ARQUÉTIPOS

Quando falamos em Arquétipos, pensamos logo em símbolos, algo mais próximo do que podemos conceituar. Só que esse termo já está bem definido e conceituado, e não é nada disso do que costumamos pensar.

O termo “Arquétipo” foi usado por filósofos neoplatônicos, como Plotino, para designar as idéias como modelos de todas as coisas existentes, segundo a concepção de Platão. Nas filosofias teístas, o termo indica as idéias presentes na mente de Deus. Pela confluência entre neoplatonismo e cristianismo, o Arquétipo foi incorporado à filosofia cristã, por Agostinho, até vir a ser usado academicamente por Carl Gustav Jung na psicologia analítica para designar a forma imaterial à qual os fenômenos psíquicos tendem a se moldar. Ou seja, os modelos inatos que servem de matriz para o desenvolvimento da psique.

É nesta aplicação psicológica que costumamos encontrar as distorções. Portanto, vejamos este texto de Lázaro Freire, que trata de desfazer alguns enganos:

Não existem “Arquétipos do Tarot”, nem o “Arquétipo de Ísis”, nem o “Arquétipo do Leão”, nem outros absurdos esquisotéricos que ouvimos por aí. Arquétipos estão numa camada muito mais profunda e amorfa. Senão, não são mais Arquétipos, e sim mitos criados para que possamos lidar com eles dentro de uma referência cultural ou simbólica.

Se falam do conceito original, formulado por Jung (mas estuprado e distorcido por todos que quiseram dar um certo ar “científico” aos seus credos), o Arquétipo é quem cria os deuses. É como o buraco da forma de gelo. Não há, portanto, Arquétipo de Maria, nem de Pacha Mamma, nem de Lakshimi, nem da Deusa, nem da Imperatriz do tarot. Mas há um Arquétipo UNIVERSAL da Grande Mãe, algo sem forma, sem mito, que está presente no inconsciente coletivo da humanidade, e que fará qualquer povo de qualquer lugar, mesmo se isolado numa ilha ou planeta, daqui há algum tempo arrumar alguma deusa ou figura similar para preencher o buraco psíquico deixado por este arquétipo.

Um dos mais conhecidos é o do Herói, e explica – dentre mil outras coisas – o gosto de muitos por filmes de ação, o acompanhamento de Olimpíadas e torneios, e até mesmo porque muito sujeito aparentemente normal e pacífico é possuído por um misto de curiosidade, hipnose e sangue na boca quando vê, num telão desses, algum vale-tudo, jiu jitsu ou luta de boxe.

Se Deus criou tudo, quem criou Deus?

Resposta junguiana óbvia: O Arquétipo.

A “encarnação” de um Arquétipo, seja em um deus, seja em uma carta de tarot, seja na parte do Todo que atribuímos a um signo zodiacal, a um personagem de uma saga de ficção, a um dos tipos do eneagrama, a um santo do catolicismo, não são mais ARQUÉTIPOS. São “mitos”. No melhor do sentido da palavra, que não tem nem um pouco de ficcional (embora esteja presente na ficção).

Note também que Arquétipos são COLETIVOS. Necessariamente! A somatória de situações pessoais na lida, por exemplo, com o Arquétipo ou simbolismo do “Pai”, do “Poder”, são chamadas de Complexos.

Ou seja, PAI tem função simbólica que nos remete a regras, a herança, expectativa, falo, masculino, algum poder. Já o GRANDE PAI é um Arquétipo, algo que faz projetarmos um “pai” coletivo na figura de um grande Deus masculino que tudo vê, como é comum na religião ocidental (note que não tem nada a ver com o Todo do Tao e de Brahman). Cada pessoa pode ter uma relação diferente com essas idéias. Como, por exemplo, com o “PODER”: Criado resistindo a uma ditadura militar em regime corrupto capitalista, numa noção de ética dos 70 e 80 que faria Delúbio, Valério e cia parecerem fichinha, minha geração certamente não reage ao conceito de “PODER” do mesmo modo que norte-americanos, que consideram a palavra positiva. Aqui, poderoso é pejorativo. Lá, vende mais o livro que usa “The Power Of…

Isso são COMPLEXOS, ou seja, amontoados de experiências que permeiam nossos conceitos. Note que o termo não é negativo ou necessariamente patológico como no uso popular (complexado). Quando lidamos com o feminino, por exemplo, apenas em parte estamos lidando com a mulher ÚNICA de carne-osso-alma-sentimentos que temos à nossa frente. De certo modo, fazemos ela vestir o nosso complexo de feminino, de mãe, de Anima (este sim um arquétipo), de outros relacionamentos… E repetimos padrões sem perceber.

Mas não é certo dizer que estou projetando o meu Arquétipo de mãe, e muito menos o da GRANDE MÃE. Entretanto, a somatória coletiva de todos os Complexos, e dos conceitos inconscientes que o originaram, foram, aí sim, um grande Arquétipo inconsciente e coletivo universal. Ou, em efeito Tostines, por ele foi formado.

Voltando aos Arquétipos: Se deixarem de acreditar em um Deus, ele desaparece? Provavelmente sim. Mas o Arquétipo que o originou fará que sua função seja ocupada, em outra mitologia, por algum outro conceito substituto.

Aliás, vários termos hoje populares vêm da linguagem junguiana: Introvertido, Extrovertido, Complexos, Arquétipos, Inconsciente coletivo, Anima. Nem preciso dizer que quase todos são usados de forma equivocada, e não raro distorcidos para fins esquisotéricos e / ou comerciais. Pobre Jung, logo ele, tão acadêmico e preocupado com fundamentação… 😉

bandeira da espanha Ler em espanhol (por Teresa)

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Geninha
Geninha
2 dezembro de 2022 12:38 am

Um dos meus nicks no Atrativa era Lakshmi. (2000 -2002)

Truth is Life também era um deles. Usado no último filme de Godzilla. Referência a Hecate e as lareiras portuguesas, passagem Bíblica de Davi*.

*buscando na memória a Palavra. Não lembro. Se lembrar, deixo aqui.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lakshmi

Last edited 1 ano atrás by Geninha
Lázaro Freire
Lázaro Freire
10 setembro de 2007 4:25 pm

1) Mulheres anônimas e bipolares. Sim, sou terapeuta transpessoal, com embasamento junguiano e psicanalítico. Sou particularmente especializado em bipolaridade e síndrome do pânico. De vez em quando, contribuo em comunidades. Antes de ter a VOADORES, meu trabalho em listas (até 98) era com a Síndrome do Pânico. Tem mais sobre isso, inclusive áúdios de papos meus com o Wagner Borges sobre bipolaridade e pânico, em http://www.voadores.com.br/lazaro 2) Quanto aos conceitos originais de Jung, sugiro sempre que façam o que ninguém faz: Ler Jung. Autor da “Psicologia Analítica”. Conheço várias correntes e neo-pós correntes que dizem incorporar o trabalho de Jung,… Read more »

Mcnaught
Mcnaught
5 setembro de 2007 9:04 am

O ser humano consegue ser egoísta nas mais diversas situações e de um jeito que ainda me causa surpresas.

Bergman. Não é pra vc isso. Certeza brother. Só estou acompanhando o andar da carroagem. Rest in peace rs.

Ah! Ou então. Como disse outro Andróide: “Hasta la vista, baby!”

Arquétipo dos Arquétipos
Arquétipo dos Arquétipos
5 setembro de 2007 2:50 am

Vou ter que ressuscitar o Bergman por um momento pois o coitado está achando que foi mal compreendido: – Bergman, levanta e escreva! – Não, Bergman. Não é para filmar…Escrever! Escrever! Oi pessoal, sou eu o Bergman. Minha decisão de parar de comentar não foi porque me senti desrespeitado, por egoísmo, estrelismo em achar que vcs não mereçam meus “brilhantes comentários” ou porque estou fazendo cuzinho doce. Parei de comentar porque senti que estava me afogando. Estava ficando perturbado, saindo do meu ponto de equilíbrio budistico matusquela, algo como um pacote de sal de frutas sendo derrubado em meu córtex… Read more »

Atomus
Atomus
5 setembro de 2007 12:45 am

O computador não salvou a assinatura, mas o comentário acima foi meu. 😛

Por sinal, essa história do jabá do Naviterra tem que sair por causa do espaço utilizado. Aliás o pagamento pode ser acertado comigo. Depois eu repasso ao Acid (só não sei quando).

Anônimo
Anônimo
5 setembro de 2007 12:38 am

Laz: “…mas como quem se sente “ofendido” ou “desrespeitado” é sempre a crença no antigo limite para o conhecimento…sob pena de artefato moral para a estagnação consciencial.” Eu: Mais opiniões: vou discordar do “sempre”. Tem gente que não aceita certos limites (como por questões pessoais, e nesse caso não são limites teológicos ou científicos) e parte para tentativas e mais tentativas de ultrapassá-los, terminando por inventar teorias que irão confundir a própria cabeça e a de outras pessoas. A descrença em antigos limites para o conhecimento também pode “ofender” ou “desrespeitar”. Mas alguns deles não podem ser ultrapassados. Wilber, numa… Read more »

Gugu
Gugu
4 setembro de 2007 11:41 pm

Olim…

Posso entrar em contato com você?
Gostaria muito de tê-lo na minha lista de amigos… seria uma honra. =)

miludas@hotmail.com

Acid, desculpa usar seu espaço para fazer este pedido. É que eu não tenho nenhum outro modo de fazer este pedido. Se vc apagar este comentário, eu vou entender.

Olim
Olim
4 setembro de 2007 11:19 pm

Oi, Lázaro Freire… Pensei de igual maneira ao tentar realizar aquelas perguntas neste post e, em específico, neste blog. Tinha a exata noção da incoveniência, mas mesmo assim arrisquei e foi um ótimo risco. Não tinha a menor noção em que implicaria sua resposta, tanto da problemática do escasso tempo, agenda lotada, etc., assim como da profundidade que se exige para analisar os aspectos e observações envolvidas. Fiz aquelas perguntas com a simples intenção de saber, tendo em vista seus estudos e experiências… E imaginei que algo daquele tipo possa ter acontecido com alguém. Foi como recorrer a um conhecedor… Read more »

Anônimo
Anônimo
4 setembro de 2007 6:39 pm

Acid, não foi você quem o postou; logo, não ganha nada. 😛 De minha parte, pode ser apagado quando ele ler. Ou não, fica a seu critério. Só respondi aqui, mesmo no meio de uma auditoria, porque podia dar a entender que “Lázaro Freire” é desatento e se recusa a responder perguntas (que por acaso não tinham a ver com o tópico). Mas não gostaria que o SDM seja mais um lugar onde eu tenha que dar atenção às pessoas, uma vez que já não dou conta dos demais (pacientes em clínica, voadores, 60000 da comunidade de sonhos, msn, icq,… Read more »

Anônimo
Anônimo
4 setembro de 2007 4:34 pm

acicid tonto soh pq outras pessoas tbm tehn expercias semelhantes pq nah dar uma resposta ao piah

Saindo da Matrix
Saindo da Matrix
4 setembro de 2007 2:50 pm

Olim, eu pensei em deixar o comentário da esfera pq outras pessoas também têm esse tipo de experiência. Mas geralmente é com esferas metálicas sem olho 😮

Lázaro, quanto vou ganhar pelo jabá do Naviterra? 😆

Mulher Vitoriosa
Mulher Vitoriosa
8 setembro de 2007 10:19 am

Desculpe-me a intromissão, mas acho que já o vi no orkut em uma comunidade de bipolares. Estou correta? E poupe-me do não te interessa, apenas não responda se não quiser! Gostei do teu texto, apesar de não concordar nem 50% (acho que chega a falta de respeito o termo “esquisotéricos”, pois cada um acredita no que quer ou no que lhe convencem, assim como você acredita que esta certo podendo esta falando uma tolice enorme) 😉 com ele, mas achei interessante assim mesmo. Tem uma frase de um filosofo bem legal para reflexão, a frase ironicamente afirma que o bom… Read more »

Bipolar
Bipolar
8 setembro de 2007 7:25 pm

Comunidade de bipolares, no orkut, que legal. Não sabia.

Vou para lá, porque futuramente posso ser reconhecido e, sendo assim, ninguém vai me levar a sério, pois ser bipolar é que nem ser gay, pecador, negro, analfabeto, pobre, neste mundo de apolares.

Não quero que ninguém mesmo me leve a sério, principalmente pelo incendiários da inquisição, aqueles tipos que dizem belas palavras través de línguas de serpentes.

A Deusa e a serpente.
Mulher vitoriosa.

eu não acredito em duendes
eu não acredito em duendes
9 setembro de 2007 3:43 am

Sr. autor do texto: o conceito de Jung de arquétipo não foi distorSido como vc referiu.
O melhor jeito de entender o “arquétipo roots jungiano” atualmente é, antes de mais nada, dar uma olhadinha em alguma coisa de psicologia evolucionista.

Anônimo
Anônimo
10 março de 2019 5:02 pm

FIFTH ENNEAD, BOOK ONE. The Three Principal Hypostases, or Forms of Existence. AUDACITY THE CAUSE OF HUMAN APOSTASY FROM THE DIVINITY. 1. How does it happen that souls forget their paternal divinity? Having a divine nature, and having originated from the divinity, how could they ever misconceive the divinity or themselves? The origin of their evil is “audacity,”216 generation, the primary diversity, and the desire to belong to none but themselves.217 As soon as they have enjoyed the pleasure of an independent life, and by largely making use of their power of self-direction, they advanced on the road that led… Read more »

Olim
Olim
3 outubro de 2007 10:23 am

E assim “nasce” um mito nas mentes novas, puras, inexperientes, sedentas por viverem. É preocupante: “O que ensinam às nossas crianças”. (Ali Kamel) “Não vou importunar o leitor com teorias sobre Gramsci, hegemonia, nada disso. Ao fim da leitura, tenho certeza de que todos vão entender o que se está fazendo com as nossas crianças e com que objetivo. O psicanalista Francisco Daudt me fez chegar às mãos o livro didático “Nova História Crítica, 8ª série” distribuído gratuitamente pelo MEC a 750 mil alunos da rede pública. O que ele leu ali é de dar medo. Apenas uma tentativa de… Read more »

Bono
Bono
25 setembro de 2007 2:21 pm

Porque você é uma mulher vitoriosa?

Mulher Vitoriosa
Mulher Vitoriosa
25 setembro de 2007 11:03 am

“Comunidade de bipolares, no orkut, que legal. Não sabia. Vou para lá, porque futuramente posso ser reconhecido e, sendo assim, ninguém vai me levar a sério, pois ser bipolar é que nem ser gay, pecador, negro, analfabeto, pobre, neste mundo de apolares. Não quero que ninguém mesmo me leve a sério, principalmente pelo incendiários da inquisição, aqueles tipos que dizem belas palavras través de línguas de serpentes. A Deusa e a serpente. Mulher vitoriosa.” Nossa ui ui putz não sabia que um simples comentario resultaria em pedradas, putz, eu colequei Mulher Vitoriosa e leram Madalena ou Geni! Se coloquei o… Read more »

Laz
Laz
11 setembro de 2007 11:42 am

Acho que todo mundo que tem uma mente é bipolar e esquizofrênico. Esses são só nomes inventados para características inerentes da mente humana. Bono, com todo respeito, seu comentário carece de fundamentação e conceituação. O máximo aceitável seria dizer que vivemos em uma sociedade neurótica, que tende a criar indivíduos ídem, que por sua vez perpetuam suas patologias na sociedade futura que constituirão. Ainda assim, bipolaridade-2 (10% da população), bipolaridade-1 (antiga psicose-maníaco-depressiva, talvez não mais que 2% da população) e esquizofrenia típica (cerca de 1 a 2%, em geral em baixa renda) não são mitos ou filosofias. Sâo doenças caracterizáveis,… Read more »

Olim
Olim
11 setembro de 2007 9:24 am

1.”Deve-se ter em conta que este distúrbio não consiste apenas de meros “altos e baixos”. Altos e baixos são experimentados por virtualmente qualquer pessoa e não constituem um distúrbio. As mudanças de humor do distúrbio bipolar são mais extremas que aquelas experimentadas pelas demais pessoas. Veja ciclotimia para uma versão moderada deste distúrbio.” http://pt.wikipedia.org/wiki/Dist%C3%BArbio_bipolar 2.”Vale dizer que não é requisito ser bipolar para ser artista, mas vários estudos apontam que a presença de bipolaridade é bem mais freqüente entre artistas do que na população em geral. Essa tendência tem a ver com o espírito inovador e o temperamento emocionalmente intenso,… Read more »

Mcnaught
Mcnaught
11 setembro de 2007 8:56 am

“Bipolaridade é sério.´´ É sim, muito sério. Eu vi de perto. Ajudei. Well, deixa pra lá. Ela foi tratada praticamente por estágiarios. Deram anti-depressivos e dicas ruins. No final ela estava querendo um tratamento com Lítio. Mas, acredito que não tenha feito.

Obrigado pelo que escreveu Sr. Lázaro.

Valeu.

[]´s

Bono
Bono
10 setembro de 2007 10:36 pm

Acho que todo mundo que tem uma mente é bipolar e esquizofrênico. Esses são só nomes inventados para características inerentes da mente humana.

Lázaro Freire
Lázaro Freire
10 setembro de 2007 8:18 pm

Há muitos remédios e tratamentos equivocados no tratamento da Bipolaridade. Por exemplo, tudo o que não podem ter é motivações e palestras do tipo, levar a sério demais os The Secret, nem tomar anti-depressivos. São aceleradores do estado de mania. Tampouco tem condi~ções de mergulhar à fundo em certas análises, que os levariam à depressão, o outro extremo bipolar. ALém do mais, hoje em dia a sociedade não permite mais as pessoas serem depressivas – há todo um comportamento social e “amigo” mascarando a reflexão, a interiorização (ser triste não é doença, e às vezes é necessário, até uma certa… Read more »

Mcnaught
Mcnaught
10 setembro de 2007 5:07 pm

Há alguns anos perdi uma namorada para esse Transtorno Bipolar. As pessoas que trataram ela e os remédios usados fizeram ela se afastar de tudo e todos. Lutei. Tive toda a paciencia do mundo. Mas, perdi. Às vezes ela aparece online no msn. ùnico jeito que tenho para saber que ainda esta viva.

Obs: – Quando disse “as pessoas que trataram´´ é porque essas pessoas, elas, ficavam falando que ela iria se afastar de todo mundo. Ela praticamente cumpriu o que eles teimavam em dizer.

Mcnaught
Mcnaught
4 setembro de 2007 2:42 pm

Olá Olim velho camarada. Acordar e encontrar uma esfera no quarto. Não se assustar e nem sentir medo. É tão estranho quanto a esfera em si rs. Muita coragem a sua. hehe. Talvez Olim, não seja tão fácil responder algo específico. Porque para quem está de fora, observando essa sua experiência, imagina diversas possibilidades. É algo estranho de difícil aceitação. Com toda camaradagem e respeito que sempre tive por vc. Uma delas (possibilidade)poderia ser a de um sonho. Esse tipo de sonho acordado que falam. Sei lá. Espero que te respondam. Que mostrem algum ponto de vista. Sou leigo demais… Read more »

Lázaro Freire
Lázaro Freire
4 setembro de 2007 2:33 pm

É, Olim, realmente acho inviável usar comentários de fórum para respostas de dúvidas projetivas pessoais. Além de não dar para eu generalizar e dizer daqui o que é a sua experiência subjetiva, mesmo se comparável a alguma minha, há também a questão do off-topic. E de que responder endossa o uso do espaço para isso, o que ficaria tanto inviável para eu vir manter respostas (que na verdade não tenho dado nem na voadores), quando improdutivo para o fórum – a pergunta não tem nada a ver com o comentário, não é? Seria mesmo mais correto você postar na voadores.… Read more »

Lázaro Freire
Lázaro Freire
4 setembro de 2007 11:44 am

Respeito não se exige:conquista-se. É impossível ter discernimento no sentido de uma visão maior, sem chocar de algum modo visões menores e interessadas na limitação. E mais particularmente as religiosas. Sempre há uma fogueira para cada Giordano Bruno, mas como quem se sente “ofendido” ou “desrespeitado” é sempre a crença no antigo limite (teológico ou científico) para o conhecimento, parece óbvio que não pode ser ele a referência de respeito ou subversividade da idéia do outro, sob pena de artefato moral para a estagnação consciencial. Citando Ken Wilber: “INTEGRAL remete à idéia de unidade na diversidade, de compatilhar atributos comuns… Read more »

Lázaro Freire
Lázaro Freire
3 setembro de 2007 7:06 pm

> O Arquetipo criou Deus?! > Se deixarem de acreditar em Deus o Arquetipo desaparece?! Essas que você citou são duas brincadeiras de meu “primo” Zé Rodrix – aquele mesmo das canções, mas também escritor e mago maçon – sobre o tema. São propositalmente provocantes, como é da natureza dele. Mas ilustram muito bem o conceito, e devem ser lidas com gargalhadas arquetípicas, mitológicas e junguianas no final: – Se você deixar de acreditar em um Deus, ele desaparece? 😉 – Se Deus criou tudo, quem criou Deus? Parece bobagem? Que ótimo, pois essa pergunta só revela seu sentido e… Read more »

guaco bey
guaco bey
3 setembro de 2007 7:05 pm

Torna-se mto mais interessante expormos nossas opnioes “inteligentes” e criticarmos a visao dos outros. Isso eh mto mais atrativo para os nossos egos. Fica entao esse conselho para todos nós. Que tal questionarmos menos e aceitarmos mais? ———————- marcelo, vc consegue aceitar a caricatura de houdini-randi-quevedo do dawkins (aceitá-lo sem questioná-lo) e ao mesmo tem aceitar o papa número 16 de hj (aceitá-lo sem questioná-lo) e ao mesmo tempo aceitar e seguir os belos ensinamentos de jesus (aceitá-lo sem questioná-lo) e ainda acreditar que jesus é um mito usado pra incorporar trecos pagão a um sistema organico e invisivel (aceitá-lo… Read more »

Marcelo
Marcelo
4 setembro de 2007 12:04 am

guaco,
o q eu quis dizer eh q algumas vezes as discurssões apenas servem para mostrar q temos mais conhecimento q outros. e isso eh o oposto do q nós queremos. ou alguem esta aqui para inflar o seu ego?
eu citei buda para mostrar q algumas disrcurssoes nao tem sentido e q pode-se discutir por milhares de anos e n se chegar a nenhuma resposta. Nós n estamos discutindo algumas coisas a milhares de anos sem chegar a conclusao nenhuma?
foi so isso q quis dizer!

abraco

Marcelo
Marcelo
3 setembro de 2007 6:51 pm

fireceno, procura no google sobre os milagres do alcorao. tem bastante coisas interessantes tb. pessoal, eu coloquei um link de um texto aqui do osho outro dia. acho q ngm entrou para ler ehehe Eh um texto em q ele responde para uma pessoa que pergunta “pq a vida existe?” Ele cita um “fato” da vida de buda em que um filósofo pergunta pq a vida existia. buda entao diz para ele q ficasse ao seu lado durante 2 anos, sem nenhuma pergunta, que depois desse tempo ele respopnderia. Bom, passaram-se os 2 anos e o antigo filosofo n tinha… Read more »

Paulo Junior
Paulo Junior
3 setembro de 2007 6:44 pm

Na minha singela opinião esse foi o post mais fraco que já li no saindodamatrix. O Arquetipo criou Deus?! Se deixarem de acreditar em Deus o Arquetipo desaparece?! Isso tá mais parecido com formas-pensamento. Com certeza Arquétipo é diferente de Mito! Mas Arquétipo é algo muito além do que o próprio conceito de Arquetipo de Jung. Um dos pecados de Jung foi querer dar nomes àquele que não se nomina! Existe essa barreira que só é transponivel pela experiencia pessoal de cada um. O Arquetipo no sentino pristino é tudo aquilo que é, foi e será. É a idéia Perfeita!… Read more »

Bruno H
Bruno H
3 setembro de 2007 5:16 pm

Não entendo nada de psicologia, nem do acadêmico (sic) Jung.
Mas, este simples (que não quer dizer simplório) texto do Lázaro é tão agradável quanto elegante! Já tinha guardado ele acá comigo, e é sempre bom ver que não fui só eu a reconhecer…

: )

Lázaro Freire
Lázaro Freire
3 setembro de 2007 5:14 pm

Paulinha, o Totem e Tabu é um tratado mais antropológico do que místico ou psicanalítico. De qualquer modo, é um livro fundamental para qualquer pensador, e explica muito bem como a sociedade se forma junto com o ego. De todo modo, recomendo, e você o encontra on-line na área de Arquivos da Voadores. http://arquivos.voadores.com.br/livros/Freud/freud13.rtf Freud e Jung são bem mais próximos do que os dois gostariam de admitir, e MUITO mais próximos do que os junguianos e freudianos sequer admitiriam um dia. Mas fica muito difícil perceber isso quando se torce para um dos times, pois isso impede de ler… Read more »

fireceno
fireceno
3 setembro de 2007 5:08 pm

acid, leia isso p. pensar um pouco: p.qual é o menor capitulo da bibliA R. SALMO 117. P.qual é o maior cap. da biblia? R.SALMO 119.p.qual é o cap. que esta no centro da biblia?R.SALMO 118.FATO :HÁ 594 CAP. ANTES DO SALMO 118. FATO: HÁ 594 CAP. DEPOIS DO SALMO 118. SOME ESSES NUMEROS E TEREMOS 1188 P. qual o verso central da biblia.?R. SALMO 118:8. esse verso fala algo significante acerca da perfeita vontade de DEUS para com as nossas vidas: salmo 118:8 {NVI} ” É MELHOR BUSCAR REFUGIO NO SENHOR DO QUE CONFIAR NOS HOMENS.”

silici0
silici0
3 setembro de 2007 4:18 pm

Para min, como eu compreendo, arquétipo seria a ideia original que a partir dela temos como base tudo, envolvendo os sentimentos e ‘complexos’ temos a base para realidade, depurtadas pelo inconsciente criamos nossa realidade como se adequa melhor a nos mesmos. São modelos vibracionais que de algum modo influencia e/ou é acessado por todos de acordo com nossa necessidade ou compreensão de idéias. Mas vai saber até onde eu compreendi tudo isso, como disse eu sou influenciado pelo aquilo que até então sei, entendi, amanhã ja irei comprrender muito mais e talvez possa entender o arquétipo do arquétipo e então… Read more »

Paulinha
Paulinha
3 setembro de 2007 4:34 pm

Hum.. que bom ler esse post agora! Algumas horas atrás tive uma aula com um freudiano falando muito bem de Jung ( sim, isso acontece..rs) porém só agora depois de completar o doutorado dele..rsrs Ele foi quebrando com alguns mitos que existem em volta de Jung, como por exemplo, isso que está escrito no texto: a preocupação acadêmica que Jung sempre teve e que foi passada depois(da separação com Freud) de forma deturpada. O misticismo de jung, segundo o Prof. de psicanálise, não foi um ponto de discordância entre ele e Freud, o que fez ele indicar o livro “Totem… Read more »

guaco bey
guaco bey
4 setembro de 2007 12:26 am

e foi o q eu entendi, e te perguntei, como faremos para aceitar no outro oq não sentimos necessário ou mesmo não natural ao nosso momento? é uma pergunta q me consome, marcelo. e não é só o aceitar educado, político e social, mas o aceitar silencioso, aquele q só ocorre dentro da gente. Pois é fácil aceitar algo q não aprovamos por ‘pressão’ de ‘etiqueta’ social e ao mesmo tempo dentro da gente aquilo q aceitamos externamente no ligar o ego, o módulo dualista, o diabo nos outros, e afins… como aceitar o oposto dentro de mim de forma… Read more »

Olim
Olim
3 setembro de 2007 11:32 pm

Oi, Lázaro Freire… Desculpas, uma para o Acid e outra para vc, por utilizar este espaço neste momento para lhe fazer umas perguntas. Tentei enviar para Voadores, mas retornaram todas… Bom, certo dia acordei e dentro do meu quarto tinha uma esfera no canto superior do quarto. Acordei porque sentia que tinha alguém a me observar… Bom, ela ficou estática por uns 3 minutos ou mais e, aos poucos, minguou-se como uma bolha de sabão, bem devagar. Essa esfera tinha um diâmetro de uns 40cm, creio e não emitia nenhuma luz e, bem no seu centro, possuía uma outra esfera… Read more »

billy shears
billy shears
4 setembro de 2007 1:08 am

Guaco achei interessante esse pensamento q vc externou: “tem hora q acho q é o silêncio só q leva até lá. tem hora q acho q é jogar querendo o empate, o jogo pelo prazer do jogo.” Creio que no cotidiano o silêncio é a forma mais adequada de lidar com certas situações. O problema é que muitas vezes o orgulho atrapalha e o ego sempre dá um jeito de empatar o jogo. Só pela satisfação de impressionar a opinião alheia, acabamos respondendo ou contra-atacando. A esse respeito, penso que cabe um pensamento de Sócrates, onde ele diz que não… Read more »

Olim
Olim
4 setembro de 2007 1:49 pm

Para quem adora estudar música entende a importância do silêncio nela… O silêncio torna a melodia mais rica, expressiva, rítmica… Ah, se na música não houvesse o silêncio. E silêncio na música é pausa. Pausa é temporária, é um fim de algo que não se acabou. Aliás, algo acaba nessa vida ou serão as pausas que nos enganam temporariamente, para depois nos deixar encantados?

Bergman e guaco bey: voltem aos comentários!!!

Abraços…

Olim
Olim
4 setembro de 2007 1:33 pm

Oi, Lázaro Freire:

Pelo jeito vc não vai me responder a respeito daquelas questões que coloquei, neste post, num comentário passado…

snif…snif….

Acid, se quiser pode deletar aqueles comentários para o Lázaro, e esse.

Vamos economizar comentários!

Obrigado.

Olim
Olim
4 setembro de 2007 1:24 pm

Infelizmente não pude compartilhar deste post, mas se puder agora só gostaria de dizer que conscientemente tento não me enredar no tema por tê-lo achado muito complexo para meu entendimento e além do mais deu-me uma impressão de gasto de energia em conceitos já estabelecidos. Tenho uma certa fobia de conceitos, renovação de conceitos, ampliação, retificação, ratificações, etc., etc. Isso, desculpem-me, me desorienta de mim mesmo. Não uma desorientação como a de um “insight” ou de uma quebra de paradigmas, mas uma certa desorganização do centro de cada um de nós. E nessa paisagem cada um tenta apor os conceitos… Read more »

Saindo da Matrix
Saindo da Matrix
4 setembro de 2007 11:30 am

Também espero que os comentários de todos os pontos de vista continuem 🙂

Mcnaught
Mcnaught
4 setembro de 2007 9:25 am

Marcelo… Conhecemos aqui muitos textos do Osho. E coisas relacionadas ao budismo. Talvez ao colocar o texto, ou o pessoal ja conhecia, ou leu e não comentou. Tem um lance egoísta em ficar em silêncio (espero que o guaco e o bergman não fiquem) pois, se vc tem boas idéias para compartilhar que faça. Numa discussão sadia e proveitosa a qual encontramos a maioria das vezes nesse blog. A discussão religiosa fode mais ainda esse mundo cão. O silêncio e meditação é para sairmos desse caos como uma valvula de escape. E tentarmos ae uma certa evolução. Mas, a falta… Read more »

guaco bey
guaco bey
4 setembro de 2007 4:55 am

Só estou contando isso por que aqui sou anônimo e por isso mesmo vcs tem todo o direito de não acreditar no que estou falando, achar que é uma brincadeira, ou que sou louco mesmo. ———— bom. eu sou louco, com orgulho e ainda vou fundar o nut pride day… há quem acha q eu sou só um “personagem”, ou q o q escrevo é mentira pra alimentar meu ego… mas não importa, não escrevo pra ser aprovado, escrevo pra compartilhar, pra contactar, pra receber de volta o q me re-afirme e oq me mude… se vc for honesto, quem… Read more »

Atomus
Atomus
4 setembro de 2007 2:02 am

Mais um ótimo texto pra gente refletir. O que coloco a seguir, mais uma vez não vai muito além de opinião pessoal e do repasse de um conhecimento extremamente limitado: >O Arquetipo criou Deus?! >Se Deus criou tudo, quem criou >Deus? Se aquele que cria tem vontade, inteligência, ama, é causa e motor primários, etc. é Deus, e não arquetipo. Deus criou tudo, inclusive o tempo. Daí em diante a coisa complica. >Se você deixar de acreditar em >um Deus, ele desaparece? 😉 Em um deus, é possível. Mas em Deus, não. A existência do homem depende de Deus, a… Read more »

Bergman
Bergman
4 setembro de 2007 3:35 am

Há alguns anos atrás eu conversei com um espírito (na falta de definição melhor). (Não, eu não estava dlogado. Não, eu não sou médium. Não, eu não acreditava em espíritos nem nunca liguei para religião.Não, eu não sou louco e me recuso a acreditar que o que vi foi uma alucinação, alias nunca tive alucinações, nem quando bebo.) Só estou contando isso por que aqui sou anônimo e por isso mesmo vcs tem todo o direito de não acreditar no que estou falando, achar que é uma brincadeira, ou que sou louco mesmo. Sagan escreveu sobre o dragão invisível na… Read more »

Marcelo
Marcelo
4 setembro de 2007 1:54 am

Uma coisa q me agrada na doutrina espirita eh isso. Ela se posiciona sem se chocar com as outras religioes. Sao as outras religioes q se chocam contra ela, ou melhor, acho q as outras religioes se chocam contra a parede. Lembra do post do tapa na cara do Buda? Eu nao sou espirita, mas acho fantastico como a doutrina espirita consegue isso. “tem hora q acho q é o silêncio só q leva até lá. tem hora q acho q é jogar querendo o empate, o jogo pelo prazer do jogo.” eu acho q a resposta esta ai no… Read more »

guaco bey
guaco bey
4 setembro de 2007 2:42 am

Mas e se a gente for mais longe? pq nao jogar sem se preocupar com o placar?

pq não? um empate ou vitória ou derrota, o prazer de jogar por jogar… deu até inveja do seu poder de síntese! 😉

Mcnaught
Mcnaught
3 setembro de 2007 3:10 pm

Haha. Tinha acabado de escrever no post `Dawkins delírio o que ele fala em relação aos deuses. Combinou hehe.

=P

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