Física:
Quanto mais eu observo o universo mais ele se parece a um grande pensamento do que a uma grande máquina.
Albert Einstein
O universo é auto-consciente através de nós.
Amit Goswami
Vedanta – Índia:
Nama são os arquétipos transcendentes e Rupa a sua forma imanente. A Consciência Universal é Brahman, o ser fundamental e único. Brahman existe para além de Maya (ilusão). Todo este universo sobre o qual falamos e pesamos nada mais é do que Brahman. Nada mais existe.
Budismo:
Nirmanakaya e Sambhogakaya são os reinos materiais e das idéias. Dharmakaya, acima destes reinos, é a consciência única que os ilumina. Na realidade, só existe o Dharmakaya!
Nirmanakaya é a aparência do corpo de Buda e as suas atividades inescrutáveis. O Dharmakaya de Buda está livre de qualquer percepção ou concepção de forma.
Amit Goswami; O Universo Autoconsciente
Taoísmo:
O Yin-Yang é um símbolo taoísta. O Yang é a parte clara, símbolo masculino e o Yin a parte escura, símbolo do feminino. O Yang é o reino do transcendente e o Yin o imanente. “Aquilo que permite ora as trevas, ora a luz, é o Tao“, o Uno que transcende suas manifestações complementares.
A Kabbalah Judaica:
São duas as ordens de realidade: Sefiroth (transcendente) e a Alma de peruda (imanente), “o mundo da separação”. O Zohar diz: “Se o homem contempla as coisas em meditação mística tudo se revela como Uno”.
Cristianismo:
Ela (a consciência fundamento do SER) está em nosso intelecto, alma e corpo, no céu, na terra, enquanto permanece em si mesma. Ela está simultaneamente em, à volta e acima do mundo supercelestial, um Sol, uma estrela, fogo, água, espírito, orvalho, nuvem, pedra, rocha, tudo o que há.
Dionísio; idealista cristão
Há que se observar que em todas estas descrições a Consciência é tida como única, mas chega até nós através das suas manifestações complementares, idéias e formas. As religiões foram fundadas, com a intenção de simplificar para as massas os ensinamentos místicos dos que vivenciaram a Realidade Absoluta. Cada uma apresenta a sua senda, um caminho, mas a descoberta final só poderá ser feita por cada um dos peregrinos; ninguém, ninguém mesmo poderá fazê-la por você, este é o seu trabalho. Infelizmente, todas as religiões se tornaram dualistas. O dualismo das religiões monoteístas judaico-cristãs absorveu a psique ocidental se apoiando em uma hierarquia de intérpretes. Tal como separou Descartes – Mente e Corpo -, o dualismo – Deus / mundo, não parece resistir ao exame científico, explicita o físico teórico Amit Goswami.
Goswami aponta os quatro aspectos da consciência:
- Percepção: campo da mente, trabalho global.
- Os objetos da consciência: pensamentos e sentimentos passageiros
- O sujeito / observador / experienciador e testemunha – o Self consciente
- Consciência, fundamento de todo o SER.
Não podemos identificar a consciência com as nossas percepções motoras, sensações e impressões sensoriais. Você se identifica com os seus dedos, no ato de escrever ou com os seus pés no ato de andar? Nada disto e nem um dos chamados “concomitantes” externos da nossa experiência consciente podem ser confundidos com os elementos fundamentais da nossa consciência. No âmago da nossa mente, os pensamentos, sentimentos e opções se encarados assim, nos jogariam dentro do conceito errôneo de Descartes – penso logo existo – quando o correto é – “escolho, logo existo” – Ulrich Neisser adverte e prova o que diz através da física quântica. Escolher é uma função primordial da consciência.
“A psicologia não está pronta para enfrentar a consciência” – Amit Goswami retruca – “por sorte, a física está”.
Matéria completa:
O Universo Auto-consciente de Amit Goswami e a Filosofia do Idealismo Monista (Jornal Infinito)