor, o crime, a vingança e o ódio ainda se revelam pelas cores escuras e tenebrosas, pois são os prolongamentos da própria alma delinquente. Modernamente, o homem procura as cores claras, sadias e funcionais, que semeiam surpresas e emoções agradáveis acertando, pouco a pouco, a aplicação cromoterápica do colorido sobre a alma humana!

Pergunta: A cor sempre foi elemento importante no ritual de feitiçaria?
RAMATIS: Como os sons têm cores e as cores emitem sons, na antiguidade, os caldaicos, hindus ou egípcios faziam o encantamento sob a combinação hipnótica entre a cor e a música. Mobilizavam as forças astralinas do ambiente, pela excitação dos componentes do ritual de enfeitiçamento e atração de fluidos primários perniciosos e densos. Isso acicatava os próprios insetos, répteis, animais e as aves bastante sensíveis à música, cujas vibrações também atuam em conexão com a cor! Os clarividentes podem informar-nos que o “dó” natural é vermelho-fogo, o “fá” é de um belo verde-seda e o “si”, a sétima nota, lembra o azul-celeste. Assim, quando soam certos instrumentos, os insetos, répteis e aves não somente percebem as notas musicais, como, devido ao duplo etérico primitivo, conseguem perceber as cores mais afins à sua contextura oculta. As cobras são fascinadas pelas flautas, as diversas espécies de aranhas gostam do som do piano; os insetos, em sua maioria, aquietam-se sob os acordes dos violinos e os sapos alegram-se pela chuva batendo sonoramente sobre as latas; os camelos mostram-se mais dóceis e resistentes quando viajam pelo deserto ao som de alguma melodia.

Sob tal aspecto e sensibilidade do reino animal, os antigos feiticeiros egípcios, assírios, etíopes, hindus e caldaicos hipnotizavam vários tipos de animais e aves pela ação da música conjugada à representação astralina da cor, tomando-os vigorosos condensadores vivos de maus fluidos, como hoje ainda é o sapo e já foi o gato!

Por isto, em quase todas as práticas de bruxaria do passado, as cores amarelas e vermelhas sempre foram utilizadas, porque elas refratam rapidamente uma força física, e também excitam o campo psíquico!

Fonte: Magia de Redenção; Hercilio Maes

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Titanico
Titanico
25 julho de 2006 4:26 pm

Fala Maria…
Pode ser “O Sublime Peregrino”…
Abraços…

Maria do Carmo Mattos Allen
Maria do Carmo Mattos Allen
25 julho de 2006 6:28 pm

Obrigada, Titanico, é esse mesmo…
será que ainda dá pra achar alguma edição à venda? Obrigada, de qualqeur maneira…

Maria do Carmo Mattos Allen
Maria do Carmo Mattos Allen
25 julho de 2006 1:53 pm

Legal o post. Vou procurar ler mais Ramatis, se eu achar os livros dele. Quando eu era garota, eu li um livro que era sobre Jesus. Não lembro o título, mas era muuito legal ver as coisas pelo “lado de lá”. Você sabe o título?

Tiago Poeta
Tiago Poeta
14 agosto de 2006 5:15 pm

Li esse livro a algum tempo atrás, gosto muuuito do ramatís…

Alguem tem alguma pista sobre que pode ser esse “espírito marciano” que estudou cores na terra?

E alguem tem um exemplo disto: “Combinação de violeta e púrpura”?

Tiago Poeta
Tiago Poeta
14 agosto de 2006 5:18 pm

Aliáss… sempre achei que Violeta e púrpurpura eram a mesma cor… NÃO SÃO? Como elas podem ser combinadas!?

Maria Alice
Maria Alice
15 agosto de 2006 2:59 pm

Todos os livros de Ramatís, psicografados pelo Hercílio Maes são atualmente editados e publicados pela Editora do Conhecimento:

http://www.edconhecimento.com.br

Em sebos, é bem fácil de achar seus livros, também, que antigamente eram publicados pela Freitas Bastos. Mas são os mesmos.

Ryudi
Ryudi
18 setembro de 2006 10:05 pm

ou, e também quais são as cores das notas ré, mí, sol, lá,

#, b, tríade…

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